FLORESTAS TROPICAIS SÃO CAPAZES DE RESISTIR AO AQUECIMENTO GLOBAL

Uma nova pesquisa publicada neste domingo mostra que as florestas tropicais correm menos risco de perder sua cobertura vegetal como consequência do aquecimento global do que as previsões mais alarmistas mostravam.

NASA PLANEJA CAPTURAR ASTEROIDE E COLOCÁ-LO EM ÓRBITA DA LUA

A Nasa anunciou nesta quarta-feira o projeto de capturar um pequeno asteroide, colocá-lo em órbita da Lua e explorá-lo cientificamente.

CIENTISTAS DIZEM QUE UM COMETA, NÃO UM ASTEROIDE, CAUSOU A EXTINÇÃO DOS DINOSSAUROS

Dupla de pesquisadores afirma que o corpo celeste que atingiu o planeta era menor e mais rápido que um asteróide

NO PASSADO, AQUECIMENTO GLOBAL AUMENTOU A BIODIVERSIDADE

Em grandes escalas de tempo, aumento da temperatura favorece mais o surgimento que a extinção de espécies, segundo cientistas britânicos.

VULCÕES EXTINGUIRAM METADE DAS ESPÉCIES DA TERRA HÁ 200 MILHÕES DE ANOS

Utilizando um novo processo de datação de rochas, pesquisadores americanos relacionaram com precisão um intenso período de erupção vulcânica à extinção de cerca de metade das espécies existentes...

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sábado, 3 de outubro de 2015

Nasa prepara missão para desviar rota de asteroide

Para evitar que um asteroide caia sobre a Terra, cientistas da Nasa e da ESA, as agências espaciais americana e europeia, anunciaram detalhes de uma nova missão: desviar a rota um asteroide real como uma forma de teste. O projeto foi revelado na quarta-feira no Congresso Europeu de Ciência Planetária.

A missão, batizada de Aida (Avaliação de Impacto e Desvio de Asteroide) já tem alvo: um sistema binário, que é composto por um asteroide maior, o Didymos (possui 750 metros de comprimento) e outro que o orbita, o Didymoon (tem 160 metros).



O plano geral da missão Aida é dividido em duas partes: a Nasa irá enviar um sonda-projétil para colidir com o Didymoon, enquanto a ESA irá cuidar da observação do acontecimento, por meio de outra sonda, posicionada no local para registar e analisar as consequências do impacto. De acordo com os cientistas, estima-se que os equipamentos sejam lançados a partir de 2020 para atingir o asteroide em 2022.

Batizada de AIM (Missão de Impacto de Asteroide, na sigla em inglês), a sonda europeia da ESA tem como objetivo mapear e compreender melhor as características do Didymos e fazer dois tipos de lançamentos: pequenos satélites e um módulo de aterrissagem no mesmo asteroide. Já a sonda da Nasa, que pesa 300 quilos e é conhecida como Dart (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo), está destinada a colidir com Didymoon em 2022. De acordo com os cientistas, o choque, com velocidade de 22.500 quilômetros por hora, irá perfurar o asteroide para se alojar em seu núcleo.

Segundo os especialistas, o projeto, que ainda não teve o orçamento divulgado, fará uma análise das alterações que a sonda pode fazer na órbita de um asteroide. "Para proteger a Terra de impactos potencialmente perigosos, precisamos entender melhor esses astros - de que são feitos, qual sua estrutura, origens e como eles respondem às colisões. Aida será a primeira missão para estudar um sistema binário de asteroides, assim como a primeira a testar se podemos desviar esse astro através de um impacto com uma nave espacial", disse Patrick Michel, cientista planetário da ESA e um dos líderes da nova missão.

Impacto de um asteroide - Os asteroides são grandes corpos rochosos que orbitam em torno do Sol, mas possuem uma massa bem menor em comparação aos planetas. Por não terem uma forma definida, podem apresentar as mais diversas aparências. Didymos é um desses astros que possuem luas, no caso, a Didymoon.

Constantemente, os asteroides estão envolvidos em boatos apocalípticos. No último mês de agosto, a Nasa divulgou um comunicado que desmentia rumores de que um asteroide gigante iria se chocar com a Terra e destruir grande parte das Américas, entre 15 e 28 de setembro.

fonte: veja.abril.com.br

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Pela primeira vez, astronautas comem alface cultivada no espaço

“Tem gosto de rúcula”, disse o astronauta Scott Kelly, que provou o vegetal na Estação Espacial Internacional (ISS). O alimento pode ajudar em futuras missões tripuladas para Marte.


Astronautas fizeram nesta segunda-feira (10) a primeira "degustação" de alimentos cultivados no espaço. De acordo com o americano Scott Kelly, o cardápio do almoço na Estação Espacial Internacional (ISS), composto apenas de alface romana, "é bom. Tem gosto de rúcula." O evento foi transmitido pela televisão da Nasa, por volta das 13h45 (horário de Brasília), que interrompeu sua cobertura de uma caminhada espacial russa para mostrar o episódio histórico.

O vegetal, cultivado por 33 dias na ISS, é parte de uma experiência da Nasa que vai ajudar missões tripuladas para outros planetas. "Se quisermos ir a Marte algum dia, precisaremos de uma nave que seja sustentável. A habilidade de cultivar o próprio alimento no espaço é um grande passo nessa direção", disse Kelly, após provar as folhas junto com outros dois astronautas.

"Há evidências de que os alimentos frescos, como tomates, mirtilos e alface vermelha são uma boa fonte de antioxidantes", indicou Ray Wheeler, cientista da Nasa no Centro Espacial Kennedy da Flórida. "Ter alimentos frescos como este disponível no espaço pode ter um impacto positivo no humor das pessoas e também pode fornecer proteção contra a radiação no espaço", acrescentou.
Alface espacial - O experimento, chamado Veg-01 (ou Veggie, apelido dado pelos astronautas), começou há três anos e pretende estudar o crescimento e a absorção de alimentos em ambiente de microgravidade, como a ISS. No ano passado, alguns pés de alface haviam sido cultivados no espaço, mas voltaram para a Terra para que fossem realizados testes de segurança.
A alface ingerida pelos astrônomos foi cultivada em uma caixa especial de crescimento e foi levada para o espaço a bordo da nave SpaceX Dragon. As sementes, armazenadas em travesseiros de enraizamento, foram ativadas por Kelly em 8 de julho. Antes de serem colhidas, as plantas cresceram em ambiente controlado, com luz especial.


Para comê-las, os astronautas limparam cuidadosamente as folhas com toalhas desinfetantes e podiam ingerir apenas a metade das folhas. As outras foram separadas e serão congeladas na estação até que possam ser enviadas à Terra para análises científicas.
A alimentação dos astronautas é uma das mais importantes questões para futuras missões tripuladas a planetas distantes, como a colonização de Marte. Se for possível cultivar o próprio alimento não será necessário enviar quilos de mantimentos dentro das naves ou mandar missões de abastecimento, como as que são periodicamente enviadas à ISS.
"Quanto mais longe forem as viagens dos humanos pelo espaço, maior será a necessidade de cultivar vegetais para alimentação, reciclagem da atmosfera e benefícios psicológicos", disse o cientista da Nasa Giola Massa, um dos responsáveis pelo Veg-01.
De acordo com os astrônomos, a textura e gosto da salada "de verdade" trazem a lembrança dos alimentos ingeridos na superfície, deixando os humanos no espaço mais conectados à Terra, além de nutridos.

fonte: veja.abril.com.br

domingo, 28 de junho de 2015

Foguete da Nasa explode


O foguete que transportava um cargueiro não tripulado da empresa SpaceX, que presta serviço à Nasa, explodiu na manhã deste domingo ao ser lançado de Cabo Canaveral, na Flórida, transportando suprimentos para a Estação Espacial Internacional (ISS).A agência americana confirmou que "alguma coisa deu errado" e que está investigando as causas do acidente com o cargueiro Dragon.

