sábado, 3 de janeiro de 2015
Nasa vai ‘hackear’ robô explorador de Marte
Para tentar resolver os problemas na memória do jipe
Opportunity, os cientistas vão fazer modificações em seu software, impedindo
que ele perca dados importantes.
A Nasa vai 'hackear' o software da sonda Opportunity, que
explora Marte há mais de dez anos, para tentar resolver seus constantes
problemas de memória. O objetivo é fazer com que o jipe ignore as partes com
defeito de seu sistema e continue trabalhando para enviar informações do
planeta para a Terra. A sonda tem reiniciado inesperadamente seu sistema
operacional, provocando a perda de dados ou interrupções na comunicação que
causam atrasos nas pesquisas científicas com o robô. Durante as festividades de
Natal, o jipe perdeu por completo a conexão com a Nasa, deixando os cientistas
apreensivos.
De acordo com a agência americana, o robô tem dois tipos de
memória, como qualquer tipo de computador. A que está causando os problemas é a
memória flash, semelhante a um disco rígido que grava informações e funciona
mesmo quando o sistema é desligado. Quando o sistema tenta registrar os dados e
não consegue, ele reinicia automaticamente, perdendo as informações. É como se
o Opportunity estivesse com “amnésia”, esquecendo eventos recentes.
As falhas ocorrem porque esse tipo de memória sofre desgaste
com o uso contínuo e está tentando utilizar uma porção danificada. Os
cientistas identificaram essa região e vão alterar o sistema operacional,
fazendo com que ele a ignore e use apenas as seções “saudáveis” da memória. As
mudanças devem levar algumas semanas para serem feitas.
Lapsos — A Opportunity tem apresentado problemas desde
meados de 2014. Em setembro, a Nasa formatou a memória da sonda para tentar
resolver as falhas. Em entrevista à emissora americana Discovery News nesta
semana, o astrônomo americano John Callas, membro da equipe da sonda, comparou
a Opportunity a um parente idoso em boa saúde. “Ele está bem, mas nunca se
sabe, pode ter um derrame no meio da noite. Então sempre tomamos precauções
para se algo acontecer.”
Mesmo que os defeitos não sejam solucionados, a sonda
ultrapassou todos os seus objetivos científicos. Ao ser lançada, em 2003,
deveria passar apenas três meses na superfície de Marte. Dez anos depois, ela
percorreu 41,8 quilômetros do terreno marciano, capturando dados que permitiram
o conhecimento atual sobre a composição do planeta.
fonte: veja.abril.com.br
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