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domingo, 8 de setembro de 2013
Idade em que se aprende 2º idioma influencia estrutura cerebral
Quanto mais especializado o cérebro se torna na língua
materna, mais difícil é aprender um novo idioma.
A idade em que uma criança aprende um segundo idioma pode
influenciar sua estrutura cerebral na idade adulta. É o que mostra um estudo de
pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, e da Universidade de Oxford,
na Grã-Bretanha.
Os pesquisadores concluíram pessoas que aprendem um ou dois
idiomas desde o nascimento têm um desenvolvimento cerebral parecido, enquanto
aqueles que aprendem uma segunda língua mais tarde na infância, depois dos três
anos de idade, quando a língua materna já foi adquirida, têm a estrutura
cerebral modificada por esse aprendizado. “Nosso trabalho mostra que a
estrutura do cérebro muda como resultado da nossa experiência com idiomas,
assim como os músculos ou outras partes do corpo podem mudar a partir de uma
experiência específica”, disse Kate Watkins, uma das autoras do estudo, ao site
de VEJA. A pesquisa foi publicada no final de junho na edição online do periódico
Brain and Language.
Mudança estrutural – A equipe utilizou um programa de
computador desenvolvido na própria Universidade McGill para analisar, por meio
de imagens de ressonância magnética, a estrutura cerebral de 66 indivíduos
bilíngues e 22 monolíngues. Os resultados mostraram que, nas pessoas que
aprenderam a segunda língua após adquirirem proficiência no idioma materno, o
giro frontal inferior, área do cérebro relacionada à produção e compreensão da
fala, apresenta alterações: o lado esquerdo se torna mais espesso, enquanto o
giro frontal inferior direto fica mais fino.
Segundo os autores, o fato de o lado esquerdo ser mais
espesso pode indicar que essa região não passou pelo afinamento característico
da maturação do cérebro. “Ou a sua maturação foi atrasada ou as conexões
excessivas não foram ‘aparadas,’ porque elas estão dando suporte para a segunda
língua, adquirida mais tarde”, afirma Denise Klein, principal autora do estudo.
Assim, quanto mais tarde na infância uma pessoa aprender um
segundo idioma, maiores as mudanças estruturais nessa região cerebral.
“Independentemente de serem uma, duas ou mais línguas, nosso estudo mostra que
a idade [em que elas são aprendidas] é o fator crucial para determinar como a
estrutura do cérebro será alterada”, afirma Kate.
As autoras reforçam que aprender outro idioma é bom para o
cérebro em qualquer idade, porém quanto maior a idade de uma pessoa, sua
eficiência para adquirir esse conhecimento tende a ser menor. “Isso pode
acontecer porque o cérebro já se tornou altamente especializado na sua língua
materna, o que torna mais difícil utilizar essa arquitetura para produzir um
idioma diferente”, explica Denise.
Fonte: veja.abril.com.br
domingo, 25 de agosto de 2013
Alucinação musical faz mulher escutar rádio dentro da cabeça
Em caso inédito na medicina, paciente idosa ouve músicas que
não é capaz de reconhecer, mas são familiares para outras pessoas. Segundo
médicos, caso traz à tona questões sobre o funcionamento da memória
Um acontecimento neurológico inédito, apresentado por uma
paciente de 60 anos de idade, pode ampliar os conhecimentos atuais sobre
mecanismos que envolvem a memória, o esquecimento, e o acesso a lembranças
perdidas. O caso, relatado no periódico Frontiers in Neurology por
neurologistas do Centro Médico da Universidade de Loyola, nos Estados Unidos,
retrata a experiência de uma idosa que sofria com um tipo de alucinação musical
que nunca tinha sido visto.
Certa noite, quando a paciente estava tentando dormir, as
músicas começaram como se um rádio estivesse tocando em sua cabeça. Para tornar
o caso ainda mais estranho, ela mesma não era capaz de reconhecer as canções
que estava ouvindo, mas seu marido as reconheceu assim que ela começou a
cantarolar, e afirmou que eram músicas populares. De acordo com os
neurologistas, esse é o primeiro caso em que uma paciente tem uma alucinação
musical com uma música que é familiar para outras pessoas de seu meio, mas não
para ela mesma.
Quatro meses depois dessa noite, a mulher passou a ouvir
músicas o tempo inteiro, todos os dias. Alucinação faz mulher escutar música
desconhecida dentro da cabeçaO volume das canções não mudava, e ela podia ouvir
uma mesma música tocar repetidamente por até três semanas, antes que outra
faixa a substituísse. Mesmo enquanto sofria com a alucinação, a paciente era
capaz de falar e ouvir o que os outros diziam, e mantinha conversas normais.
Segundo os neurologistas, ela apresentou algumas melhoras nos sintomas após o
uso de carbamazepina, uma droga utilizada no tratamento de doenças convulsivas,
como a epilepsia.
Causas — A alucinação musical é um tipo de alucinação
auditiva em que o indivíduo passa a ouvir músicas mesmo quando elas não estão
tocando. A sensação costuma gerar desconforto entre os pacientes, que sabem que
estão tendo alucinações.
Na maioria das vezes, o problema afeta pessoas mais velhas,
e suas causas ainda são incertas. Apesar disso, diversas condições podem ser
consideradas fatores de risco, como audição prejudicada, lesões cerebrais,
epilepsia e intoxicações. No caso mencionado, a paciente apresentava um histórico
de perda auditiva neurossensorial, um tipo de perda de audição causado por
danos às células do ouvido interno. Apenas essa condição, porém, não seria
capaz de originar a alucinação.
Atualmente, ainda não há cura para o problema. Contudo, os
médicos amenizam os sintomas tentando remover suas potenciais causas, quando
possível — como, por exemplo, removendo lesões ou tratando distúrbios
psiquiátricos — e receitando
medicamentos aos pacientes.
Perguntas — Para os neurologistas da Universidade de Loyola,
o caso traz à tona algumas perguntas intrigantes em relação à nossa capacidade
de produzir e esquecer memórias.
Eles trabalham com a hipótese de que todas as músicas
presentes nas alucinações da mulher estavam em uma área de seu cérebro a que
ela tinha acesso apenas quando estava alucinando. No relato do caso, os
neurologistas afirmam que essa hipótese suscita uma das principais perguntas:
as informações esquecidas estão mesmo perdidas, ou são apenas inacessíveis para
nós?
Fonte: veja.abril.com.br
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