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sábado, 13 de julho de 2013
Verme é capaz de regenerar memória após ser decapitado
Pesquisa aponta que a planária consegue recuperar
rapidamente habilidades que havia desenvolvido antes de ter a cabeça cortada
As planárias são vermes muito estudados por sua capacidade
de regenerar partes do corpo, incluindo a cabeça. Um novo estudo da
Universidade Tufts, nos Estados Unidos, mostra que esses animais, que pertencem
ao filo dos platelmintos ("verme achatado"), conseguem recuperar até
a memória. De acordo com a pesquisa, após regenerar o cérebro, a planária
recobra rapidamente as habilidades que havia aprendido antes de ser decapitada.
Os pesquisadores avaliaram a memória das planárias
observando quanto tempo elas levavam para encontrar comida em um determinado
local. Esses vermes não gostam de espaços abertos e iluminados, mas haviam sido
treinados para superar essa aversão. Mesmo após a decapitação, as planárias que
tinham passado pelo treinamento conseguiram chegar ao alimento muito mais
rápido do que aquelas que nunca haviam sido treinadas.
No entanto, o aprendizado da planária não foi recuperado de
forma instantânea. Cada animal precisou passar por mais uma sessão de
treinamento. Os pesquisadores ainda não sabem por que ou como isso ocorre. Uma
hipótese levantada pelos autores é de que haja outro local no corpo desses
vermes, além do cérebro, onde as memórias são armazenadas. Outra é a de que o
treinamento tenha modificado o próprio sistema nervoso das planárias, alterando
a fórmula para a regeneração do cérebro. O artigo descrevendo o experimento foi
publicado no periódico The Journal of Experimental Biology.
Fonte: veja.abril.com.br
sábado, 22 de junho de 2013
Cientistas criam mapa 3D do cérebro em alta resolução
O "Big Brain" é o mais detalhado mapa do cérebro
humano já desenvolvido e contém 100.000 vezes mais dados do que uma ressonância
magnética
Cientistas do Canadá e da Alemanha criaram o mais detalhado
mapa do cérebro humano já desenvolvido. O modelo em 3D, que levou dez anos para
ficar pronto, foi feito com base em imagens do cérebro de uma mulher que
faleceu aos 65 anos. O Big Brain (Grande Cérebro), como foi denominado o
projeto, tem como objetivo facilitar o estudo de doenças cerebrais, como
Alzheimer e Parkinson, e poderá ser utilizado por pesquisadores do mundo todo.
O projeto foi iniciado em 2003 por pesquisadores da
Universidade Heinrich Heine de Düsseldorf , na Alemanha, e da Universidade
McGill em Montreal, Canadá. O Big Brain mostra os neurônios individuais e as
conexões que existem entre eles e, segundo seus criadores, é 50 vezes mais
detalhado do que as tentativas anteriores de mapeamento cerebral e contém
100.000 vezes mais dados do que uma ressonância magnética tradicional. O artigo
que descreve o projeto foi publicado nesta sexta-feira, na revista Science.
Scanner cerebral – Para o desenvolvimento do projeto, foi
escolhido o cérebro de uma doadora que não apresentava sinais de doença
degenerativa ou outros danos ao órgão. O cérebro foi preservado em formol
durante vários meses e depois foi meticulosamente seccionado em 7.400 fatias da
espessura de um fio de cabelo (cerca de 20 micrômetros), para que nenhum
detalhe fosse perdido. Todos os cortes foram digitalizados com um scanner de
alta resolução e o cérebro foi reconstituído.
O resultado é um modelo anatômico das estruturas do cérebro,
no qual os cientistas podem inserir informações adicionais sobre variados
aspectos. Os criadores do projeto planejam colocá-lo à disposição do público
através do portal CBRAIN, mediante cadastro gratuito, a fim de facilitar o
trabalho de pesquisadores de todo o mundo.
"Nós elevamos o nível de percepção a uma magnitude além
do que era possível na virada do século XX", afirmou Alan Evans, professor
do Instituto Neurológico de Montreal, na Universidade McGill, e um dos autores
do estudo. "Este conjunto de dados vai revolucionar nossa habilidade para
compreender a organização interna cerebral", acrescentou.
Katrin Amunts, pesquisador da Universidade de Düsseldorf e
coautor do projeto, afirma que pretende criar outros mapas no estilo do Big
Brain, com o cérebro de um homem e de uma pessoa mais jovem, a fim de capturar
possíveis diferenças relacionadas com o sexo e o desenvolvimento etário.
