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sábado, 3 de outubro de 2015
Nasa prepara missão para desviar rota de asteroide
Para evitar que um asteroide caia sobre a Terra, cientistas
da Nasa e da ESA, as agências espaciais americana e europeia, anunciaram
detalhes de uma nova missão: desviar a rota um asteroide real como uma forma de
teste. O projeto foi revelado na quarta-feira no Congresso Europeu de Ciência
Planetária.
A missão, batizada de Aida (Avaliação de Impacto e Desvio de
Asteroide) já tem alvo: um sistema binário, que é composto por um asteroide
maior, o Didymos (possui 750 metros de comprimento) e outro que o orbita, o
Didymoon (tem 160 metros).
O plano geral da missão Aida é dividido em duas partes: a
Nasa irá enviar um sonda-projétil para colidir com o Didymoon, enquanto a ESA
irá cuidar da observação do acontecimento, por meio de outra sonda, posicionada
no local para registar e analisar as consequências do impacto. De acordo com os
cientistas, estima-se que os equipamentos sejam lançados a partir de 2020 para
atingir o asteroide em 2022.
Batizada de AIM (Missão de Impacto de Asteroide, na sigla em
inglês), a sonda europeia da ESA tem como objetivo mapear e compreender melhor
as características do Didymos e fazer dois tipos de lançamentos: pequenos
satélites e um módulo de aterrissagem no mesmo asteroide. Já a sonda da Nasa,
que pesa 300 quilos e é conhecida como Dart (Teste de Redirecionamento de
Asteroide Duplo), está destinada a colidir com Didymoon em 2022. De acordo com
os cientistas, o choque, com velocidade de 22.500 quilômetros por hora, irá
perfurar o asteroide para se alojar em seu núcleo.
Segundo os especialistas, o projeto, que ainda não teve o
orçamento divulgado, fará uma análise das alterações que a sonda pode fazer na
órbita de um asteroide. "Para proteger a Terra de impactos potencialmente
perigosos, precisamos entender melhor esses astros - de que são feitos, qual
sua estrutura, origens e como eles respondem às colisões. Aida será a primeira
missão para estudar um sistema binário de asteroides, assim como a primeira a testar
se podemos desviar esse astro através de um impacto com uma nave
espacial", disse Patrick Michel, cientista planetário da ESA e um dos
líderes da nova missão.
Impacto de um asteroide - Os asteroides são grandes corpos
rochosos que orbitam em torno do Sol, mas possuem uma massa bem menor em
comparação aos planetas. Por não terem uma forma definida, podem apresentar as
mais diversas aparências. Didymos é um desses astros que possuem luas, no caso,
a Didymoon.
Constantemente, os asteroides estão envolvidos em boatos
apocalípticos. No último mês de agosto, a Nasa divulgou um comunicado que
desmentia rumores de que um asteroide gigante iria se chocar com a Terra e
destruir grande parte das Américas, entre 15 e 28 de setembro.
fonte: veja.abril.com.br
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Pela primeira vez, astronautas comem alface cultivada no espaço
“Tem gosto de rúcula”, disse o astronauta Scott Kelly, que
provou o vegetal na Estação Espacial Internacional (ISS). O alimento pode
ajudar em futuras missões tripuladas para Marte.
Astronautas fizeram nesta segunda-feira (10) a primeira
"degustação" de alimentos cultivados no espaço. De acordo com o
americano Scott Kelly, o cardápio do almoço na Estação Espacial Internacional
(ISS), composto apenas de alface romana, "é bom. Tem gosto de
rúcula." O evento foi transmitido pela televisão da Nasa, por volta das
13h45 (horário de Brasília), que interrompeu sua cobertura de uma caminhada
espacial russa para mostrar o episódio histórico.
O vegetal, cultivado por 33 dias na ISS, é parte de uma
experiência da Nasa que vai ajudar missões tripuladas para outros planetas.
"Se quisermos ir a Marte algum dia, precisaremos de uma nave que seja
sustentável. A habilidade de cultivar o próprio alimento no espaço é um grande
passo nessa direção", disse Kelly, após provar as folhas junto com outros
dois astronautas.
"Há evidências de que os alimentos frescos, como
tomates, mirtilos e alface vermelha são uma boa fonte de antioxidantes",
indicou Ray Wheeler, cientista da Nasa no Centro Espacial Kennedy da Flórida.
"Ter alimentos frescos como este disponível no espaço pode ter um impacto
positivo no humor das pessoas e também pode fornecer proteção contra a radiação
no espaço", acrescentou.
Alface espacial - O experimento, chamado Veg-01 (ou Veggie,
apelido dado pelos astronautas), começou há três anos e pretende estudar o
crescimento e a absorção de alimentos em ambiente de microgravidade, como a
ISS. No ano passado, alguns pés de alface haviam sido cultivados no espaço, mas
voltaram para a Terra para que fossem realizados testes de segurança.
A alface ingerida pelos astrônomos foi cultivada em uma
caixa especial de crescimento e foi levada para o espaço a bordo da nave SpaceX
Dragon. As sementes, armazenadas em travesseiros de enraizamento, foram
ativadas por Kelly em 8 de julho. Antes de serem colhidas, as plantas cresceram
em ambiente controlado, com luz especial.
Para comê-las, os astronautas limparam cuidadosamente as
folhas com toalhas desinfetantes e podiam ingerir apenas a metade das folhas.
As outras foram separadas e serão congeladas na estação até que possam ser
enviadas à Terra para análises científicas.
A alimentação dos astronautas é uma das mais importantes
questões para futuras missões tripuladas a planetas distantes, como a
colonização de Marte. Se for possível cultivar o próprio alimento não será
necessário enviar quilos de mantimentos dentro das naves ou mandar missões de
abastecimento, como as que são periodicamente enviadas à ISS.
"Quanto mais longe forem as viagens dos humanos pelo
espaço, maior será a necessidade de cultivar vegetais para alimentação,
reciclagem da atmosfera e benefícios psicológicos", disse o cientista da
Nasa Giola Massa, um dos responsáveis pelo Veg-01.
De acordo com os astrônomos, a textura e gosto
da salada "de verdade" trazem a lembrança dos alimentos ingeridos na
superfície, deixando os humanos no espaço mais conectados à Terra, além de
nutridos.
fonte: veja.abril.com.br
domingo, 28 de junho de 2015
Foguete da Nasa explode
O foguete que transportava um cargueiro não tripulado da
empresa SpaceX, que presta serviço à Nasa, explodiu na manhã deste domingo ao
ser lançado de Cabo Canaveral, na Flórida, transportando suprimentos para a
Estação Espacial Internacional (ISS).A agência americana confirmou que "alguma
coisa deu errado" e que está investigando as causas do acidente com o
cargueiro Dragon.
Foi a terceira tentativa de levar suprimentos à ISS que não
deu certo. Em abril,a nave não tripulada russa Progress chegou a entrar em
órbita, mas se descontrolou e caiu, desintegrando-se na atmosfera. Em outubro
do ano passado, o foguete que levara o Cugnus, da empresa Orbital, outra
prestadora de serviço, também explodiu. A estação internacional tem no momento
três astronautas a bordo que, segundo a Nasa, não correm risco, pois estão
abastecidos de tudo o que necessitam até outubro.
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015
Microscópio mais potente do mundo é desenvolvido no Japão
Ele é capaz de oferecer uma resolução de 43 picometros (unidade que equivale à bilionésima parte de um metro), menos da metade do raio da maioria dos átomos.
O empresa japonesa Hitachi desenvolveu o microscópio com maior resolução do mundo, capaz de realizar observações em nível atômico, informou a empresa. Após quase cinco anos de pesquisa, o microscópio eletrônico de transmissão (MET) foi terminado esta semana. Ele é capaz de oferecer uma resolução de 43 picometros (unidade que equivale à bilionésima parte de um metro), ou seja, menos da metade do raio da maioria dos átomos.
Em lugar de utilizar a luz, como é o caso dos telescópios ópticos, este tipo de aparelho utiliza um feixe de elétrons (partículas com carga elétrica negativa que orbitam o núcleo de um átomo), que atrasseva o objeto observado e interage com ele, formando assim a imagem que pode ser vista no microscópio. Ocupando um quarto inteiro, o novo aparelho alcança esta resolução recorde graças à grande concentração de seu feixe de elétrons através de cabos e circuitos especialmente desenhados para esta tarefa.