Foi a terceira tentativa de levar suprimentos à ISS que não deu certo. Em abril,a nave não tripulada russa Progress chegou a entrar em órbita, mas se descontrolou e caiu, desintegrando-se na atmosfera. Em outubro do ano passado, o foguete que levara o Cugnus, da empresa Orbital, outra prestadora de serviço, também explodiu. A estação internacional tem no momento três astronautas a bordo que, segundo a Nasa, não correm risco, pois estão abastecidos de tudo o que necessitam até outubro.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Microscópio mais potente do mundo é desenvolvido no Japão

Ele é capaz de oferecer uma resolução de 43 picometros (unidade que equivale à bilionésima parte de um metro), menos da metade do raio da maioria dos átomos.


O empresa japonesa Hitachi desenvolveu o microscópio com maior resolução do mundo, capaz de realizar observações em nível atômico, informou a empresa. Após quase cinco anos de pesquisa, o microscópio eletrônico de transmissão (MET) foi terminado esta semana. Ele é capaz de oferecer uma resolução de 43 picometros (unidade que equivale à bilionésima parte de um metro), ou seja, menos da metade do raio da maioria dos átomos. 

Em lugar de utilizar a luz, como é o caso dos telescópios ópticos, este tipo de aparelho utiliza um feixe de elétrons (partículas com carga elétrica negativa que orbitam o núcleo de um átomo), que atrasseva o objeto observado e interage com ele, formando assim a imagem que pode ser vista no microscópio. Ocupando um quarto inteiro, o novo aparelho alcança esta resolução recorde graças à grande concentração de seu feixe de elétrons através de cabos e circuitos especialmente desenhados para esta tarefa. 
Outras inovações destacadas são o uso de materiais de amortecimento acústico na base do microscópio para reduzir o impacto das vibrações, assim como a instalação de barreiras magnéticas em torno do aparelho. Deste modo, foi possível reduzir o efeito de fatores externos que prejudicam sua resolução e são a principal limitação deste tipo de microscópio, explicou a companhia. 
O novo dispositivo permitirá a observação óptica das posições dos átomos, o que segundo Hitachi poderia contribuir para o desenvolvimento de novos materiais com diversas aplicações.  

fonte: veja.abril.com.br

sábado, 3 de janeiro de 2015

Nasa vai ‘hackear’ robô explorador de Marte

Para tentar resolver os problemas na memória do jipe Opportunity, os cientistas vão fazer modificações em seu software, impedindo que ele perca dados importantes.
A Nasa vai 'hackear' o software da sonda Opportunity, que explora Marte há mais de dez anos, para tentar resolver seus constantes problemas de memória. O objetivo é fazer com que o jipe ignore as partes com defeito de seu sistema e continue trabalhando para enviar informações do planeta para a Terra. A sonda tem reiniciado inesperadamente seu sistema operacional, provocando a perda de dados ou interrupções na comunicação que causam atrasos nas pesquisas científicas com o robô. Durante as festividades de Natal, o jipe perdeu por completo a conexão com a Nasa, deixando os cientistas apreensivos.


De acordo com a agência americana, o robô tem dois tipos de memória, como qualquer tipo de computador. A que está causando os problemas é a memória flash, semelhante a um disco rígido que grava informações e funciona mesmo quando o sistema é desligado. Quando o sistema tenta registrar os dados e não consegue, ele reinicia automaticamente, perdendo as informações. É como se o Opportunity estivesse com “amnésia”, esquecendo eventos recentes.

As falhas ocorrem porque esse tipo de memória sofre desgaste com o uso contínuo e está tentando utilizar uma porção danificada. Os cientistas identificaram essa região e vão alterar o sistema operacional, fazendo com que ele a ignore e use apenas as seções “saudáveis” da memória. As mudanças devem levar algumas semanas para serem feitas.


Lapsos — A Opportunity tem apresentado problemas desde meados de 2014. Em setembro, a Nasa formatou a memória da sonda para tentar resolver as falhas. Em entrevista à emissora americana Discovery News nesta semana, o astrônomo americano John Callas, membro da equipe da sonda, comparou a Opportunity a um parente idoso em boa saúde. “Ele está bem, mas nunca se sabe, pode ter um derrame no meio da noite. Então sempre tomamos precauções para se algo acontecer.”


Mesmo que os defeitos não sejam solucionados, a sonda ultrapassou todos os seus objetivos científicos. Ao ser lançada, em 2003, deveria passar apenas três meses na superfície de Marte. Dez anos depois, ela percorreu 41,8 quilômetros do terreno marciano, capturando dados que permitiram o conhecimento atual sobre a composição do planeta.

fonte: veja.abril.com.br

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Fotossíntese Artificial

Células solares que mimetizam o funcionamento do sistema de fotossíntese das plantas têm sido estudadas e desenvolvidas por pesquisadores brasileiros e estrangeiros, com resultados que prometem uma nova geração de matérias-primas de baixo custo, em comparação com o silício usado na conversão da luz do Sol em eletricidade. As novas células solares sensibilizadas por corantes, também chamadas de DSC, sigla de dye-sensitized solar cells, têm se mostrado uma alternativa promissora para produção de energia elétrica em todo o mundo.

As dye-cells ou células fotoeletroquímicas são preparadas com dióxidos de titânio (TiO2), uma substância utilizada em pastas de dente e tintas brancas de parede, com propriedades semicondutoras. Mas como o dióxido de titânio não absorve luz por ser branco, é preciso recorrer a um corante adequado para sensibilizá-lo e promover a absorção da energia solar. Na Universidade de São Paulo, o grupo de pesquisa do Laboratório de Fotoquímica e Conversão de Energia tem testado corantes naturais com extratos de amora, jabuticaba, açaí, jambolão e outras frutas e flores que contêm pigmentos antioxidantes chamados antocianinas, com com cores características como vermelho, azul e roxo.



Basicamente, as células fotoeletroquímicas funcionam de maneira semelhante a uma bateria de celular, com dois eletrodos e,entre eles, um eletrólito, um meio condutor que faz o transporte das cargas elétricas por meio de íons. "O funcionamento dessas células que são montadas como um sanduíche, constitui um verdadeiro sistema químico integrado". Esse sistema é constituído por um corante com alta absorção de luz, que separa e transfere a carga elétrica para o dióxido de titânio e é regenerado pelo pelo eletrólito. As cargas elétricas separadas nesse processo se recombinam após passar por um circuito externo, fazendo com que ocorra a criação de uma corrente elétrica.

Um problema básico das dye-cells é que a sua eficiência ainda é mais baixa do que as células solares inorgânicas de silício utilizadas atualmente. Enquanto as células comerciais à base de silício policristalino têm eficiência média de 11%, dye-cells chegam a 7% ou 8% em laboratório. Apesar da menor eficiência, a tecnologia é promissora. A previsão de custo em escala industrial sora. A previsão de custo em escala industrial é cerca de 50% menor do que o de uma célula de silício. "Como a presença de pequenos impurezas no semicondutor não constitui problema para o funcionamento das dye-cells, são dispensados procedimentos complicados necessários para a fabricação das células de silício como o uso de sala limpa e de roupas especiais.

No Brasil, o potencial de geração de energia fotovoltaica é de 10 mil megawatts (MW) quase uma usina de Itaipu, mas não é possível aproveitá-la totalmente porque é necessário ter espaço disponível para a instalação de usinas de energia solar. Até agora apenas 12 MW estão efetivamente instalados em comunidades isoladas, enquanto outras 80 integram sistemas conectados à rede elétrica, mas em caráter experimental. O Brasil é um grande exportador de quartzo, matéria-prima usada para fabricar o silício de grau solar, mas não domina a tecnologia de produção desse material semicondutor com alto valor agregado.

fonte: livro de biologia Cézar, Sezar e Caldini 

sábado, 16 de novembro de 2013

Imagem inédita mostra Saturno em suas cores naturais

Nasa divulga primeira fotografia de Saturno na qual aparecem, além de todas as suas luas e anéis, os planetas Terra, Vênus e Marte

A Nasa divulgou nesta terça-feira uma fotografia inédita de Saturno, capturada pela sonda Cassini, em suas cores naturais. Essa é a primeira vez em que os pesquisadores conseguem mostrar em uma única imagem Saturno, suas luas e anéis, e o brilho longínquo dos planetas Terra, Vênus e Marte. O panorama cobre 651.591 quilômetros e é, na verdade, um mosaico composto por 141 fotografias tiradas durante quatro horas no dia 19 de julho.