EUA – Em paralelo, cientistas dos EUA trabalham em outro
mapa do cérebro humano, pensado para ajudar na cura de doenças como o Alzheimer
e a epilepsia, em uma iniciativa anunciada em abril pelo presidente Barack
Obama, que conta com um investimento inicial de US$ 100 milhões.
Fonte: veja.abril.com.br
quarta-feira, 29 de maio de 2013
Tratamento com células-tronco ajuda na recuperação de pacientes que tiveram AVC
Pacientes que tiveram células-tronco neurais injetadas no
cérebro apresentaram melhoras nas funções cognitiva e motora
O primeiro teste clínico de um tratamento com células-tronco
para vítimas de acidente vascular cerebral (AVC) apresentou resultados
positivos. Realizado pela Universidade de Glasgow, na Inglaterra, o estudo será
apresentado durante a Conferência Europeia sobre Derrame - que começa hoje em
Londres e prossegue até 31 de maio.
De acordo com Keith Muir, pesquisador que está liderando o
estudo, os nove pacientes que receberam o tratamento não tiveram efeitos
adversos. Além disso, cinco deles apresentaram uma melhora de leve a moderada
nas funções cognitiva e motora — equilíbrio, mobilidade e força nas mãos. Com
isso, houve aumento na capacidade desses pacientes de realizar tarefas do
dia-a-dia de forma independente.
Muir afirmou que os resultados ultrapassaram suas
expectativas. Ele ressalta, porém, que ainda é difícil saber o quanto dessa
melhora se deve exclusivamente ao tratamento, ou se pode ter havido algum tipo
de efeito placebo.
Estudo — Os nove participantes do estudo tinham de 60 a 80 anos e haviam sofrido
derrames de seis meses a cinco anos antes do início do tratamento. Eles tiveram
células-tronco neurais injetadas diretamente na parte do cérebro que sofreu
danos relacionados ao AVC.
A segunda fase dos testes clínicos, que tem por objetivo
avaliar a eficácia do tratamento, deve ter início no segundo semestre deste
ano. A ideia é que ela envolva inicialmente cerca de 20 pacientes que tenham
sofrido um AVC há poucas semanas. Para que o estudo em torno de um novo
tratamento seja concluído, é necessário que ele passe por três fases de testes
clínicos.
Fonte: veja.abril.com.br
domingo, 21 de abril de 2013
Bebês têm consciência a partir dos cinco meses de idade
Novo método de leitura cerebral é capaz de provar que os
bebês são visualmente conscientes
As mães parecem não ter dúvidas, mas, até agora, os
pesquisadores não possuíam modos de provar que os bebês têm consciência. Testes
usados para mostrar que um indivíduo adulto está ciente do mundo à sua volta
não funcionam com essas crianças, pois dependem de sua capacidade de relatar o
que está percebendo. Um novo estudo publicado nesta quinta-feira na revista
Science descreve um novo método de leitura cerebral capaz de provar que os
bebês são visualmente conscientes — eles vêm um objeto, sabem que o viram e se
lembram disso. E isso acontece a partir dos cinco meses de idade, segundo a
pesquisa.
Para provar a tese, os pesquisadores estudaram um fenômeno
psicológico conhecido como máscara visual. Nele, os cientistas apresentam um
objeto para um indivíduo adulto, mas o retiram do campo de visão rapidamente.
Se ele for retirado rápido o suficiente, pode sumir de sua percepção — sua
consciência não chega a notar a existência do objeto, mesmo que seu cérebro o
tenha registrado.
Os neurocientistas descobriram que leituras cerebrais são
capazes de diferenciar os momentos em que o objeto é mostrado de forma rápida
demais e passa despercebido de quando ele fica tempo suficiente para marcar seu
lugar na memória do indivíduo. No primeiro caso, o cérebro emite um sinal
elétrico nos primeiros 200 a
300 milissegundos, indicando que percebeu o objeto de forma inconsciente. No
outro caso, existe um segundo sinal elétrico, de natureza diferente, que mostra
que o objeto foi visto pelo indivíduo e marcou seu lugar em sua consciência.
No novo estudo, os pesquisadores quiseram ver se a mesma
atividade cerebral podia ser vista em bebês. Para isso, selecionaram três
grupos de crianças: trinta bebês de cinco meses de idade, 29 de doze meses e 21
de quinze meses. Cada uma teve 128 eletrodos instalados em sua cabeça, que
mediam a atividade cerebral enquanto os pesquisadores lhes apresentavam cartões
com faces humanas desenhadas.