Outras inovações destacadas são o uso de materiais de amortecimento acústico na base do microscópio para reduzir o impacto das vibrações, assim como a instalação de barreiras magnéticas em torno do aparelho. Deste modo, foi possível reduzir o efeito de fatores externos que prejudicam sua resolução e são a principal limitação deste tipo de microscópio, explicou a companhia.
O novo dispositivo permitirá a observação óptica das posições dos átomos, o que segundo Hitachi poderia contribuir para o desenvolvimento de novos materiais com diversas aplicações.
fonte: veja.abril.com.br
fonte: veja.abril.com.br
sábado, 3 de janeiro de 2015
Nasa vai ‘hackear’ robô explorador de Marte
Para tentar resolver os problemas na memória do jipe
Opportunity, os cientistas vão fazer modificações em seu software, impedindo
que ele perca dados importantes.
A Nasa vai 'hackear' o software da sonda Opportunity, que
explora Marte há mais de dez anos, para tentar resolver seus constantes
problemas de memória. O objetivo é fazer com que o jipe ignore as partes com
defeito de seu sistema e continue trabalhando para enviar informações do
planeta para a Terra. A sonda tem reiniciado inesperadamente seu sistema
operacional, provocando a perda de dados ou interrupções na comunicação que
causam atrasos nas pesquisas científicas com o robô. Durante as festividades de
Natal, o jipe perdeu por completo a conexão com a Nasa, deixando os cientistas
apreensivos.
De acordo com a agência americana, o robô tem dois tipos de
memória, como qualquer tipo de computador. A que está causando os problemas é a
memória flash, semelhante a um disco rígido que grava informações e funciona
mesmo quando o sistema é desligado. Quando o sistema tenta registrar os dados e
não consegue, ele reinicia automaticamente, perdendo as informações. É como se
o Opportunity estivesse com “amnésia”, esquecendo eventos recentes.
As falhas ocorrem porque esse tipo de memória sofre desgaste
com o uso contínuo e está tentando utilizar uma porção danificada. Os
cientistas identificaram essa região e vão alterar o sistema operacional,
fazendo com que ele a ignore e use apenas as seções “saudáveis” da memória. As
mudanças devem levar algumas semanas para serem feitas.
Lapsos — A Opportunity tem apresentado problemas desde
meados de 2014. Em setembro, a Nasa formatou a memória da sonda para tentar
resolver as falhas. Em entrevista à emissora americana Discovery News nesta
semana, o astrônomo americano John Callas, membro da equipe da sonda, comparou
a Opportunity a um parente idoso em boa saúde. “Ele está bem, mas nunca se
sabe, pode ter um derrame no meio da noite. Então sempre tomamos precauções
para se algo acontecer.”
Mesmo que os defeitos não sejam solucionados, a sonda
ultrapassou todos os seus objetivos científicos. Ao ser lançada, em 2003,
deveria passar apenas três meses na superfície de Marte. Dez anos depois, ela
percorreu 41,8 quilômetros do terreno marciano, capturando dados que permitiram
o conhecimento atual sobre a composição do planeta.
fonte: veja.abril.com.br
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Fotossíntese Artificial
Células solares que mimetizam o funcionamento do sistema de fotossíntese das plantas têm sido estudadas e desenvolvidas por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, com resultados que prometem uma nova geração de matérias-primas de baixo custo, em comparação com o silício usado na conversão da luz do Sol em eletricidade. As novas células solares sensibilizadas por corantes, também chamadas de DSC, sigla de dye-sensitized solar cells, têm se mostrado uma alternativa promissora para produção de energia elétrica em todo o mundo.
As dye-cells ou células fotoeletroquímicas são preparadas com dióxidos de titânio (TiO2), uma substância utilizada em pastas de dente e tintas brancas de parede, com propriedades semicondutoras. Mas como o dióxido de titânio não absorve luz por ser branco, é preciso recorrer a um corante adequado para sensibilizá-lo e promover a absorção da energia solar. Na Universidade de São Paulo, o grupo de pesquisa do Laboratório de Fotoquímica e Conversão de Energia tem testado corantes naturais com extratos de amora, jabuticaba, açaí, jambolão e outras frutas e flores que contêm pigmentos antioxidantes chamados antocianinas, com com cores características como vermelho, azul e roxo.
Basicamente, as células fotoeletroquímicas funcionam de maneira semelhante a uma bateria de celular, com dois eletrodos e,entre eles, um eletrólito, um meio condutor que faz o transporte das cargas elétricas por meio de íons. "O funcionamento dessas células que são montadas como um sanduíche, constitui um verdadeiro sistema químico integrado". Esse sistema é constituído por um corante com alta absorção de luz, que separa e transfere a carga elétrica para o dióxido de titânio e é regenerado pelo pelo eletrólito. As cargas elétricas separadas nesse processo se recombinam após passar por um circuito externo, fazendo com que ocorra a criação de uma corrente elétrica.
Um problema básico das dye-cells é que a sua eficiência ainda é mais baixa do que as células solares inorgânicas de silício utilizadas atualmente. Enquanto as células comerciais à base de silício policristalino têm eficiência média de 11%, dye-cells chegam a 7% ou 8% em laboratório. Apesar da menor eficiência, a tecnologia é promissora. A previsão de custo em escala industrial sora. A previsão de custo em escala industrial é cerca de 50% menor do que o de uma célula de silício. "Como a presença de pequenos impurezas no semicondutor não constitui problema para o funcionamento das dye-cells, são dispensados procedimentos complicados necessários para a fabricação das células de silício como o uso de sala limpa e de roupas especiais.
No Brasil, o potencial de geração de energia fotovoltaica é de 10 mil megawatts (MW) quase uma usina de Itaipu, mas não é possível aproveitá-la totalmente porque é necessário ter espaço disponível para a instalação de usinas de energia solar. Até agora apenas 12 MW estão efetivamente instalados em comunidades isoladas, enquanto outras 80 integram sistemas conectados à rede elétrica, mas em caráter experimental. O Brasil é um grande exportador de quartzo, matéria-prima usada para fabricar o silício de grau solar, mas não domina a tecnologia de produção desse material semicondutor com alto valor agregado.
fonte: livro de biologia Cézar, Sezar e Caldini
As dye-cells ou células fotoeletroquímicas são preparadas com dióxidos de titânio (TiO2), uma substância utilizada em pastas de dente e tintas brancas de parede, com propriedades semicondutoras. Mas como o dióxido de titânio não absorve luz por ser branco, é preciso recorrer a um corante adequado para sensibilizá-lo e promover a absorção da energia solar. Na Universidade de São Paulo, o grupo de pesquisa do Laboratório de Fotoquímica e Conversão de Energia tem testado corantes naturais com extratos de amora, jabuticaba, açaí, jambolão e outras frutas e flores que contêm pigmentos antioxidantes chamados antocianinas, com com cores características como vermelho, azul e roxo.
Basicamente, as células fotoeletroquímicas funcionam de maneira semelhante a uma bateria de celular, com dois eletrodos e,entre eles, um eletrólito, um meio condutor que faz o transporte das cargas elétricas por meio de íons. "O funcionamento dessas células que são montadas como um sanduíche, constitui um verdadeiro sistema químico integrado". Esse sistema é constituído por um corante com alta absorção de luz, que separa e transfere a carga elétrica para o dióxido de titânio e é regenerado pelo pelo eletrólito. As cargas elétricas separadas nesse processo se recombinam após passar por um circuito externo, fazendo com que ocorra a criação de uma corrente elétrica.
Um problema básico das dye-cells é que a sua eficiência ainda é mais baixa do que as células solares inorgânicas de silício utilizadas atualmente. Enquanto as células comerciais à base de silício policristalino têm eficiência média de 11%, dye-cells chegam a 7% ou 8% em laboratório. Apesar da menor eficiência, a tecnologia é promissora. A previsão de custo em escala industrial sora. A previsão de custo em escala industrial é cerca de 50% menor do que o de uma célula de silício. "Como a presença de pequenos impurezas no semicondutor não constitui problema para o funcionamento das dye-cells, são dispensados procedimentos complicados necessários para a fabricação das células de silício como o uso de sala limpa e de roupas especiais.