Imagens da Terra capturadas a partir de regiões tão distantes são muito raras — essa é a terceira foto do tipo já divulgada até hoje. É que, visto a longa distância, o planeta aparece muito perto do Sol. Se a Cassini, por exemplo, tentar fotografar o planeta sob condições normais, corre o risco de danificar os seus sensíveis equipamentos. Por isso, a equipe responsável pela sonda esperou por um momento em que o Sol estivesse escondido atrás de Saturno, e a Terra continuasse visível. Isso foi possível no dia 19 de julho, quando a Nasa criou a campanha "Acene para Saturno". A agência pediu para que pessoas de todo o mundo olhassem em direção ao planeta no mesmo instante em que a sonda estivesse fotografando a Terra.

"Com essa vista magnífica, a Cassini nos entregou um universo de maravilhas. E fez isso justamente em um dia em que pessoas de todo o mundo, em uníssono, sorriram em comemoração à alegria de estar vivo em um pálido ponto azul”, disse Carolyn Porco, líder da equipe de imagens da Cassini.

O pálido ponto azul citado pela pesquisadora é a própria Terra, que aparece como um ponto brilhante abaixo de saturno. A fotografia também mostra Vênus, à esquerda, e Marte como um ponto tênue um pouco mais distante. Além deles, são vistas brilhando no espaço escuro sete luas de Saturno. A imagem pode ser vista em todos os detalhes no site da Nasa.

Anéis — A imagem deve ajudar os cientistas a estudar o planeta e seus anéis, principalmente o anel E, o mais externo na imagem. "Este mosaico fornece uma notável quantidade de dados de alta qualidade sobre os anéis difusos de Saturno, revelando todos os tipos de estruturas intrigantes que estamos tentando entender. O anel E mostra determinados padrões que provavelmente refletem distúrbios vindos de fontes tão diversas como a luz solar e a gravidade da lua Encélado”, diz Matt Hedman, cientista da Universidade de Idaho, nos Estados Unidos, que participa da missão.

Lançada em 1997, a Cassini tem explorado a região de Saturno há cerca de nove anos. Segundo a Nasa, a missão deve durar até 2017. "Com uma dança longa e intrincada em torno de Saturno, a Cassini tem como objetivo estudar o planeta a partir de todos os ângulos possíveis", diz Linda Spilker, cientista do projeto Cassini instalada no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia.

"Além de nos mostrar a beleza do planeta, dados como esse também melhoram a nossa compreensão sobre a história dos anéis em torno de Saturno e a forma como os discos se formam em torno dos planetas. São pistas sobre como o próprio Sistema Solar se formou em torno do Sol", diz a pesquisadora.

sábado, 7 de setembro de 2013

Sonda que buscará resolver mistério lunar é lançada

Missão vai tentar desvendar brilho nos crepúsculos lunares, fenômeno descrito por astronautas que estiveram na Lua como semelhante à aurora boreal
A Nasa lançou na madrugada deste sábado, a partir da Ilha de Wallops, no litoral do estado da Virgínia, a cápsula robótica que orbitará a Lua para tentar resolver um mistério de cinco décadas: os crepúsculos lunares. A sonda chamada Explorador de Atmosfera e Poeira Lunar (Ladee, na sigla em inglês) tem o tamanho de um automóvel compacto e pesa 383 quilos.


O foguete carregando a cápsula partiu, segundo o programado, à 0h27 deste sábado (em Brasília) da instalação da Nasa onde funciona o Centro Espacial de Wallops, localizado a 270 quilômetros da capital americana. Criado em 1945, ele tem sido usado para lançar pequenas naves suborbitais e balões científicos.

Aurora boreal – Na última expedição tripulada até a Lua, a Apollo 17, os astronautas relataram ter visto um brilho no horizonte lunar logo antes do nascer do Sol, semelhante à aurora boreal. O fenômeno, esboçado em seu caderno por Eugene Cernan, comandante da missão, surpreendeu os cientistas, já que a lua não tem uma atmosfera suficiente espessa o suficiente para refletir a luz do Sol dessa maneira.

A nova missão, estimada em 280 milhões de dólares, vai durar aproximadamente um mês. Quando entrar na órbita lunar, o Ladee vai testar a teoria elaborada pelos cientistas segundo a qual o misterioso fenômeno é efeito da poeira lunar, eletricamente carregada, em suspensão.

a sonda vai investigar ainda o entorno gasoso da Lua, denominado exosfera (fino demais para ser considerado uma atmosfera). De acordo com os especialistas encarregados da missão, os dados podem ajudar na pesquisa de outros corpos do Sistema Solar, como o planeta Mercúrio e asteroides.


"Por meio das sondas de reconhecimento, descobrimos que a Lua continua evoluindo e que, de fato, tem uma espécie de atmosfera", disse John Grunsfeld, administrador associado da Nasa e encarregado de missões científicas. Para ele, esta missão "poderia ajudar a entender melhor a diversidade do nosso Sistema Solar e sua evolução".

Fonte: veja.abril.com.br

sábado, 22 de junho de 2013

Cientistas criam mapa 3D do cérebro em alta resolução

O "Big Brain" é o mais detalhado mapa do cérebro humano já desenvolvido e contém 100.000 vezes mais dados do que uma ressonância magnética

Cientistas do Canadá e da Alemanha criaram o mais detalhado mapa do cérebro humano já desenvolvido. O modelo em 3D, que levou dez anos para ficar pronto, foi feito com base em imagens do cérebro de uma mulher que faleceu aos 65 anos. O Big Brain (Grande Cérebro), como foi denominado o projeto, tem como objetivo facilitar o estudo de doenças cerebrais, como Alzheimer e Parkinson, e poderá ser utilizado por pesquisadores do mundo todo.


O projeto foi iniciado em 2003 por pesquisadores da Universidade Heinrich Heine de Düsseldorf , na Alemanha, e da Universidade McGill em Montreal, Canadá. O Big Brain mostra os neurônios individuais e as conexões que existem entre eles e, segundo seus criadores, é 50 vezes mais detalhado do que as tentativas anteriores de mapeamento cerebral e contém 100.000 vezes mais dados do que uma ressonância magnética tradicional. O artigo que descreve o projeto foi publicado nesta sexta-feira, na revista Science.

Scanner cerebral – Para o desenvolvimento do projeto, foi escolhido o cérebro de uma doadora que não apresentava sinais de doença degenerativa ou outros danos ao órgão. O cérebro foi preservado em formol durante vários meses e depois foi meticulosamente seccionado em 7.400 fatias da espessura de um fio de cabelo (cerca de 20 micrômetros), para que nenhum detalhe fosse perdido. Todos os cortes foram digitalizados com um scanner de alta resolução e o cérebro foi reconstituído.

O resultado é um modelo anatômico das estruturas do cérebro, no qual os cientistas podem inserir informações adicionais sobre variados aspectos. Os criadores do projeto planejam colocá-lo à disposição do público através do portal CBRAIN, mediante cadastro gratuito, a fim de facilitar o trabalho de pesquisadores de todo o mundo.

"Nós elevamos o nível de percepção a uma magnitude além do que era possível na virada do século XX", afirmou Alan Evans, professor do Instituto Neurológico de Montreal, na Universidade McGill, e um dos autores do estudo. "Este conjunto de dados vai revolucionar nossa habilidade para compreender a organização interna cerebral", acrescentou.