A pesquisa mostrou que os bebês apresentavam os mesmos dois
tipos de atividade elétrica que os adultos, indicando que a mesma arquitetura
de percepção já está presente em seu cérebro desde os cinco meses de idade. O
sinal, no entanto, foi mais forte e duradouro nas crianças mais velhas. Segundo
os pesquisadores, isso mostra que esses mecanismos cerebrais passam por uma
aceleração em seu desenvolvimento conforme o indivíduo cresce.
Os neurocientistas sugerem que o teste pode ser usado como
um marcador neurológico da consciência nos bebês. Ele já se provou útil para
indicar se pacientes que passavam por estados vegetativos estavam conscientes
ou não. Agora, eles sugerem que seja usado com o mesmo objetivo em bebês que
estejam passando por anestesia ou doenças severas.
Fonte: veja.abril.com.br
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Cientistas decifram o genoma do peixe-zebra, que será utilizado para estudo de doenças genéticas
O animal apresenta 70% dos genes semelhantes aos dos seres
humanos
Cientistas conseguiram decifrar o genoma do peixe-zebra
(Danio rerio, também conhecido como "Paulistinha"), comumente
utilizado em estudos sobre doenças humanas, e descobriram que 70% dos genes
deste pequeno peixe têm seu equivalente no ser humano.
Este é o maior genoma decifrado até agora (26.000 genes
codificados) e foi sequenciado com tanta precisão "que realmente podemos
fazer comparações diretas entre os seres humanos e os genes do
peixe-zebra", explicou Derek Stemple, geneticista do Wellcome Trust Sanger
Institute de Cambridge, no Reino Unido.
De acordo com o cientista, que chefiou dois estudos
publicados esta quarta-feira na revista britânica Nature, 70% dos genes humanos
têm um homólogo no peixe-zebra e, levando em consideração apenas os genes
associados às doenças humanas, a proporção chega a 84%.
"Por exemplo, a principal causa da distrofia muscular
no ser humano reside nas mutações de um gene chamado distrofina, e os
peixes-zebra têm um gene distrofina. É muito similar. E as mutações do gene
distrofina nos peixes-zebra também provocam neles a distrofia muscular",
destacou Derek Stemple em vídeo exibido na Nature para acompanhar estes
estudos.
"A ideia é usar um organismo modelo como o peixe-zebra
para tentar ver exatamente o que estes genes fazem, revisar cada gene do genoma
e ver o que provoca no peixe uma perda de função", disse Ross
Kettleborough, que trabalhou na decodificação.
Banco de dados – Segundo os cientistas, como os genes do
peixe-zebra são muito semelhantes aos nossos, isso melhoraria consideravelmente
nosso conhecimento sobre biologia humana. "Até o momento, identificamos as
variações (mutações) de cerca de 40% dos genes do peixe-zebra e descrevemos os
efeitos dessas variações em 1.200 genes", informou Elisabeth Busch-Nentwich,
co-autora do estudo.
"Uma vez identificadas essas variações, estudamos as
mudanças que provocam, descrevemos essas mudanças e as introduzimos na base de
dados à qual cientistas de todo o mundo têm acesso livre", explicou.
Fonte: veja.abril.com.br
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Cientistas usam ressonância magnética para ler sonhos
Analisando a atividade cerebral de uma pessoa durante o
sono, equipe japonesa conseguiu identificar o tipo de imagem que estava sendo
vista
Pesquisadores japoneses inventaram uma espécie de
"leitor de sonhos" com base no monitoramento da atividade cerebral.
Eles utilizaram imagens de ressonância magnética para identificar o que as
pessoas estavam sonhando, e, de acordo com o estudo, publicado online nesta
quinta-feira na revista Science, foram bem-sucedidos em cerca de 60% dos casos.
Para que isso fosse possível, os pesquisadores tiveram
primeiro que "treinar" o sistema. Três voluntários tiveram os
cérebros monitorados por ressonância magnética enquanto dormiam, e eram
acordados todas as vezes em que atividade cerebral era detectada no córtex
visual, para relatar com o que estavam sonhando. Os pesquisadores selecionaram
nos relatos palavras-chave relacionadas a objetos ou cenas visuais. As palavras
foram inseridas em uma base de dados que as organizou em grupos lexicais – as
palavras "casa", "hotel" e "prédio", por exemplo,
foram agrupadas.