No Brasil, o potencial de geração de energia fotovoltaica é de 10 mil megawatts (MW) quase uma usina de Itaipu, mas não é possível aproveitá-la totalmente porque é necessário ter espaço disponível para a instalação de usinas de energia solar. Até agora apenas 12 MW estão efetivamente instalados em comunidades isoladas, enquanto outras 80 integram sistemas conectados à rede elétrica, mas em caráter experimental. O Brasil é um grande exportador de quartzo, matéria-prima usada para fabricar o silício de grau solar, mas não domina a tecnologia de produção desse material semicondutor com alto valor agregado.
fonte: livro de biologia Cézar, Sezar e Caldini
sábado, 16 de novembro de 2013
Imagem inédita mostra Saturno em suas cores naturais
Nasa divulga primeira fotografia de Saturno na qual
aparecem, além de todas as suas luas e anéis, os planetas Terra, Vênus e Marte
A Nasa divulgou nesta terça-feira uma fotografia inédita de
Saturno, capturada pela sonda Cassini, em suas cores naturais. Essa é a
primeira vez em que os pesquisadores conseguem mostrar em uma única imagem
Saturno, suas luas e anéis, e o brilho longínquo dos planetas Terra, Vênus e
Marte. O panorama cobre 651.591 quilômetros e é, na verdade, um mosaico
composto por 141 fotografias tiradas durante quatro horas no dia 19 de julho.
Imagens da Terra capturadas a partir de regiões tão
distantes são muito raras — essa é a terceira foto do tipo já divulgada até
hoje. É que, visto a longa distância, o planeta aparece muito perto do Sol. Se
a Cassini, por exemplo, tentar fotografar o planeta sob condições normais,
corre o risco de danificar os seus sensíveis equipamentos. Por isso, a equipe
responsável pela sonda esperou por um momento em que o Sol estivesse escondido
atrás de Saturno, e a Terra continuasse visível. Isso foi possível no dia 19 de
julho, quando a Nasa criou a campanha "Acene para Saturno". A agência
pediu para que pessoas de todo o mundo olhassem em direção ao planeta no mesmo
instante em que a sonda estivesse fotografando a Terra.
"Com essa vista magnífica, a Cassini nos entregou um
universo de maravilhas. E fez isso justamente em um dia em que pessoas de todo
o mundo, em uníssono, sorriram em comemoração à alegria de estar vivo em um
pálido ponto azul”, disse Carolyn Porco, líder da equipe de imagens da Cassini.
O pálido ponto azul citado pela pesquisadora é a própria
Terra, que aparece como um ponto brilhante abaixo de saturno. A fotografia
também mostra Vênus, à esquerda, e Marte como um ponto tênue um pouco mais
distante. Além deles, são vistas brilhando no espaço escuro sete luas de
Saturno. A imagem pode ser vista em todos os detalhes no site da Nasa.
Anéis — A imagem deve ajudar os cientistas a estudar o
planeta e seus anéis, principalmente o anel E, o mais externo na imagem.
"Este mosaico fornece uma notável quantidade de dados de alta qualidade
sobre os anéis difusos de Saturno, revelando todos os tipos de estruturas
intrigantes que estamos tentando entender. O anel E mostra determinados padrões
que provavelmente refletem distúrbios vindos de fontes tão diversas como a luz
solar e a gravidade da lua Encélado”, diz Matt Hedman, cientista da
Universidade de Idaho, nos Estados Unidos, que participa da missão.
Lançada em 1997,
a Cassini tem explorado a região de Saturno há cerca de
nove anos. Segundo a Nasa, a missão deve durar até 2017. "Com uma dança
longa e intrincada em torno de Saturno, a Cassini tem como objetivo estudar o
planeta a partir de todos os ângulos possíveis", diz Linda Spilker,
cientista do projeto Cassini instalada no Laboratório de Propulsão a Jato da
NASA, na Califórnia.
"Além de nos mostrar a beleza do planeta, dados como
esse também melhoram a nossa compreensão sobre a história dos anéis em torno de
Saturno e a forma como os discos se formam em torno dos planetas. São pistas
sobre como o próprio Sistema Solar se formou em torno do Sol", diz a
pesquisadora.
Fonte: veja.abril.com.br
sábado, 7 de setembro de 2013
Sonda que buscará resolver mistério lunar é lançada
Missão vai tentar desvendar brilho nos crepúsculos lunares,
fenômeno descrito por astronautas que estiveram na Lua como semelhante à aurora
boreal
A Nasa lançou na madrugada deste sábado, a partir da Ilha de
Wallops, no litoral do estado da Virgínia, a cápsula robótica que orbitará a
Lua para tentar resolver um mistério de cinco décadas: os crepúsculos lunares.
A sonda chamada Explorador de Atmosfera e Poeira Lunar (Ladee, na sigla em
inglês) tem o tamanho de um automóvel compacto e pesa 383 quilos.
O foguete carregando a cápsula partiu, segundo o programado,
à 0h27 deste sábado (em Brasília) da instalação da Nasa onde funciona o Centro
Espacial de Wallops, localizado a 270 quilômetros da
capital americana. Criado em 1945, ele tem sido usado para lançar pequenas naves
suborbitais e balões científicos.
Aurora boreal – Na última expedição tripulada até a Lua, a
Apollo 17, os astronautas relataram ter visto um brilho no horizonte lunar logo
antes do nascer do Sol, semelhante à aurora boreal. O fenômeno, esboçado em seu
caderno por Eugene Cernan, comandante da missão, surpreendeu os cientistas, já
que a lua não tem uma atmosfera suficiente espessa o suficiente para refletir a
luz do Sol dessa maneira.
A nova missão, estimada em 280 milhões de dólares, vai durar
aproximadamente um mês. Quando entrar na órbita lunar, o Ladee vai testar a
teoria elaborada pelos cientistas segundo a qual o misterioso fenômeno é efeito
da poeira lunar, eletricamente carregada, em suspensão.
a sonda vai investigar ainda o entorno gasoso da Lua,
denominado exosfera (fino demais para ser considerado uma atmosfera). De acordo
com os especialistas encarregados da missão, os dados podem ajudar na pesquisa
de outros corpos do Sistema Solar, como o planeta Mercúrio e asteroides.
"Por meio das sondas de reconhecimento, descobrimos que
a Lua continua evoluindo e que, de fato, tem uma espécie de atmosfera",
disse John Grunsfeld, administrador associado da Nasa e encarregado de missões
científicas. Para ele, esta missão "poderia ajudar a entender melhor a
diversidade do nosso Sistema Solar e sua evolução".
Fonte: veja.abril.com.br
sábado, 22 de junho de 2013
Cientistas criam mapa 3D do cérebro em alta resolução
O "Big Brain" é o mais detalhado mapa do cérebro
humano já desenvolvido e contém 100.000 vezes mais dados do que uma ressonância
magnética
Cientistas do Canadá e da Alemanha criaram o mais detalhado
mapa do cérebro humano já desenvolvido. O modelo em 3D, que levou dez anos para
ficar pronto, foi feito com base em imagens do cérebro de uma mulher que
faleceu aos 65 anos. O Big Brain (Grande Cérebro), como foi denominado o
projeto, tem como objetivo facilitar o estudo de doenças cerebrais, como
Alzheimer e Parkinson, e poderá ser utilizado por pesquisadores do mundo todo.
O projeto foi iniciado em 2003 por pesquisadores da
Universidade Heinrich Heine de Düsseldorf , na Alemanha, e da Universidade
McGill em Montreal, Canadá. O Big Brain mostra os neurônios individuais e as
conexões que existem entre eles e, segundo seus criadores, é 50 vezes mais
detalhado do que as tentativas anteriores de mapeamento cerebral e contém
100.000 vezes mais dados do que uma ressonância magnética tradicional. O artigo
que descreve o projeto foi publicado nesta sexta-feira, na revista Science.
Scanner cerebral – Para o desenvolvimento do projeto, foi
escolhido o cérebro de uma doadora que não apresentava sinais de doença
degenerativa ou outros danos ao órgão. O cérebro foi preservado em formol
durante vários meses e depois foi meticulosamente seccionado em 7.400 fatias da
espessura de um fio de cabelo (cerca de 20 micrômetros), para que nenhum
detalhe fosse perdido. Todos os cortes foram digitalizados com um scanner de
alta resolução e o cérebro foi reconstituído.