Katrin Amunts, pesquisador da Universidade de Düsseldorf e coautor do projeto, afirma que pretende criar outros mapas no estilo do Big Brain, com o cérebro de um homem e de uma pessoa mais jovem, a fim de capturar possíveis diferenças relacionadas com o sexo e o desenvolvimento etário.

EUA – Em paralelo, cientistas dos EUA trabalham em outro mapa do cérebro humano, pensado para ajudar na cura de doenças como o Alzheimer e a epilepsia, em uma iniciativa anunciada em abril pelo presidente Barack Obama, que conta com um investimento inicial de US$ 100 milhões.


Fonte: veja.abril.com.br

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Nasa lança programa para rastrear e capturar asteroides

Agência deve contar com ajuda do governo, da indústria e de cientistas para estudar os asteroides que ameaçam a humanidade

A Nasa anunciou nesta terça-feira um novo programa focado na descoberta e estudo de asteroides que possam ameaçar a humanidade. O projeto deve contar com a ajuda de outras agências governamentais, da indústria, da comunidade científica e até de cientistas amadores.


O projeto surge como um complemento para outra missão anunciada recentemente pela Nasa, de uma nave não tripulada que irá capturar um asteroide e rebocá-lo até a órbita lunar, onde astronautas poderão estudá-lo. "A Nasa já trabalha no acompanhamento de asteroides que poderiam representar um perigo para o nosso planeta. Apesar de termos encontrado 95% dos maiores em órbita próxima à Terra, temos que detectar a todos", disse Lori Garver, administradora adjunta da Nasa.

A iniciativa faz parte de uma série de metas chamada Grandes Desafios, traçadas pela Casa Branca para estimular a inovação. "Esse Grande Desafio é focado em detectar e caracterizar asteroides e aprender a lidar com esses riscos potenciais. Nós também vamos aproveitar a participação do público, com sua capacidade de inovação, e dos cientistas amadores, para ajudar a resolver este problema global", diz Garver.

Vizinhança perigosa — Há nos arredores da Terra uma grande variedade de asteroides. A Nasa já detectou quase todos maiores que um quilômetro de diâmetro — os mais perigosos. Foi um desses, por exemplo, que causou a extinção dos dinossauros ao colidir com o planeta há 65 milhões de anos. Os cientistas afirmam que uma colisão com um destes grandes objetos é muito rara na história da Terra e nenhum dos já detectados representa um risco no futuro próximo.

Embora os grandes asteroides sejam facilmente identificáveis, detectar os menores — e mais numerosos — é mais difícil. Segundo a Nasa, há provavelmente 25.000 asteroides com pelo menos 100 metros de diâmetro ao redor da órbita terrestre, capazes de destruir até uma cidade. Desses, só foram detectados 25%.


A caça de asteroides ganhou maior evidência desde 15 de fevereiro, dia em que um destes objetos passou muito perto da Terra, e outro, de 15 metros de diâmetro, caiu na Rússia. Este último, ao se desintegrar, provocou uma onda de choque que quebrou muitas janelas e feriu centenas de pessoas.

Fonte: veja.abril.com.br

domingo, 16 de junho de 2013

Australianos desenvolvem 'olho biônico' que pode ajudar até 85% dos cegos

Dispositivo é formado por chip implantado no cérebro e óculos com câmera, processador digital e transmissor wireless. Tecnologia deve ajudar pessoas com deficiência visual causada por doenças como glaucoma, degeneração macular e retinopatia diabética. Primeiro teste em paciente será feito em 2014


Um grupo de cientistas e designers australianos desenvolveu um protótipo de "olho biônico" para devolver a visão a pessoas cegas. Os testes em pacientes começarão no próximo ano. O dispositivo é composto por óculos que captam, com a ajuda de uma câmera digital, a imagem ao redor do indivíduo e enviam esses estímulos visuais a um chip implantado no cérebro. Se os experimentos envolvendo a tecnologia correrem como o esperado, ela terá o potencial de devolver a visão a até 85% das pessoas classificadas como clinicamente cegas (com pouca visão e percepção de luz ou então sem visão alguma).

A tecnologia está sendo desenvolvida por especialistas do Grupo de Visão da Universidade Monash, na Austrália. Em seu site oficial, o grupo informa que o olho biônico está sendo desenvolvido para "pessoas com deficiência visual causada por uma série de condições, como glaucoma, degeneração macular e retinopatia diabética. Ele também pode ajudar pessoas com danos em seus nervos ópticos ou em seus olhos causados por um trauma ou uma doença."

O modelo desse olho biônico é formado por óculos e chip. Na parte da frente dos óculos, há uma câmera digital embutida que capta as imagens. Na parte interna dos óculos, existe um sensor que percebe os movimentos dos olhos e é utilizado para direcionar corretamente a câmera. Na lateral dos óculos, os especialistas inseriram um processador digital que recebe as informações visuais da câmera e as envia a um chip que deve ser inserido na parte de trás do cérebro do paciente. Esse chip, por sua vez, emite sinais elétricos ao córtex visual, que interpreta esses sinais como a visão.


"O que nós acreditamos que o paciente enxergará é uma espécie de imagem de baixa resolução, mas suficiente para identificar, por exemplo, a borda de uma mesa, a silhueta de um ente querido, um degrau na calçada ou algo do tipo", disse Mark Armstrong, professor da Universidade Monash, ao programa de rádio PM, da Australian Broadcasting Corporation (ABC).


Outros testes — Em agosto de 2012, essa mesma equipe anunciou a implantação do protótipo do que chamou de "olho pré-biônico". A abordagem consistiu em implantar eletrodos na retina de uma paciente com retinite pigmentosa degenerativa, um tipo de degeneração da retina que leva à perda da visão. A ideia era a de que os eletrodos enviassem impulsos elétricos para as células nervosas dos olhos e devolvessem parte da visão à paciente. De acordo com o grupo, esse método é adequado a pessoas com retinite pigmentosa e também degeneração macular relacionada à idade.


Fonte: veja.abril.com.br

Com ajuda do filho, físico cria 'capa de invisibilidade' barata

Com apenas 150 dólares, americano e seu filho adolescente inventam três sistemas capazes de deixar grandes objetos invisíveis


Um físico americano da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, criou três dispositivos de invisibilidade capazes de ocultar grandes objetos. De acordo com John Howell, criador da “capa de invisibilidade”, o sistema tem baixo custo, é muito simples e eficaz.

O experimento de Howell foi publicado no site Arxiv, um arquivo eletrônico para pesquisas científicas nas áreas da matemática, física, astronomia, ciência da computação, biologia quantitativa e estatística. Para criar os experimentos, Howell teve ajuda do filho Benjamin, de 14 anos de idade — o jovem também assina o estudo.

Sistema — Os três sistemas criados pelo físico buscam demonstrar que é possível criar uma capa de invisibilidade barata — e que sirva, inclusive, para objetos grandes. No estudo publicado no Arxiv, Howell explica os pontos fortes e as limitações de sua abordagem.

O primeiro dispositivo é feito com dois recipientes de acrílico em formato de L, ambos cheios de água. O segundo tem quatro lentes que custam apenas três dólares — uma ideia similar ao dispositivo criado por um grupo da Universidade Cornell. Já o terceiro dispositivo, que é familiar a muitos mágicos amadores, é feito com um conjunto de espelhos de baixo custo. O gasto total com os três sistemas foi de 150 dólares.

Sua única ressalva, dizem os autores, é que os dispositivos só funcionam quando o observador está de frente para eles. Essa limitação, no entanto, pode não ser um problema para o uso em satélites orbitando a Terra.


A área de pesquisa tradicional de John Howell é a física quântica. Mas, intrigado por alguns trabalhos sobre invisibilidade feitos recentemente, ele resolveu tentar algo fora do seu campo normal de pesquisa, com a ajuda do filho.

