sexta-feira, 19 de abril de 2013

Cientistas decifram o genoma do peixe-zebra, que será utilizado para estudo de doenças genéticas


O animal apresenta 70% dos genes semelhantes aos dos seres humanos

Cientistas conseguiram decifrar o genoma do peixe-zebra (Danio rerio, também conhecido como "Paulistinha"), comumente utilizado em estudos sobre doenças humanas, e descobriram que 70% dos genes deste pequeno peixe têm seu equivalente no ser humano.


Este é o maior genoma decifrado até agora (26.000 genes codificados) e foi sequenciado com tanta precisão "que realmente podemos fazer comparações diretas entre os seres humanos e os genes do peixe-zebra", explicou Derek Stemple, geneticista do Wellcome Trust Sanger Institute de Cambridge, no Reino Unido.

De acordo com o cientista, que chefiou dois estudos publicados esta quarta-feira na revista britânica Nature, 70% dos genes humanos têm um homólogo no peixe-zebra e, levando em consideração apenas os genes associados às doenças humanas, a proporção chega a 84%.

"Por exemplo, a principal causa da distrofia muscular no ser humano reside nas mutações de um gene chamado distrofina, e os peixes-zebra têm um gene distrofina. É muito similar. E as mutações do gene distrofina nos peixes-zebra também provocam neles a distrofia muscular", destacou Derek Stemple em vídeo exibido na Nature para acompanhar estes estudos.

"A ideia é usar um organismo modelo como o peixe-zebra para tentar ver exatamente o que estes genes fazem, revisar cada gene do genoma e ver o que provoca no peixe uma perda de função", disse Ross Kettleborough, que trabalhou na decodificação.

Banco de dados – Segundo os cientistas, como os genes do peixe-zebra são muito semelhantes aos nossos, isso melhoraria consideravelmente nosso conhecimento sobre biologia humana. "Até o momento, identificamos as variações (mutações) de cerca de 40% dos genes do peixe-zebra e descrevemos os efeitos dessas variações em 1.200 genes", informou Elisabeth Busch-Nentwich, co-autora do estudo.

"Uma vez identificadas essas variações, estudamos as mudanças que provocam, descrevemos essas mudanças e as introduzimos na base de dados à qual cientistas de todo o mundo têm acesso livre", explicou.

Fonte: veja.abril.com.br

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