Apesar de a maior parte dos sonhos estar associada ao sono
REM (Rapid Eye Movement – em português, "movimento rápido dos
olhos"), ele pode acontecer em outras fases do sono. O estudo teve como
foco a fase transitória entre estar acordado e adormecer, para que fosse
possível realizar um número maior de observações, acordando os participantes
com frequência para que eles relatassem com o que estavam sonhando.
Foram selecionadas imagens que representassem cada grupo de
palavras. Os pesquisadores então mediram a atividade cerebral de cada
voluntário ao observar as imagens de cada grupo do banco de dados."Nós
esperamos que essas descobertas levem a um melhor entendimento do funcionamento
do sonho e de eventos neurais espontâneos", escrevem os autores.
Fonte: veja.abril.com.br
terça-feira, 26 de março de 2013
Resfriado e gripe são estágios diferentes da mesma doença?
Não. Ainda que resfriado e gripe sejam viroses muito semelhantes, elas
são doenças provocadas por vírus de tipos distintos e cada um deles tem
um desenvolvimento clínico próprio, ou seja, uma – a gripe – não é a
complicação da outra – o resfriado.
O resfriado é uma infecção relativamente simples, que se caracteriza pela inflamação da mucosa do trato respiratório superior. Uma pessoa resfriada geralmente apresenta irritação da garganta, coriza (secreção nasal) e, eventualmente, febre baixa. O resfriado é causado por diversos vírus, que pertencem a cinco famílias diferentes ( os mais comuns são os adenovírus e os rinovírus).
Aparentemente, a forma mais comum de transmissão desses vírus é o contágio direto por meio das mãos ou de objetos contaminados por elas. Outra forma de contaminação acontece pelo ar. Ao respirar, uma pessoa resfriada espalha no ar milhares de gotículas de saliva e muco contendo os vírus da doença. Se uma pessoa sadia respira esse as contaminado, alguns desses vírus podem entrar em contato com sua mucosa respiratória e a pessoa desenvolve a doença.
Em geral, o resfriado é uma infecção branda que dura poucos dias. No entanto, há casos em que ocorrem infecções bacterianas simultâneas ao resfriado ou logo após ele. Essas infecções são chamadas oportunistas, pois são facilitadas devido à inflamação da mucosa respiratório provocada pelo resfriamento. Entre elas são comuns a sinusite ( nos seios nasais – cavidades dos ossos frontais ), a laringite ( na laringe ), a otite ( na orelha ) e até a pneumonia ( nos pulmões ).
Gripe
A gripe é uma infecção respiratória causada por vírus do tipo influenzae. Existem basicamente duas linhagens distintas do vírus da gripe, a A e a B, que são responsáveis pelas chamadas pandemias – epidemias de gripe que se espalham periodicamente por todo o planeta.
Uma terceira linhagem, o vírus influenzae do tipo C, causa uma infecção respiratória muito leve, semelhante ao resfriado, e não provoca epidemias. A “gripe suína”, que começou a se manifestar em 2009, é causada por uma gripe, denominada pelos especialistas de influenza do tipo A (H1N1), surgida a partir de mutações ocorridas em vírus que provocam a gripe em humanos, aves e porcos.
O vírus influenzae se dissemina principalmente pelo ar, por meio de gotículas em suspensão lançadas pela tosse ou espirro de alguém gripado. Além dessa forma, também existe a possibilidade de contaminação pelas mãos, depois de tocar, por exemplo, as mãos de alguém que esteja gripado ou um objeto que tenha sido infectado.
O período de incubação do vírus – tempo entre o contágio e o início dos sistemas da doença – é em geralmente de 1 a 2 dias. Depois disso, as manifestações respiratórias que se seguem são mais intensas do que as do resfriado: dores de garganta, obstrução nasal e tosse, acompanhadas de mal-estar generalizado, com dores musculares, dor de cabeça intensa e febre alta. Mais infecções bacterianas oportunistas, como sinusite, otite, faringite, bronquite e pneumonia.
Resfriado
O resfriado é uma infecção relativamente simples, que se caracteriza pela inflamação da mucosa do trato respiratório superior. Uma pessoa resfriada geralmente apresenta irritação da garganta, coriza (secreção nasal) e, eventualmente, febre baixa. O resfriado é causado por diversos vírus, que pertencem a cinco famílias diferentes ( os mais comuns são os adenovírus e os rinovírus).