Fonte: veja.abril.com.br

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Pesquisadores da República Tcheca criam bicicleta voadora

Controlada por controle remoto, a bicicleta levantou voo carregando um boneco e fez um pouso bem-sucedido


Pesquisadores da República Tcheca apresentaram em uma feira de tecnologia nesta quarta-feira, em Praga, uma bicicleta voadora. O veículo, que ainda é um protótipo, é movido a bateria e pesa 95 quilos — em média, as bicicletas pesam de 8 a 15 quilos.

Durante a exibição, a bicicleta realizou um voo de cinco minutos, guiada por controle remoto. O protótipo foi testado em um espaço fechado, transportando um boneco, e fez algumas voltas e um pouso bem-sucedido. Por enquanto, porém, as baterias só permitem alguns minutos de voo antes de precisarem ser recarregadas.


Milan Duchek, diretor técnico da Duratec Bicycles, uma das empresas responsáveis pelo projeto, afirma que no futuro a bicicleta voadora poderá ser utilizada em atividades esportivas ou até no turismo.

Fonte: veja.abril.com.br

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Avião solar completa terceira etapa de travessia dos EUA

A aeronave pousou nesta terça em Saint Louis, Missouri, após 21 horas de vôo

O avião Solar Impulse, primeira aeronave tripulada movida exclusivamente por energia solar, decolou do Texas (sul dos EUA) nesta segunda-feira e pousou em Saint Louis, no Missouri (região central), na terça-feira. O pouso foi feito com o uso de um hangar inflável, montado no aeroporto de Saint Louis, que havia sido devastado pelos tornados que ocorreram na região.


Esta foi a terceira das cinco etapas previstas por Bertrand Piccard e André Borschberg, criadores do avião, para atravessar os Estados Unidos. A primeira foi realizada no início de maio, com o percurso de São Francisco, Califórnia, até Phoenix, no Arizona, e a segunda ocorreu no final do mesmo mês, quando a aeronave pousou no Texas depois de um voo de 18 horas e 21 minutos que saiu de Phoenix.

Depois de deixar Missouri, a aeronave se dirigirá ao aeroporto Dulles, perto da capital Washington, em meados de junho, e finalmente, chegará ao aeroporto Kennedy de Nova York em julho.

Mais longo — O piloto Bertrand Piccard levantou voo na segunda-feira, às 4h06 do horário local (5h06 no horário de Brasília) e pousou em Saint Louis à 1h28 (2h28 de Brasília) na terça-feira. O voo de 21 horas foi o mais longo de Piccard no avião solar. A única viagem mais longa do Solar Impulse teve 26 horas de duração e foi realizada por Andre Borschberg.


Após o pouso, Piccard afirmou que a parada em St. Louis "é muito importante e simbólica" para os organizadores da travessia, pois é uma forma de prestar homenagem ao pioneiro da aviação Charles Lindbergh e seu "Spirit of St. Louis", o primeiro avião que voou de Nova York a Paris sem escalas.

O projeto – O Solar Impulse permanece exposto entre uma semana e dez dias em cada parada. Durante esse período, o público pode ver o avião e fazer perguntas aos pilotos e outros participantes do projeto. O objetivo é promover a tecnologia da aeronave, que possui 12.000 células fotovoltaicas para produzir eletricidade suficiente para carregar sua bateria de lítio de 400 quilos, necessária para alimentar os motores elétricos e a hélice de 10 cavalos de força, tanto de dia quanto à noite.


Piccard e Borschberg planejam dar a volta ao mundo em 2015 com uma versão melhorada da aeronave.

Fonte: veja.abril.com.br

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Avião solar bate recorde de distância de voo nos EUA


A aeronave Solar Impulse percorreu 1.541 quilômetros do Arizona ao Texas

O Solar Impulse, primeiro avião tripulado que voa de dia e à noite movido exclusivamente a energia solar, bateu um novo recorde nesta quinta-feira, ao completar a segunda etapa da sua travessia pelos Estados Unidos. Foram percorridos 1.541 quilômetros, a maior distância já cumprida por um avião solar.

A aeronave pousou no aeroporto Dallas-Fort Worth, no Texas, à 1h08 do horário local (3h08, horário de Brasília), depois de um voo de 18 horas e 21 minutos que saiu de Phoenix, no Arizona. A primeira etapa da travessia pelos Estados Unidos foi realizada no início de maio, com o percurso de São Francisco até Phoenix.


"Essa etapa foi particularmente difícil devido aos ventos fortes na hora da aterrissagem. O piloto precisa ficar acordado por mais de 20 horas, sem recorrer ao piloto automático em nenhum momento", explicou o piloto Andre Borschberg, que tem a marca do voo mais longo com energia solar, de 26 horas.

Depois de Dallas, o avião solar viajará para Saint Louis, no Missouri. No meio de junho, partirá para o aeroporto Dulles, próximo à capital Washington. O Solar Impulse chegará ao seu destino final em julho: o aeroporto Kennedy, em Nova York.

Parada obrigatória – O avião permanece vários dias em cada local de escala para permitir que a população o conheça e converse com os pilotos. A aeronave, de 1,6 tonelada de fibra de carbono, teria condições técnicas para fazer o voo sem escalas, mas as autoridades proibiram o feito porque o avião tem lugar para apenas um piloto, que só pode voar por até 24 horas.

O recorde anterior também havia sido alcançado pelo Solar Impulse, há um ano, quando completou o percurso de 1.116 quilômetros entre a Suíça e a Espanha. O projeto, idealizado e comandado por dois pilotos suíços, tem como objetivo demonstrar o que pode ser conquistado sem combustíveis fósseis. A meta é que a aeronave possa realizar um voo ao redor do mundo em 2015.

Fonte:  veja.abril.com.br

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Cientistas criam olho artificial que simula visão de moscas


Tecnologia permite uma visão panorâmica sem qualquer distorção e o registro, simultâneo, do movimento em várias direções


Cientistas europeus criaram um olho artificial inspirado no das moscas drosófilas. Nos insetos, o olho é composto por centenas de detectores de luz e permite que o animal acompanhe, simultaneamente, uma série de movimentos rápidos em várias direções. O dispositivo artificial deve oferecer a cientistas e engenheiros uma visão panorâmica sem distorções. O estudo que descreve a tecnologia foi publicado nesta segunda-feira no PNAS, periódico da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

A maioria das pesquisas feitas até agora com o intuito de criar um olho artificial como esse esbarravam na dificuldade de alinhar com precisão os detectores de luz e as microlentes sobre uma superfície curva de 180 graus. Desta vez, os pesquisadores superaram este problema ao desenvolver um olho composto de três camadas: lentes microscópicas, detectores de luz que imitam os circuitos neurais da mosca e um circuito embutido flexível, que permite programar o tratamento dos sinais luminosos. Todas as camadas são encurvadas, cortadas e organizadas de modo a criar um mecanismo compacto e flexível.

O protótipo, denominado CurvACE (Olho Composto Curvo Artificial, na sigla em inglês), produz uma visão panorâmica sem distorções e em alta definição, capaz de se adaptar às diferentes intensidades de luz do ambiente.

Visão eletrônica — O protótipo busca simular ao máximo a visão da mosca, que se baseia em um conjunto de múltiplas imagens que permitem acompanhar os mínimos movimentos, oferecendo um campo de visão amplo, com uma profundidade maior do que o olho humano ou qualquer câmera atual permitem.

Segundo seus criadores, a tecnologia pode ter diversas aplicações técnicas, principalmente em sistemas de detecção tridimensional, como para evitar colisões em solo ou no ar. O dispositivo CurvAce, por exemplo, já está sendo aplicado em alguns robôs aéreos, como drones, e em câmeras de vigilância e segurança.

Os criadores da tecnologia dizem que o olho artificial é ainda mais versátil e que bastaria juntar dois destes dispositivos, um de costas para o outro, para obter uma visão de 360 graus.

O CurvACE foi concebido por cinco equipes de pesquisa europeias, entre elas uma de cientistas da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça, e outra do Instituto de Ciências do Movimento, ligado ao Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS/AMU) francês.