O resultado é um modelo anatômico das estruturas do cérebro,
no qual os cientistas podem inserir informações adicionais sobre variados
aspectos. Os criadores do projeto planejam colocá-lo à disposição do público
através do portal CBRAIN, mediante cadastro gratuito, a fim de facilitar o
trabalho de pesquisadores de todo o mundo.
"Nós elevamos o nível de percepção a uma magnitude além
do que era possível na virada do século XX", afirmou Alan Evans, professor
do Instituto Neurológico de Montreal, na Universidade McGill, e um dos autores
do estudo. "Este conjunto de dados vai revolucionar nossa habilidade para
compreender a organização interna cerebral", acrescentou.
Katrin Amunts, pesquisador da Universidade de Düsseldorf e
coautor do projeto, afirma que pretende criar outros mapas no estilo do Big
Brain, com o cérebro de um homem e de uma pessoa mais jovem, a fim de capturar
possíveis diferenças relacionadas com o sexo e o desenvolvimento etário.
EUA – Em paralelo, cientistas dos EUA trabalham em outro
mapa do cérebro humano, pensado para ajudar na cura de doenças como o Alzheimer
e a epilepsia, em uma iniciativa anunciada em abril pelo presidente Barack
Obama, que conta com um investimento inicial de US$ 100 milhões.
Fonte: veja.abril.com.br
quinta-feira, 20 de junho de 2013
Nasa lança programa para rastrear e capturar asteroides
Agência deve contar com ajuda do governo, da indústria e de
cientistas para estudar os asteroides que ameaçam a humanidade
A Nasa anunciou nesta terça-feira um novo programa focado na
descoberta e estudo de asteroides que possam ameaçar a humanidade. O projeto
deve contar com a ajuda de outras agências governamentais, da indústria, da
comunidade científica e até de cientistas amadores.
O projeto surge como um complemento para outra missão
anunciada recentemente pela Nasa, de uma nave não tripulada que irá capturar um
asteroide e rebocá-lo até a órbita lunar, onde astronautas poderão estudá-lo.
"A Nasa já trabalha no acompanhamento de asteroides que poderiam
representar um perigo para o nosso planeta. Apesar de termos encontrado 95% dos
maiores em órbita próxima à Terra, temos que detectar a todos", disse Lori
Garver, administradora adjunta da Nasa.
A iniciativa faz parte de uma série de metas chamada Grandes
Desafios, traçadas pela Casa Branca para estimular a inovação. "Esse
Grande Desafio é focado em detectar e caracterizar asteroides e aprender a
lidar com esses riscos potenciais. Nós também vamos aproveitar a participação
do público, com sua capacidade de inovação, e dos cientistas amadores, para ajudar
a resolver este problema global", diz Garver.
Vizinhança perigosa — Há nos arredores da Terra uma grande
variedade de asteroides. A Nasa já detectou quase todos maiores que um
quilômetro de diâmetro — os mais perigosos. Foi um desses, por exemplo, que
causou a extinção dos dinossauros ao colidir com o planeta há 65 milhões de
anos. Os cientistas afirmam que uma colisão com um destes grandes objetos é
muito rara na história da Terra e nenhum dos já detectados representa um risco
no futuro próximo.
Embora os grandes asteroides sejam facilmente
identificáveis, detectar os menores — e mais numerosos — é mais difícil.
Segundo a Nasa, há provavelmente 25.000 asteroides com pelo menos 100 metros de diâmetro
ao redor da órbita terrestre, capazes de destruir até uma cidade. Desses, só
foram detectados 25%.
A caça de asteroides ganhou maior evidência desde 15 de
fevereiro, dia em que um destes objetos passou muito perto da Terra, e outro,
de 15 metros
de diâmetro, caiu na Rússia. Este último, ao se desintegrar, provocou uma onda
de choque que quebrou muitas janelas e feriu centenas de pessoas.
Fonte: veja.abril.com.br
domingo, 16 de junho de 2013
Australianos desenvolvem 'olho biônico' que pode ajudar até 85% dos cegos
Dispositivo é formado por chip implantado no cérebro e
óculos com câmera, processador digital e transmissor wireless. Tecnologia deve
ajudar pessoas com deficiência visual causada por doenças como glaucoma,
degeneração macular e retinopatia diabética. Primeiro teste em paciente será
feito em 2014
Um grupo de cientistas e designers australianos desenvolveu
um protótipo de "olho biônico" para devolver a visão a pessoas cegas.
Os testes em pacientes começarão no próximo ano. O dispositivo é composto por
óculos que captam, com a ajuda de uma câmera digital, a imagem ao redor do
indivíduo e enviam esses estímulos visuais a um chip implantado no cérebro. Se
os experimentos envolvendo a tecnologia correrem como o esperado, ela terá o
potencial de devolver a visão a até 85% das pessoas classificadas como
clinicamente cegas (com pouca visão e percepção de luz ou então sem visão
alguma).
A tecnologia está sendo desenvolvida por especialistas do
Grupo de Visão da Universidade Monash, na Austrália. Em seu site oficial, o
grupo informa que o olho biônico está sendo desenvolvido para "pessoas com
deficiência visual causada por uma série de condições, como glaucoma,
degeneração macular e retinopatia diabética. Ele também pode ajudar pessoas com
danos em seus nervos ópticos ou em seus olhos causados por um trauma ou uma
doença."
O modelo desse olho biônico é formado por óculos e chip. Na
parte da frente dos óculos, há uma câmera digital embutida que capta as
imagens. Na parte interna dos óculos, existe um sensor que percebe os
movimentos dos olhos e é utilizado para direcionar corretamente a câmera. Na
lateral dos óculos, os especialistas inseriram um processador digital que
recebe as informações visuais da câmera e as envia a um chip que deve ser
inserido na parte de trás do cérebro do paciente. Esse chip, por sua vez, emite
sinais elétricos ao córtex visual, que interpreta esses sinais como a visão.
"O que nós acreditamos que o paciente enxergará é uma
espécie de imagem de baixa resolução, mas suficiente para identificar, por
exemplo, a borda de uma mesa, a silhueta de um ente querido, um degrau na
calçada ou algo do tipo", disse Mark Armstrong, professor da Universidade
Monash, ao programa de rádio PM, da Australian Broadcasting Corporation (ABC).
Outros testes — Em agosto de 2012, essa mesma equipe
anunciou a implantação do protótipo do que chamou de "olho
pré-biônico". A abordagem consistiu em implantar eletrodos na retina de
uma paciente com retinite pigmentosa degenerativa, um tipo de degeneração da
retina que leva à perda da visão. A ideia era a de que os eletrodos enviassem
impulsos elétricos para as células nervosas dos olhos e devolvessem parte da visão
à paciente. De acordo com o grupo, esse método é adequado a pessoas com
retinite pigmentosa e também degeneração macular relacionada à idade.
Fonte: veja.abril.com.br
Com ajuda do filho, físico cria 'capa de invisibilidade' barata
Com apenas 150 dólares, americano e seu filho adolescente
inventam três sistemas capazes de deixar grandes objetos invisíveis
Um físico americano da Universidade de Rochester, nos
Estados Unidos, criou três dispositivos de invisibilidade capazes de ocultar
grandes objetos. De acordo com John Howell, criador da “capa de
invisibilidade”, o sistema tem baixo custo, é muito simples e eficaz.
O experimento de Howell foi publicado no site Arxiv, um
arquivo eletrônico para pesquisas científicas nas áreas da matemática, física,
astronomia, ciência da computação, biologia quantitativa e estatística. Para
criar os experimentos, Howell teve ajuda do filho Benjamin, de 14 anos de idade
— o jovem também assina o estudo.
Sistema — Os três sistemas criados pelo físico buscam
demonstrar que é possível criar uma capa de invisibilidade barata — e que
sirva, inclusive, para objetos grandes. No estudo publicado no Arxiv, Howell
explica os pontos fortes e as limitações de sua abordagem.
O primeiro dispositivo é feito com dois recipientes de
acrílico em formato de L, ambos cheios de água. O segundo tem quatro lentes que
custam apenas três dólares — uma ideia similar ao dispositivo criado por um
grupo da Universidade Cornell. Já o terceiro dispositivo, que é familiar a
muitos mágicos amadores, é feito com um conjunto de espelhos de baixo custo. O
gasto total com os três sistemas foi de 150 dólares.
Sua única ressalva, dizem os autores, é que os dispositivos
só funcionam quando o observador está de frente para eles. Essa limitação, no
entanto, pode não ser um problema para o uso em satélites orbitando a Terra.