Fonte: veja.abril.com.br

sábado, 4 de maio de 2013

Cientistas fazem primeiro teste de voo de inseto robô


Criado por pesquisadores de Harvard, o 'RoboBee' pesa menos de um décimo de grama e pode bater as asas até 120 vezes por segundo

Cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, fizeram o primeiro voo controlado de um minúsculo "inseto robô". Pesando menos de um décimo de grama, o protótipo é capaz de levantar voo verticalmente e se mover para os lados batendo suas finas asas até 120 vezes por segundo. Apesar de se chamar RoboBee (Robô abelha), o dispositivo foi inspirado no formato de uma mosca. O estudo que descreve o projeto foi publicado online nesta quinta-feira na revista Science.


Desenvolver um robô tão pequeno foi um desafio para os pesquisadores, que trabalham no projeto há mais de uma década. "Nós tivemos que desenvolver soluções para tudo", conta Robert Wood, integrante da equipe.

Um dos desafios foi encontrar um motor para o movimento das asas. O pequeno robô utiliza tiras de cerâmica que se expandem e se contraem quando um campo elétrico é ativado. Suas articulações são dobradiças de plástico envoltas em fibras de carbono. Um sistema de controle comanda os movimentos do robô, que precisa ser muito ágil, uma vez que, em pequena escala, mesmo mudanças leves de correntes de ar podem afetar o voo.

De acordo com os pesquisadores, o RoboBee poderia ser utilizado para monitoramento ambiental, operações de busca e resgate ou na polinização de plantações. Além disso, os materiais e técnicas de fabricação desenvolvidos para que o robô pudesse ser criado também podem contribuir para o avanço de diversas outras áreas da ciência.

"As moscas fazem acrobacias aéreas incríveis na natureza", afirma Sawyer B. Fuller, coautor do estudo. "A capacidade delas vai além do que nós podemos fazer com o nosso robô. Então, gostaríamos de entender mais sobre elas para aplicar os conhecimentos ao nosso projeto", diz o pesquisador, que estuda o comportamento das moscas em dias de vento intenso.

Cooperação — O pesquisador Robert Wood afirma que os próximos passos do projeto vão envolver trabalhos paralelos de outras equipes. Essa cooperação tem a finalidade de buscar soluções para os problemas que ainda não foram resolvidos. A questão da energia é uma delas. O RoboBee funciona ligado a um fio, já que os pesquisadores não conseguiram armazenar energia em um compartimento pequeno o bastante que possa ser integrado ao corpo do dispositivo.

Fonte: veja.abril.com.br

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Missão quer chegar até o centro da Terra em 2020


Consórcio internacional de cientistas planeja missão de um bilhão de dólares para perfurar a crosta terrestre e chegar ao manto. Com isso, pretendem decifrar antigos mistérios sobre a formação de nosso planeta

Um mês depois de o jipe-robô Curiosity pousar na Cratera Gale, em Marte, a humanidade alcançou outro ponto tão inexplorado quanto o planeta vermelho – mas sem um décimo do glamour e da publicidade recebida pela sonda da Nasa. No dia 9 de setembro, o navio japonês Chikyu escavou um buraco de 2.466 metros no fundo do mar e retirou amostras de rochas para pesquisas sobre o interior de nosso planeta. É a maior profundidade já atingida por uma missão científica e o mais próximo do manto terrestre que o homem já chegou. No entanto, segundo os cientistas responsáveis pelo projeto, essa missão é só um aperitivo de algo muito mais ambicioso.


Até o começo da década de 2020, eles pretendem triplicar essa distância, percorrendo seis quilômetros de rochas duras até atingir o manto terrestre – a camada imediatamente abaixo da crosta, onde podem estar guardados os segredos da formação do planeta e dos limites da vida. A região, que possui 68% da massa da Terra, ainda é um mistério para a ciência. “Perfurar até o manto é a missão mais desafiadora da história das ciências da Terra”, escreveram os geólogos responsáveis pelo projeto em um documento detalhando a escavação.

O valor total da empreitada é calculado em um bilhão de dólares. Tudo isso para atravessar com tubos de aço 4.000 metros de água, 200 metros de sedimentos e 5.500 metros de rochas basálticas. Depois de alcançar o manto, será necessário percorrer todo o caminho de volta, carregando as pedras a serem analisadas pelos cientistas. “O comprimento total da broca terá de ser de 10 quilômetros, e o diâmetro do buraco, apenas 30 centímetros. Nem a ciência nem a indústria já percorreram essa distância em meio a pedras, no meio do oceano. Esse será nosso maior desafio”, disse Damon Teagle, pesquisador da Universidade de Southampton e um dos idealizadores do projeto.

Esforço internacional – A missão até o manto terrestre faz parte dos planos traçados pelo Programa Integrado para a Escavação do Oceano (IODP, na sigla em inglês) para os próximos dez anos. O programa reúne cientistas de vários países do mundo, como Estados Unidos, Japão e Austrália, com o objetivo de monitorar e coletar amostras do fundo do mar. Desde agosto, o Brasil faz parte do projeto, e cientistas do país devem estar em todas as missões do programa a partir de 2013 — inclusive nas que buscam o centro da Terra.

Os pesquisadores já escolheram três possíveis locais para a escavação: os mares ao redor do Havaí, da Califórnia ou da Costa Rica. Como a crosta da Terra mede de quatro a seis quilômetros debaixo do oceano e mais de trinta debaixo dos continentes, a missão terá de acontecer necessariamente em alto mar. Para escolher as localidades exatas, os pesquisadores tiveram de levar em conta fatores como idade e temperatura do terreno e condições climáticas do local.

O navio usado na perfuração deve ser o mesmo Chikyu que bateu o recorde de profundidade no mês passado. Ele foi desenvolvido por pesquisadores japoneses em 2002 justamente para ser usado nas missões do IODP. Os pesquisadores já adiantam que a equipe a bordo do navio deve enfrentar grandes dificuldades para cumprir sua missão, como "escavar em uma grande profundidade em pleno mar aberto, perfurar pedras extremamente duras, retirar as amostras de rocha sem contaminá-las, enfrentar temperaturas muito altas, chegando a mais de 300 graus Celsius, e pressão incrivelmente forte", enumera Teagle.


Outro problema é a duração das brocas usadas pela equipe. Embora feitas de uma dura mistura de carbeto de tungstênio (material três vezes mais rígido que o aço) com diamantes, elas não resistem a mais de 60 horas de trabalho, por causa do atrito com as rochas do centro do planeta. Até 2020, os pesquisadores devem encontrar modos de torná-las mais robustas e duráveis, senão correm o risco de o processo de escavação se estender por anos. Mas será que tanto esforço — e dinheiro gasto — vale a pena? Qual o objetivo disso tudo?


Expedições ao centro da Terra

A viagem sem fim ao centro da Terra – O principal motivo para querer ir até o centro da Terra é simplesmente porque nunca estivemos lá. Tudo que sabemos sobre essa região e o que ela significa para a formação terrestre vem de evidências coletadas aqui na superfície. "Não temos nenhuma amostra do manto da Terra para estudar – e ele representa maior parte de nosso planeta", diz Teagle.

As primeiras evidências da existência do manto foram coletadas pelo meteorologista croata Andrija Mohorovičić em 1909, quando ele percebeu que as ondas sísmicas se moviam mais rápido abaixo dos 30 quilômetros de profundidade do que nas camadas acima, prevendo que haveria aí uma mudança na composição da Terra. A partir de rochas que chegaram até a superfície durante o surgimento de ilhas e vulcões, os pesquisadores sabem que a região é composta por minerais ricos em magnésio. "No entanto, não sabemos a composição exata do manto, porque as amostras foram alteradas pela reação química com a água do mar e o magma durante sua jornada até a superfície”, afirma o pesquisador.

E é justamente na composição química dessas rochas que mora, segundo os cientistas, a resposta para alguns dos segredos mais antigos da ciência, como a origem de nosso planeta. "É a partir dessa análise que poderemos saber como a Terra foi formada, como o planeta evoluiu a partir disso e como ele funciona hoje", afirma Teagle. Os pesquisadores ainda dizem que, ao visitar a região, vão poder entender quais os limites da vida: em que condições de temperatura, pressão e acidez ela é possível. "Podemos descobrir evidências de vida microbiana muito profunda, no fundo da crosta. Ou, quem sabe, até no próprio manto."

Segundo os pesquisadores, a exploração do centro da Terra tem outra semelhança com a exploração espacial, além da busca por territórios desconhecidos e por evidências de vida: ela não tem limites definidos. "Se conseguirmos atingir nosso objetivo, o próximo grande passo será alcançar a divisão entre a camada mais rígida e a menos rígida do manto, que se encontra a 150 quilômetros de profundidade, e está sob 1.300 graus Celsius", afirma Damon Teagle. Depois disso, existem mais 6.000 quilômetros totalmente inexplorados de rochas, magma e ferro. Assim como no espaço, não parecem haver fronteiras para a exploração científica do centro da Terra.

Fonte: veja.abril.com.br

domingo, 28 de abril de 2013

Temperatura no centro da Terra chega a 6.000 graus Celsius


Estimativa supera em mil graus cálculos de experimentos anteriores

Pesquisadores conseguiram determinar que a temperatura da Terra perto de seu centro é de 6.000 graus Celsius, mil graus mais quente do que experimentos anteriores haviam mostrado. Esses cálculos também confirmam modelos geofísicos que previam que, para explicar a formação do campo magnético terrestre, a diferença entre a temperatura do núcleo e do manto terrestre deveria ser de 1.500 graus. O resultado foi publicado nesta quinta-feira na revista Science.


O núcleo da Terra é formado, em sua maior parte, por uma esfera de ferro líquido com temperaturas superiores a 4.000 graus Celsius e pressão equivalente à de 1,3 milhão de atmosferas. Sob essas condições, o ferro se torna tão líquido quanto a água dos oceanos. É apenas no centro dessa esfera, onde as temperaturas e pressão são ainda maiores, que o ferro volta a se solidificar.

Os pesquisadores conhecem a maior parte dessas características a partir da análise do movimento das ondas sísmicas — causadas por terremotos — entre essas camadas. Essas ondas, no entanto, não são capazes de mostrar a temperatura nessas regiões, o que deixa de fora informações importantes para os cientistas compreenderem os movimentos dos materiais que compõem o centro da Terra. Por exemplo, a diferença entre as temperaturas do núcleo e do manto é um dos fatores responsáveis, junto com a rotação do planeta, por gerar o campo magnético da Terra.

Para descobrir a temperatura dessas camadas, os cientistas analisaram a temperatura de fusão do ferro em diferentes pressões, usando equipamentos feitos de diamante para comprimir pequenas partículas de ferro a pressões que são milhões de vezes superiores à exercida pela atmosfera. Nessas condições, os pesquisadores dispararam poderosos raios laser nas amostras, que são capazes de esquentar o material a até quase 5.000 graus Celsius. “Na prática, tivemos de superar muitos desafios experimentais, uma vez que as amostras precisam ser termicamente isoladas e não podem interagir quimicamente com o ambiente. Além disso, mesmo que uma amostra alcance temperatura e pressão extremas como as do centro da Terra, isso só vai acontecer por alguns segundos — período muito curto para determinar se o material começou a derreter ou continua sólido”, Agnès Dewaele, pesquisadora da Comissão Francesa de Energia Atômica e Energias Alternativas, responsável pela pesquisa.

A fim de superar esse problema, os pesquisadores utilizaram raios-X como ferramenta para analisar as amostras de ferro. “Nós desenvolvemos uma nova técnica onde raios-X intensos podem atingir uma amostra e deduzir se ela está sólida, liquida ou parcialmente derretida, em períodos curtos de tempo, de até um segundo. Isso é rápido o suficiente para que a temperatura e pressão das amostras sejam mantidas constantes”, disse Mohamed Mezouar, pesquisador do Laboratório Europeu de Radiação Síncrotron, um dos autores do estudo.

Assim, eles conseguiram determinaram experimentalmente que o ponto de fusão do ferro é de 4.800 graus a uma pressão de 2,2 milhões de atmosferas — os limites do equipamento. Utilizando modelos matemáticos, os pesquisadores calcularam o mesmo ponto de fusão para uma pressão de 3,3 atmosferas, equivalente à sentida na fronteira entre o núcleo sólido e o liquido. O resultado foi 6.000 graus Celsius.


Os pesquisadores também descobriram por que as pesquisas anteriores haviam calculado essa temperatura de forma errada. Segundo os cientistas, a partir dos 2.400 graus, um processo químico conhecido como recristalização acontece na superfície do ferro, levando a mudanças em sua estrutura. A pesquisa anterior havia usado técnicas ópticas para determinar se as amostras estavam sólidas ou líquidas, e é possível que os pesquisadores tenham interpretado a recristalização na superfície da amostra como um sinal de seu derretimento.

Fonte: veja.abril.com.br

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Os robôs vão à guerra


Uma nova geração de armas autônomas está sendo desenvolvida em diversos laboratórios ao redor do mundo. Quando finalmente chegarem ao campo de batalha, devem transformar o modo como as guerras são travadas

Do arco e flecha à bomba atômica, a tecnologia tem sido usada para decidir guerras e conflitos desde o início da civilização humana. Até agora, no entanto, o homem sempre esteve no controle, decidindo quando e em cima de quem descarregar o golpe fatal. Na guerra do futuro, esse poder pode escapar de suas mãos. Daqui a alguns anos, robôs avançados terão a capacidade de decidir quem vive e quem morre nos campos de batalha. Seja se locomovendo sobre quatro patas – impossíveis de derrubar – ou voando a centenas de metros do combate, estarão equipados com metralhadoras e pistolas automáticas e serão capazes de acertar alvos a quilômetros de distância. Se sofrerem algum tipo de dano, estarão equipados com chips capazes de se regenerar, para que continuem em ação ininterruptamente. Inteligentes, saberão o modo mais eficaz de atacar um alvo, causando o maior estrago possível. Esses robôs ainda não são realidade. Mas a tecnologia descrita existe, espalhada por diversos laboratórios científicos nos Estados Unidos — todos financiados pelo exército americano. É apenas questão de tempo para que as armas autônomas e letais saiam dos laboratórios e passem a ser aplicadas nos conflitos humanos, mudando a experiência da guerra para sempre.


Há mais de dez anos, o uso de robôs nos campos e batalha é uma realidade. Hoje, cerca de 12.000 aviões não-tripulados — também chamados de drones — cruzam os céus do Oriente Médio comandados pelo exército americano. O Predator, por exemplo, é usado no Iraque e Afeganistão para missões de vigilância e espionagem, e pode ser controlado desde os Estados Unidos. No chão, mais 8.000 robôs são usados pelos soldados para desarmar bombas a distância, prevenindo danos à tropa. O Packbot, o mais famosos deles, foi desenvolvido pela empresa iRobot, responsável também pelo Roomba, o primeiro aspirador de pó robótico do mundo.

Faltava a esse robôs, no entanto, um grau de autonomia e letalidade que aumentasse sua eficiência nas zonas de guerra. Por isso, nos últimos anos, centenas de drones começaram a receber armas e sistemas de GPS que facilitam sua navegação automática. O SWORD, uma espécie de Packbot com uma arma na topo, já foi enviado ao Afeganistão e Iraque. Ele, no entanto, ainda não é levado muito a sério pelas tropas. Por ser fácil de derrubar e incapaz de se levantar sozinho, é vítima fácil de emboscadas e costuma fornecer armas aos inimigos – recebeu por isso o apelido jocoso de "Veículo de Reabastecimento do Talibã".