A área de pesquisa tradicional de John Howell é a física
quântica. Mas, intrigado por alguns trabalhos sobre invisibilidade feitos
recentemente, ele resolveu tentar algo fora do seu campo normal de pesquisa,
com a ajuda do filho.
Fonte: veja.abril.com.br
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Pesquisadores da República Tcheca criam bicicleta voadora
Controlada por controle remoto, a bicicleta levantou voo
carregando um boneco e fez um pouso bem-sucedido
Pesquisadores da República Tcheca apresentaram em uma feira
de tecnologia nesta quarta-feira, em Praga, uma bicicleta voadora. O veículo,
que ainda é um protótipo, é movido a bateria e pesa 95 quilos — em média, as
bicicletas pesam de 8 a
15 quilos.
Durante a exibição, a bicicleta realizou um voo de cinco
minutos, guiada por controle remoto. O protótipo foi testado em um espaço
fechado, transportando um boneco, e fez algumas voltas e um pouso bem-sucedido.
Por enquanto, porém, as baterias só permitem alguns minutos de voo antes de precisarem
ser recarregadas.
Milan Duchek, diretor técnico da Duratec Bicycles, uma das
empresas responsáveis pelo projeto, afirma que no futuro a bicicleta voadora
poderá ser utilizada em atividades esportivas ou até no turismo.
Fonte: veja.abril.com.br
quarta-feira, 5 de junho de 2013
Avião solar completa terceira etapa de travessia dos EUA
A aeronave pousou nesta terça em Saint Louis, Missouri, após
21 horas de vôo
O avião Solar Impulse, primeira aeronave tripulada movida
exclusivamente por energia solar, decolou do Texas (sul dos EUA) nesta
segunda-feira e pousou em Saint Louis, no Missouri (região central), na
terça-feira. O pouso foi feito com o uso de um hangar inflável, montado no
aeroporto de Saint Louis, que havia sido devastado pelos tornados que ocorreram
na região.
Esta foi a terceira das cinco etapas previstas por Bertrand
Piccard e André Borschberg, criadores do avião, para atravessar os Estados
Unidos. A primeira foi realizada no início de maio, com o percurso de São
Francisco, Califórnia, até Phoenix, no Arizona, e a segunda ocorreu no final do
mesmo mês, quando a aeronave pousou no Texas depois de um voo de 18 horas e 21
minutos que saiu de Phoenix.
Depois de deixar Missouri, a aeronave se dirigirá ao
aeroporto Dulles, perto da capital Washington, em meados de junho, e
finalmente, chegará ao aeroporto Kennedy de Nova York em julho.
Mais longo — O piloto Bertrand Piccard levantou voo na
segunda-feira, às 4h06 do horário local (5h06 no horário de Brasília) e pousou
em Saint Louis à 1h28 (2h28 de Brasília) na terça-feira. O voo de 21 horas foi
o mais longo de Piccard no avião solar. A única viagem mais longa do Solar
Impulse teve 26 horas de duração e foi realizada por Andre Borschberg.
Após o pouso, Piccard afirmou que a parada em St. Louis
"é muito importante e simbólica" para os organizadores da travessia,
pois é uma forma de prestar homenagem ao pioneiro da aviação Charles Lindbergh
e seu "Spirit of St. Louis", o primeiro avião que voou de Nova York a
Paris sem escalas.
O projeto – O Solar Impulse permanece exposto entre uma
semana e dez dias em cada parada. Durante esse período, o público pode ver o
avião e fazer perguntas aos pilotos e outros participantes do projeto. O
objetivo é promover a tecnologia da aeronave, que possui 12.000 células
fotovoltaicas para produzir eletricidade suficiente para carregar sua bateria
de lítio de 400 quilos, necessária para alimentar os motores elétricos e a
hélice de 10 cavalos de força, tanto de dia quanto à noite.
Piccard e Borschberg planejam dar a volta ao mundo em 2015
com uma versão melhorada da aeronave.
Fonte: veja.abril.com.br
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Avião solar bate recorde de distância de voo nos EUA
A aeronave Solar Impulse percorreu 1.541 quilômetros
do Arizona ao Texas
O Solar Impulse, primeiro avião tripulado que voa de dia e à
noite movido exclusivamente a energia solar, bateu um novo recorde nesta
quinta-feira, ao completar a segunda etapa da sua travessia pelos Estados
Unidos. Foram percorridos 1.541 quilômetros , a maior distância já
cumprida por um avião solar.
A aeronave pousou no aeroporto Dallas-Fort Worth, no Texas,
à 1h08 do horário local (3h08, horário de Brasília), depois de um voo de 18
horas e 21 minutos que saiu de Phoenix, no Arizona. A primeira etapa da
travessia pelos Estados Unidos foi realizada no início de maio, com o percurso
de São Francisco até Phoenix.
"Essa etapa foi particularmente difícil devido aos
ventos fortes na hora da aterrissagem. O piloto precisa ficar acordado por mais
de 20 horas, sem recorrer ao piloto automático em nenhum momento",
explicou o piloto Andre Borschberg, que tem a marca do voo mais longo com
energia solar, de 26 horas.
Depois de Dallas, o avião solar viajará para Saint Louis, no
Missouri. No meio de junho, partirá para o aeroporto Dulles, próximo à capital
Washington. O Solar Impulse chegará ao seu destino final em julho: o aeroporto
Kennedy, em Nova York.
Parada obrigatória – O avião permanece vários dias em cada
local de escala para permitir que a população o conheça e converse com os
pilotos. A aeronave, de 1,6 tonelada de fibra de carbono, teria condições
técnicas para fazer o voo sem escalas, mas as autoridades proibiram o feito
porque o avião tem lugar para apenas um piloto, que só pode voar por até 24
horas.
O recorde anterior também havia sido alcançado pelo Solar
Impulse, há um ano, quando completou o percurso de 1.116 quilômetros
entre a Suíça e a Espanha. O projeto, idealizado e comandado por dois pilotos
suíços, tem como objetivo demonstrar o que pode ser conquistado sem
combustíveis fósseis. A meta é que a aeronave possa realizar um voo ao redor do
mundo em 2015.
Fonte: veja.abril.com.br
quinta-feira, 23 de maio de 2013
Cientistas criam olho artificial que simula visão de moscas
Tecnologia permite uma visão panorâmica sem qualquer
distorção e o registro, simultâneo, do movimento em várias direções
Cientistas europeus criaram um olho artificial inspirado no
das moscas drosófilas. Nos insetos, o olho é composto por centenas de
detectores de luz e permite que o animal acompanhe, simultaneamente, uma série
de movimentos rápidos em várias direções. O dispositivo artificial deve
oferecer a cientistas e engenheiros uma visão panorâmica sem distorções. O
estudo que descreve a tecnologia foi publicado nesta segunda-feira no PNAS, periódico
da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.
A maioria das pesquisas feitas até agora com o intuito de
criar um olho artificial como esse esbarravam na dificuldade de alinhar com
precisão os detectores de luz e as microlentes sobre uma superfície curva de
180 graus. Desta vez, os pesquisadores superaram este problema ao desenvolver
um olho composto de três camadas: lentes microscópicas, detectores de luz que
imitam os circuitos neurais da mosca e um circuito embutido flexível, que
permite programar o tratamento dos sinais luminosos. Todas as camadas são encurvadas,
cortadas e organizadas de modo a criar um mecanismo compacto e flexível.
O protótipo, denominado CurvACE (Olho Composto Curvo
Artificial, na sigla em inglês), produz uma visão panorâmica sem distorções e
em alta definição, capaz de se adaptar às diferentes intensidades de luz do
ambiente.
Visão eletrônica — O protótipo busca simular ao máximo a
visão da mosca, que se baseia em um conjunto de múltiplas imagens que permitem
acompanhar os mínimos movimentos, oferecendo um campo de visão amplo, com uma
profundidade maior do que o olho humano ou qualquer câmera atual permitem.
Segundo seus criadores, a tecnologia pode ter diversas
aplicações técnicas, principalmente em sistemas de detecção tridimensional,
como para evitar colisões em solo ou no ar. O dispositivo CurvAce, por exemplo,
já está sendo aplicado em alguns robôs aéreos, como drones, e em câmeras de
vigilância e segurança.