Essa tecnologia, no entanto, não dever ser motivo de piada por muito tempo. O que está sendo mostrado no Oriente Médio é apenas a primeira geração de robôs desenvolvidos para a guerra, ainda com uma série de limitações que estão sendo superadas por protótipos testados em diversos laboratórios nos Estados Unidos. Segundo Peter W. Singer, cientista político que já trabalhou com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos e hoje é pesquisador do Instituto Brookings, um think tank sediado em Washington D.C., essa primeira geração é comparável ao Ford T, um dos primeiros carros a ser fabricado em massa no mundo, ainda no início do século XX. Quando eles aparecerem, era impossível prever a importância que os automóveis viriam a ter, e a revolução que causariam no estilo de vida americano. Do mesmo modo, só agora começam a se mostrar as aplicações militares mais avançadas dos robôs, com cada vez mais autonomia em relação aos seus controladores humanos. Segundo Singer, o cenário que se desenha é claro: os homens estão perdendo o monopólio da guerra.

Corrida de cientistas — Os especialistas concordam que os Estados Unidos saem na frente nessa nova corrida armamentista. A maioria dos robôs usados no mundo vêm de seus laboratórios e é de lá que surgem as principais novidades no campo. O principal polo de desenvolvimento das armas robóticas é a DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency - Agência para a Pesquisa de Projetos Avançados de Defesa), agência fundada ainda na década de 50, logo após a União Soviética ter colocado o primeiro satélite em órbita da Terra. À época, seu objetivo era incentivar o desenvolvimento tecnológico americano, para que o país não ficasse defasado durante a Guerra Fria. Hoje a agência é voltada especialmente para novas tecnologias com aplicações militares.

Os cientistas do DARPA costumam financiar pesquisas científicas ousadas e ainda em seus estágios iniciais, sem aplicações imediatas. Os investimentos do grupo são aplicados em uma série de tecnologias experimentais, desde armas sônicas e a laser até exoesqueleteos e interfaces cérebro-máquina — como as desenvolvidas pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis. É importante destacar que as tecnologias financiadas pela agência costumam sair do papel. "O DARPA é importante não só para a robótica mas também para o desenvolvimento de uma grande variedade de inovações que literalmente mudaram o mundo, desde os foguetes que levaram o homem à Lua até a rede mundial de computadores. Quando as pessoas dizem que o governo não e capaz de desenvolver novas tecnologias, eu pergunto: 'você já usou a internet?'", disse Peter W. Singer, em entrevista ao site de VEJA.

Apesar da dianteira, os Estados Unidos não são o único país que domina esse tipo de tecnologia. "Hoje já existem 60 nações que estão usando ou desenvolvendo a robótica para a guerra", diz Peter Assaro, pesquisador da Faculdade de Direito de Stanford especializado nas implicações éticas da tecnologia, em entrevista ao site de VEJA. O Brasil, por exemplo, usa drones (aqui chamados de VANTs, Veículos Aéreos Não Tripulados) para patrulhar fronteiras e monitorar a Amazônia. "A maioria dos países ainda não está desenvolvendo versões armadas dessa tecnologia, mas temos notícia de que pelos menos dez estão", diz o pesquisador. Entre eles, estão Coreia do Sul, China, Rússia e Inglaterra — sinal de que a tendência das armas autônomas é mundial.

Condolências e responsabilidades — Essas tecnologias devem afetar não só os campos de batalha, mas o modo como a guerra é debatida por políticos, eleitores e imprensa. Sem a necessidade de enviar soldados para territórios longínquos, os custos morais de se envolver em um combate diminuem. "Agora, nós possuímos a tecnologia que remove as últimas barreiras políticas à guerra. O principal apelo dos sistemas autônomos é que não precisamos mais enviar o filho de alguém em direção à morte. Se os políticos podem evitar as consequências políticas das cartas de condolências — e o impacto que as mortes têm no eleitorado e na opinião pública — eles passam a avaliar os pesos de guerra e da paz de modo diferente", afirma Singer em um artigo intitulado A Revolução Robótica, publicado pelo Instituto Brookings.

Como exemplo dessa alteração, Singer cita o fato de os drones americanos estarem sendo usados para atacar inimigos em lugares como o Iêmen e o Paquistão — já são mais de 350 ataques — sem que isso seja debatido pelo congresso ou pela imprensa do país. "Algo que antes seria claramente chamado de guerra, não apenas pelos nosso líderes mas também pelo publico e pela imprensa, não é mais tratado como tal", diz.

Ao mesmo tempo, a utilização de robôs autônomos nas zonas de combate faz surgir complicadas questões de responsabilidade. Os robôs podem ter a capacidade de decidir matar alguém, mas não podem ser responsabilizados pelo ato — nenhum juiz em sã consciência mandaria uma máquina para a cadeia. "Imagine que, durante uma missão, um robô mate toda população de uma aldeia isolada, incluindo os civis. Quem na cadeia de comando poderá ser responsabilizado por isso? É difícil dizer, principalmente se o robô se comportou de maneira inesperada e as mortes não foram intencionais. É difícil chamar a situação de crime de guerra, mesmo que exista uma vila cheia de civis mortos. Isso pode acabar se tornando um modo de eliminar a responsabilidade humana dessas questões", diz Peter Assaro.

Alertas – Por esses e outros motivos, Assaro é um defensor do controle desse tipo de tecnologia. Em 2009, em parceria com especialistas de diferentes aéreas, filósofos, engenheiros, cientistas da computação e especialistas em robóticas, ele fundou o ICRAC (International Comitte for Robot Arms Control - Comitê Internacional para o Controle de Armas Robóticas), que propõe o banimento total das tecnologias autônomas letais. "Qualquer tipo de sistema tecnológico — recomendo que você olhe para seu celular ou laptop — quebra, tem falhas e começa funcionar de modos não esperados. Quando eles estão armados com tecnologia letal, esse tipo de imprevisibilidade pode ser muito perigosa", diz.

O grupo, que já conta com mais de cem pesquisadores inscritos, diz que as armas autônomas podem até existir e se tornar comuns nos arsenais dos exércitos. No entanto, é necessário que em algum momento de seu funcionamento exista um humano no controle — seja na hora decidir quais serão os alvos, seja na hora de apertar o gatilho. "A autonomia dessas armas é um perigo às pessoas nas zonas de combate. A inteligência artificial ainda não é capaz de distinguir combatentes de civis ou crianças de adultos. Elas são incapazes de compreender quando um adversário se rende. Esse sistemas são bons em atirar em pessoas, mas entender o funcionamento de leis e tratados, como a Convenção de Genebra, é mais difícil", diz Assaro.

Alguns pesquisadores preocupados com os rumos dessa tecnologia comparam seu estágio atual ao Projeto Manhattan, que desenvolveu as bombas nucleares durante a década de 1940. Pesquisadores de todo o mundo foram até os Estados Unidos trabalhar na pesquisa. A física nuclear era uma área cientificamente excitante e o financiamento era farto. No entanto, seu trabalho levou ao desenvolvimento de uma das armas mais letais da história humana — e inúmeros pesquisadores relataram, anos depois, arrependimento por ter se envolvido no projeto.

Os críticos das armas robóticas dizem que suas consequências podem ser as mesmas, mas não está nas mãos dos cientistas parar seu desenvolvimento. "Ao contrário do que aconteceu com a física atômica, os conhecimentos de hardware e software necessários para construir essas tecnologias estão espalhados pelo globo. Sua aplicação militar é impossível de ser freada pelo esforço de um grupo de pesquisadores. Nós defendemos um tratado internacional entre os governos para frear o desenvolvimento dessas armas", diz Assaro. Os alertas não parecem chamar muito a atenção dos governantes e os robôs letais e autônomos continuam a ser estudados ao redor do mundo — principalmente por causa de seu potencial de retirar os soldados dos momentos mais sangrentos das guerras e poupar um grande número de vidas de pelo menos um dos lados do conflito. Os humanos estão prestes a se tornar obsoletos nos campos de batalha.

Fonte: veja.abril.com.br