Os criadores da tecnologia dizem que o olho artificial é
ainda mais versátil e que bastaria juntar dois destes dispositivos, um de
costas para o outro, para obter uma visão de 360 graus.
O CurvACE foi concebido por cinco equipes de pesquisa
europeias, entre elas uma de cientistas da Escola Politécnica Federal de
Lausanne, na Suíça, e outra do Instituto de Ciências do Movimento, ligado ao
Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS/AMU) francês.
Fonte: veja.abril.com.br
Fonte: veja.abril.com.br
sábado, 4 de maio de 2013
Cientistas fazem primeiro teste de voo de inseto robô
Criado por pesquisadores de Harvard, o 'RoboBee' pesa menos
de um décimo de grama e pode bater as asas até 120 vezes por segundo
Cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos,
fizeram o primeiro voo controlado de um minúsculo "inseto robô".
Pesando menos de um décimo de grama, o protótipo é capaz de levantar voo
verticalmente e se mover para os lados batendo suas finas asas até 120 vezes
por segundo. Apesar de se chamar RoboBee (Robô abelha), o dispositivo foi
inspirado no formato de uma mosca. O estudo que descreve o projeto foi
publicado online nesta quinta-feira na revista Science.
Desenvolver um robô tão pequeno foi um desafio para os
pesquisadores, que trabalham no projeto há mais de uma década. "Nós
tivemos que desenvolver soluções para tudo", conta Robert Wood, integrante
da equipe.
Um dos desafios foi encontrar um motor para o movimento das
asas. O pequeno robô utiliza tiras de cerâmica que se expandem e se contraem
quando um campo elétrico é ativado. Suas articulações são dobradiças de
plástico envoltas em fibras de carbono. Um sistema de controle comanda os
movimentos do robô, que precisa ser muito ágil, uma vez que, em pequena escala,
mesmo mudanças leves de correntes de ar podem afetar o voo.
De acordo com os pesquisadores, o RoboBee poderia ser
utilizado para monitoramento ambiental, operações de busca e resgate ou na
polinização de plantações. Além disso, os materiais e técnicas de fabricação
desenvolvidos para que o robô pudesse ser criado também podem contribuir para o
avanço de diversas outras áreas da ciência.
"As moscas fazem acrobacias aéreas incríveis na
natureza", afirma Sawyer B. Fuller, coautor do estudo. "A capacidade
delas vai além do que nós podemos fazer com o nosso robô. Então, gostaríamos de
entender mais sobre elas para aplicar os conhecimentos ao nosso projeto",
diz o pesquisador, que estuda o comportamento das moscas em dias de vento
intenso.
Cooperação — O pesquisador Robert Wood afirma que os
próximos passos do projeto vão envolver trabalhos paralelos de outras equipes.
Essa cooperação tem a finalidade de buscar soluções para os problemas que ainda
não foram resolvidos. A questão da energia é uma delas. O RoboBee funciona
ligado a um fio, já que os pesquisadores não conseguiram armazenar energia em
um compartimento pequeno o bastante que possa ser integrado ao corpo do
dispositivo.
Fonte: veja.abril.com.br
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Missão quer chegar até o centro da Terra em 2020
Consórcio internacional de cientistas planeja missão de um
bilhão de dólares para perfurar a crosta terrestre e chegar ao manto. Com isso,
pretendem decifrar antigos mistérios sobre a formação de nosso planeta
Um mês depois de o jipe-robô Curiosity pousar na Cratera
Gale, em Marte, a humanidade alcançou outro ponto tão inexplorado quanto o
planeta vermelho – mas sem um décimo do glamour e da publicidade recebida pela
sonda da Nasa. No dia 9 de setembro, o navio japonês Chikyu escavou um buraco
de 2.466 metros
no fundo do mar e retirou amostras de rochas para pesquisas sobre o interior de
nosso planeta. É a maior profundidade já atingida por uma missão científica e o
mais próximo do manto terrestre que o homem já chegou. No entanto, segundo os
cientistas responsáveis pelo projeto, essa missão é só um aperitivo de algo
muito mais ambicioso.
Até o começo da década de 2020, eles pretendem triplicar
essa distância, percorrendo seis quilômetros de rochas duras até atingir o
manto terrestre – a camada imediatamente abaixo da crosta, onde podem estar
guardados os segredos da formação do planeta e dos limites da vida. A região,
que possui 68% da massa da Terra, ainda é um mistério para a ciência. “Perfurar
até o manto é a missão mais desafiadora da história das ciências da Terra”, escreveram
os geólogos responsáveis pelo projeto em um documento detalhando a escavação.
O valor total da empreitada é calculado em um bilhão de
dólares. Tudo isso para atravessar com tubos de aço 4.000 metros de água, 200 metros de sedimentos
e 5.500 metros
de rochas basálticas. Depois de alcançar o manto, será necessário percorrer
todo o caminho de volta, carregando as pedras a serem analisadas pelos
cientistas. “O comprimento
total da broca terá de ser de 10 quilômetros , e o diâmetro do buraco, apenas 30 centímetros . Nem
a ciência nem a indústria já percorreram essa distância em meio a pedras, no
meio do oceano. Esse será nosso maior desafio”, disse Damon Teagle, pesquisador
da Universidade de Southampton e um dos idealizadores do projeto.
Esforço internacional – A missão até o manto terrestre faz
parte dos planos traçados pelo Programa Integrado para a Escavação do Oceano
(IODP, na sigla em inglês) para os próximos dez anos. O programa reúne
cientistas de vários países do mundo, como Estados Unidos, Japão e Austrália,
com o objetivo de monitorar e coletar amostras do fundo do mar. Desde agosto, o
Brasil faz parte do projeto, e cientistas do país devem estar em todas as missões
do programa a partir de 2013 — inclusive nas que buscam o centro da Terra.
Os pesquisadores já escolheram três possíveis locais para a
escavação: os mares ao redor do Havaí, da Califórnia ou da Costa Rica. Como a
crosta da Terra mede de quatro a seis quilômetros debaixo do oceano e mais de
trinta debaixo dos continentes, a missão terá de acontecer necessariamente em
alto mar. Para escolher as localidades exatas, os pesquisadores tiveram de
levar em conta fatores como idade e temperatura do terreno e condições
climáticas do local.
O navio usado na perfuração deve ser o mesmo Chikyu que
bateu o recorde de profundidade no mês passado. Ele foi desenvolvido por
pesquisadores japoneses em 2002 justamente para ser usado nas missões do IODP.
Os pesquisadores já adiantam que a equipe a bordo do navio deve enfrentar
grandes dificuldades para cumprir sua missão, como "escavar em uma grande
profundidade em pleno mar aberto, perfurar pedras extremamente duras, retirar
as amostras de rocha sem contaminá-las, enfrentar temperaturas muito altas, chegando
a mais de 300 graus Celsius, e pressão incrivelmente forte", enumera
Teagle.
Outro problema é a duração das brocas usadas pela equipe.
Embora feitas de uma dura mistura de carbeto de tungstênio (material três vezes
mais rígido que o aço) com diamantes, elas não resistem a mais de 60 horas de
trabalho, por causa do atrito com as rochas do centro do planeta. Até 2020, os
pesquisadores devem encontrar modos de torná-las mais robustas e duráveis,
senão correm o risco de o processo de escavação se estender por anos. Mas será
que tanto esforço — e dinheiro gasto — vale a pena? Qual o objetivo disso tudo?
Expedições ao centro da Terra
A viagem sem fim ao centro da Terra – O principal motivo
para querer ir até o centro da Terra é simplesmente porque nunca estivemos lá.
Tudo que sabemos sobre essa região e o que ela significa para a formação
terrestre vem de evidências coletadas aqui na superfície. "Não temos
nenhuma amostra do manto da Terra para estudar – e ele representa maior parte
de nosso planeta", diz Teagle.
As primeiras evidências da existência do manto foram
coletadas pelo meteorologista croata Andrija Mohorovičić em 1909, quando ele
percebeu que as ondas sísmicas se moviam mais rápido abaixo dos 30 quilômetros de
profundidade do que nas camadas acima, prevendo que haveria aí uma mudança na
composição da Terra. A partir de rochas que chegaram até a superfície durante o
surgimento de ilhas e vulcões, os pesquisadores sabem que a região é composta
por minerais ricos em magnésio. "No entanto, não sabemos a composição
exata do manto, porque as amostras foram alteradas pela reação química com a
água do mar e o magma durante sua jornada até a superfície”, afirma o
pesquisador.
E é justamente na composição química dessas rochas que mora,
segundo os cientistas, a resposta para alguns dos segredos mais antigos da
ciência, como a origem de nosso planeta. "É a partir dessa análise que
poderemos saber como a Terra foi formada, como o planeta evoluiu a partir disso
e como ele funciona hoje", afirma Teagle. Os pesquisadores ainda dizem
que, ao visitar a região, vão poder entender quais os limites da vida: em que
condições de temperatura, pressão e acidez ela é possível. "Podemos
descobrir evidências de vida microbiana muito profunda, no fundo da crosta. Ou,
quem sabe, até no próprio manto."
Segundo os pesquisadores, a exploração do centro da Terra
tem outra semelhança com a exploração espacial, além da busca por territórios
desconhecidos e por evidências de vida: ela não tem limites definidos. "Se
conseguirmos atingir nosso objetivo, o próximo grande passo será alcançar a
divisão entre a camada mais rígida e a menos rígida do manto, que se encontra a
150 quilômetros
de profundidade, e está sob 1.300 graus Celsius", afirma Damon Teagle.
Depois disso, existem mais 6.000 quilômetros totalmente inexplorados de
rochas, magma e ferro. Assim como no espaço, não parecem haver fronteiras para
a exploração científica do centro da Terra.
Fonte: veja.abril.com.br
domingo, 28 de abril de 2013
Temperatura no centro da Terra chega a 6.000 graus Celsius
Estimativa supera em mil graus cálculos de experimentos
anteriores
Pesquisadores conseguiram determinar que a temperatura da
Terra perto de seu centro é de 6.000 graus Celsius, mil graus mais quente do
que experimentos anteriores haviam mostrado. Esses cálculos também confirmam
modelos geofísicos que previam que, para explicar a formação do campo magnético
terrestre, a diferença entre a temperatura do núcleo e do manto terrestre
deveria ser de 1.500 graus. O resultado foi publicado nesta quinta-feira na
revista Science.
O núcleo da Terra é formado, em sua maior parte, por uma
esfera de ferro líquido com temperaturas superiores a 4.000 graus Celsius e
pressão equivalente à de 1,3 milhão de atmosferas. Sob essas condições, o ferro
se torna tão líquido quanto a água dos oceanos. É apenas no centro dessa
esfera, onde as temperaturas e pressão são ainda maiores, que o ferro volta a
se solidificar.
Os pesquisadores conhecem a maior parte dessas
características a partir da análise do movimento das ondas sísmicas — causadas
por terremotos — entre essas camadas. Essas ondas, no entanto, não são capazes
de mostrar a temperatura nessas regiões, o que deixa de fora informações
importantes para os cientistas compreenderem os movimentos dos materiais que
compõem o centro da Terra. Por exemplo, a diferença entre as temperaturas do
núcleo e do manto é um dos fatores responsáveis, junto com a rotação do
planeta, por gerar o campo magnético da Terra.
Para descobrir a temperatura dessas camadas, os cientistas
analisaram a temperatura de fusão do ferro em diferentes pressões, usando
equipamentos feitos de diamante para comprimir pequenas partículas de ferro a
pressões que são milhões de vezes superiores à exercida pela atmosfera. Nessas
condições, os pesquisadores dispararam poderosos raios laser nas amostras, que
são capazes de esquentar o material a até quase 5.000 graus Celsius. “Na
prática, tivemos de superar muitos desafios experimentais, uma vez que as
amostras precisam ser termicamente isoladas e não podem interagir quimicamente
com o ambiente. Além disso, mesmo que uma amostra alcance temperatura e pressão
extremas como as do centro da Terra, isso só vai acontecer por alguns segundos
— período muito curto para determinar se o material começou a derreter ou
continua sólido”, Agnès Dewaele, pesquisadora da Comissão Francesa de Energia
Atômica e Energias Alternativas, responsável pela pesquisa.
A fim de superar esse problema, os pesquisadores utilizaram
raios-X como ferramenta para analisar as amostras de ferro. “Nós desenvolvemos
uma nova técnica onde raios-X intensos podem atingir uma amostra e deduzir se
ela está sólida, liquida ou parcialmente derretida, em períodos curtos de tempo,
de até um segundo. Isso é rápido o suficiente para que a temperatura e pressão
das amostras sejam mantidas constantes”, disse Mohamed Mezouar, pesquisador do
Laboratório Europeu de Radiação Síncrotron, um dos autores do estudo.
Assim, eles conseguiram determinaram experimentalmente que o
ponto de fusão do ferro é de 4.800 graus a uma pressão de 2,2 milhões de
atmosferas — os limites do equipamento. Utilizando modelos matemáticos, os
pesquisadores calcularam o mesmo ponto de fusão para uma pressão de 3,3 atmosferas,
equivalente à sentida na fronteira entre o núcleo sólido e o liquido. O
resultado foi 6.000 graus Celsius.
Os pesquisadores também descobriram por que as pesquisas
anteriores haviam calculado essa temperatura de forma errada. Segundo os
cientistas, a partir dos 2.400 graus, um processo químico conhecido como
recristalização acontece na superfície do ferro, levando a mudanças em sua
estrutura. A pesquisa anterior havia usado técnicas ópticas para determinar se
as amostras estavam sólidas ou líquidas, e é possível que os pesquisadores
tenham interpretado a recristalização na superfície da amostra como um sinal de
seu derretimento.
Fonte: veja.abril.com.br
segunda-feira, 8 de abril de 2013
Os robôs vão à guerra
Uma nova geração de armas autônomas está sendo desenvolvida
em diversos laboratórios ao redor do mundo. Quando finalmente chegarem ao campo
de batalha, devem transformar o modo como as guerras são travadas
Do arco e flecha à bomba atômica, a tecnologia tem sido
usada para decidir guerras e conflitos desde o início da civilização humana.
Até agora, no entanto, o homem sempre esteve no controle, decidindo quando e em
cima de quem descarregar o golpe fatal. Na guerra do futuro, esse poder pode
escapar de suas mãos. Daqui a alguns anos, robôs avançados terão a capacidade
de decidir quem vive e quem morre nos campos de batalha. Seja se locomovendo
sobre quatro patas – impossíveis de derrubar – ou voando a centenas de metros
do combate, estarão equipados com metralhadoras e pistolas automáticas e serão
capazes de acertar alvos a quilômetros de distância. Se sofrerem algum tipo de
dano, estarão equipados com chips capazes de se regenerar, para que continuem
em ação ininterruptamente. Inteligentes, saberão o modo mais eficaz de atacar
um alvo, causando o maior estrago possível. Esses robôs ainda não são
realidade. Mas a tecnologia descrita existe, espalhada por diversos
laboratórios científicos nos Estados Unidos — todos financiados pelo exército
americano. É apenas questão de tempo para que as armas autônomas e letais saiam
dos laboratórios e passem a ser aplicadas nos conflitos humanos, mudando a
experiência da guerra para sempre.
Há mais de dez anos, o uso de robôs nos campos e batalha é
uma realidade. Hoje, cerca de 12.000 aviões não-tripulados — também chamados de
drones — cruzam os céus do Oriente Médio comandados pelo exército americano. O
Predator, por exemplo, é usado no Iraque e Afeganistão para missões de
vigilância e espionagem, e pode ser controlado desde os Estados Unidos. No
chão, mais 8.000 robôs são usados pelos soldados para desarmar bombas a
distância, prevenindo danos à tropa. O Packbot, o mais famosos deles, foi
desenvolvido pela empresa iRobot, responsável também pelo Roomba, o primeiro
aspirador de pó robótico do mundo.
Faltava a esse robôs, no entanto, um grau de autonomia e
letalidade que aumentasse sua eficiência nas zonas de guerra. Por isso, nos
últimos anos, centenas de drones começaram a receber armas e sistemas de GPS
que facilitam sua navegação automática. O SWORD, uma espécie de Packbot com uma
arma na topo, já foi enviado ao Afeganistão e Iraque. Ele, no entanto, ainda
não é levado muito a sério pelas tropas. Por ser fácil de derrubar e incapaz de
se levantar sozinho, é vítima fácil de emboscadas e costuma fornecer armas aos
inimigos – recebeu por isso o apelido jocoso de "Veículo de
Reabastecimento do Talibã".
Essa tecnologia, no entanto, não dever ser motivo de piada
por muito tempo. O que está sendo mostrado no Oriente Médio é apenas a primeira
geração de robôs desenvolvidos para a guerra, ainda com uma série de limitações
que estão sendo superadas por protótipos testados em diversos laboratórios nos
Estados Unidos. Segundo Peter W. Singer, cientista político que já trabalhou
com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos e hoje é pesquisador do
Instituto Brookings, um think tank sediado em Washington D.C., essa primeira
geração é comparável ao Ford T, um dos primeiros carros a ser fabricado em
massa no mundo, ainda no início do século XX. Quando eles aparecerem, era
impossível prever a importância que os automóveis viriam a ter, e a revolução
que causariam no estilo de vida americano. Do mesmo modo, só agora começam a se
mostrar as aplicações militares mais avançadas dos robôs, com cada vez mais
autonomia em relação aos seus controladores humanos. Segundo Singer, o cenário
que se desenha é claro: os homens estão perdendo o monopólio da guerra.
Corrida de cientistas — Os especialistas concordam que os
Estados Unidos saem na frente nessa nova corrida armamentista. A maioria dos
robôs usados no mundo vêm de seus laboratórios e é de lá que surgem as
principais novidades no campo. O principal polo de desenvolvimento das armas
robóticas é a DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency - Agência para a
Pesquisa de Projetos Avançados de Defesa), agência fundada ainda na década de
50, logo após a União Soviética ter colocado o primeiro satélite em órbita da
Terra. À época, seu objetivo era incentivar o desenvolvimento tecnológico americano,
para que o país não ficasse defasado durante a Guerra Fria. Hoje a agência é
voltada especialmente para novas tecnologias com aplicações militares.
Os cientistas do DARPA costumam financiar pesquisas
científicas ousadas e ainda em seus estágios iniciais, sem aplicações
imediatas. Os investimentos do grupo são aplicados em uma série de tecnologias
experimentais, desde armas sônicas e a laser até exoesqueleteos e interfaces
cérebro-máquina — como as desenvolvidas pelo neurocientista brasileiro Miguel
Nicolelis. É importante destacar que as tecnologias financiadas pela agência
costumam sair do papel. "O DARPA é importante não só para a robótica mas
também para o desenvolvimento de uma grande variedade de inovações que
literalmente mudaram o mundo, desde os foguetes que levaram o homem à Lua até a
rede mundial de computadores. Quando as pessoas dizem que o governo não e capaz
de desenvolver novas tecnologias, eu pergunto: 'você já usou a
internet?'", disse Peter W. Singer, em entrevista ao site de VEJA.
Apesar da dianteira, os Estados Unidos não são o único país
que domina esse tipo de tecnologia. "Hoje já existem 60 nações que estão
usando ou desenvolvendo a robótica para a guerra", diz Peter Assaro,
pesquisador da Faculdade de Direito de Stanford especializado nas implicações
éticas da tecnologia, em entrevista ao site de VEJA. O Brasil, por exemplo, usa
drones (aqui chamados de VANTs, Veículos Aéreos Não Tripulados) para patrulhar
fronteiras e monitorar a Amazônia. "A maioria dos países ainda não está
desenvolvendo versões armadas dessa tecnologia, mas temos notícia de que pelos
menos dez estão", diz o pesquisador. Entre eles, estão Coreia do Sul,
China, Rússia e Inglaterra — sinal de que a tendência das armas autônomas é
mundial.
Condolências e responsabilidades — Essas tecnologias devem
afetar não só os campos de batalha, mas o modo como a guerra é debatida por
políticos, eleitores e imprensa. Sem a necessidade de enviar soldados para
territórios longínquos, os custos morais de se envolver em um combate diminuem.
"Agora, nós possuímos a tecnologia que remove as últimas barreiras
políticas à guerra. O principal apelo dos sistemas autônomos é que não
precisamos mais enviar o filho de alguém em direção à morte. Se os políticos podem
evitar as consequências políticas das cartas de condolências — e o impacto que
as mortes têm no eleitorado e na opinião pública — eles passam a avaliar os
pesos de guerra e da paz de modo diferente", afirma Singer em um artigo
intitulado A Revolução Robótica, publicado pelo Instituto Brookings.
Como exemplo dessa alteração, Singer cita o fato de os
drones americanos estarem sendo usados para atacar inimigos em lugares como o
Iêmen e o Paquistão — já são mais de 350 ataques — sem que isso seja debatido
pelo congresso ou pela imprensa do país. "Algo que antes seria claramente
chamado de guerra, não apenas pelos nosso líderes mas também pelo publico e
pela imprensa, não é mais tratado como tal", diz.
Ao mesmo tempo, a utilização de robôs autônomos nas zonas de
combate faz surgir complicadas questões de responsabilidade. Os robôs podem ter
a capacidade de decidir matar alguém, mas não podem ser responsabilizados pelo
ato — nenhum juiz em sã consciência mandaria uma máquina para a cadeia.
"Imagine que, durante uma missão, um robô mate toda população de uma
aldeia isolada, incluindo os civis. Quem na cadeia de comando poderá ser
responsabilizado por isso? É difícil dizer, principalmente se o robô se
comportou de maneira inesperada e as mortes não foram intencionais. É difícil
chamar a situação de crime de guerra, mesmo que exista uma vila cheia de civis
mortos. Isso pode acabar se tornando um modo de eliminar a responsabilidade
humana dessas questões", diz Peter Assaro.
Alertas – Por esses e outros motivos, Assaro é um defensor
do controle desse tipo de tecnologia. Em 2009, em parceria com especialistas de
diferentes aéreas, filósofos, engenheiros, cientistas da computação e
especialistas em robóticas, ele fundou o ICRAC (International Comitte for Robot
Arms Control - Comitê Internacional para o Controle de Armas Robóticas), que
propõe o banimento total das tecnologias autônomas letais. "Qualquer tipo
de sistema tecnológico — recomendo que você olhe para seu celular ou laptop —
quebra, tem falhas e começa funcionar de modos não esperados. Quando eles estão
armados com tecnologia letal, esse tipo de imprevisibilidade pode ser muito
perigosa", diz.
O grupo, que já conta com mais de cem pesquisadores
inscritos, diz que as armas autônomas podem até existir e se tornar comuns nos
arsenais dos exércitos. No entanto, é necessário que em algum momento de seu
funcionamento exista um humano no controle — seja na hora decidir quais serão
os alvos, seja na hora de apertar o gatilho. "A autonomia dessas armas é
um perigo às pessoas nas zonas de combate. A inteligência artificial ainda não
é capaz de distinguir combatentes de civis ou crianças de adultos. Elas são
incapazes de compreender quando um adversário se rende. Esse sistemas são bons
em atirar em pessoas, mas entender o funcionamento de leis e tratados, como a
Convenção de Genebra, é mais difícil", diz Assaro.
Alguns pesquisadores preocupados com os rumos dessa
tecnologia comparam seu estágio atual ao Projeto Manhattan, que desenvolveu as
bombas nucleares durante a década de 1940. Pesquisadores de todo o mundo foram
até os Estados Unidos trabalhar na pesquisa. A física nuclear era uma área
cientificamente excitante e o financiamento era farto. No entanto, seu trabalho
levou ao desenvolvimento de uma das armas mais letais da história humana — e
inúmeros pesquisadores relataram, anos depois, arrependimento por ter se
envolvido no projeto.
Os críticos das armas robóticas dizem que suas consequências
podem ser as mesmas, mas não está nas mãos dos cientistas parar seu
desenvolvimento. "Ao contrário do que aconteceu com a física atômica, os
conhecimentos de hardware e software necessários para construir essas
tecnologias estão espalhados pelo globo. Sua aplicação militar é impossível de
ser freada pelo esforço de um grupo de pesquisadores. Nós defendemos um tratado
internacional entre os governos para frear o desenvolvimento dessas
armas", diz Assaro. Os alertas não parecem chamar muito a atenção dos
governantes e os robôs letais e autônomos continuam a ser estudados ao redor do
mundo — principalmente por causa de seu potencial de retirar os soldados dos
momentos mais sangrentos das guerras e poupar um grande número de vidas de pelo
menos um dos lados do conflito. Os humanos estão prestes a se tornar obsoletos
nos campos de batalha.
Fonte: veja.abril.com.br
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