Aparentemente, a forma mais comum de transmissão desses vírus é o contágio direto por meio das mãos ou de objetos contaminados por elas. Outra forma de contaminação acontece pelo ar. Ao respirar, uma pessoa resfriada espalha no ar milhares de gotículas de saliva e muco contendo os vírus da doença. Se uma pessoa sadia respira esse as contaminado, alguns desses vírus podem entrar em contato com sua mucosa respiratória e a pessoa desenvolve a doença.
Em geral, o resfriado é uma infecção branda que dura poucos dias. No entanto, há casos em que ocorrem infecções bacterianas simultâneas ao resfriado ou logo após ele. Essas infecções são chamadas oportunistas, pois são facilitadas devido à inflamação da mucosa respiratório provocada pelo resfriamento. Entre elas são comuns a sinusite ( nos seios nasais – cavidades dos ossos frontais ), a laringite ( na laringe ), a otite ( na orelha ) e até a pneumonia ( nos pulmões ).
Gripe
A gripe é uma infecção respiratória causada por vírus do tipo influenzae. Existem basicamente duas linhagens distintas do vírus da gripe, a A e a B, que são responsáveis pelas chamadas pandemias – epidemias de gripe que se espalham periodicamente por todo o planeta.
Uma terceira linhagem, o vírus influenzae do tipo C, causa uma infecção respiratória muito leve, semelhante ao resfriado, e não provoca epidemias. A “gripe suína”, que começou a se manifestar em 2009, é causada por uma gripe, denominada pelos especialistas de influenza do tipo A (H1N1), surgida a partir de mutações ocorridas em vírus que provocam a gripe em humanos, aves e porcos.
O vírus influenzae se dissemina principalmente pelo ar, por meio de gotículas em suspensão lançadas pela tosse ou espirro de alguém gripado. Além dessa forma, também existe a possibilidade de contaminação pelas mãos, depois de tocar, por exemplo, as mãos de alguém que esteja gripado ou um objeto que tenha sido infectado.
O período de incubação do vírus – tempo entre o contágio e o início dos sistemas da doença – é em geralmente de 1 a 2 dias. Depois disso, as manifestações respiratórias que se seguem são mais intensas do que as do resfriado: dores de garganta, obstrução nasal e tosse, acompanhadas de mal-estar generalizado, com dores musculares, dor de cabeça intensa e febre alta. Mais infecções bacterianas oportunistas, como sinusite, otite, faringite, bronquite e pneumonia.
segunda-feira, 25 de março de 2013
Reposição de proteína melhora funções cognitivas em ratos com síndrome de Down
Estudo que identificou a origem molecular da doença mostrou
como a presença de um cromossomo 21 extra pode causar danos cognitivos e de
memória.
Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram evidências de
como a trissomia do cromossomo 21, encontrada em pacientes com síndrome de
Down, altera o desenvolvimento do cérebro desses pacientes. A causa seria uma
molécula sintetizada pelo cromossomo 21, capaz de inibir uma proteína
relacionada à função cerebral. O estudo, publicado neste domingo no periódico
Nature Medicine, mostra que a reposição dessa proteína foi capaz de melhorar a
capacidade cognitiva e o comportamento de camundongos com a doença.
Neurônios de um rato normal (à esquerda) são mais longos e
numerosos que os de um rato no qual falta a proteína
A proteína em estudo, chamada sorting nexin 27 (SNX27), é
responsável por manter receptores de glutamato (principal neurotransmissor que
estimula o cérebro) na superfície dos neurônios, o que contribui para o
funcionamento correto dessas células cerebrais.
Os autores da pesquisa observaram que camundongos que produziam uma
quantidade menor dessa proteína apresentavam prejuízos de memória e aprendizado.
Pacientes com síndrome de Down também têm níveis mais baixos
de SNX27. A razão disso é que o cromossomo 21 — portadores dessa doença possuem
três cópias ao invés de duas — produz uma partícula de microRNA (pequeno pedaço
de material genético que influencia a produção de outros genes) denominada
miR-155. Essa partícula está relacionada à redução dos níveis de SNX27 no
organismo.
Isso significa que a presença de um cromossomo 21 extra
aumenta a quantidade de miR-155, o que afeta a produção da proteína SNX27. Sem
essa proteína, a quantidade de receptores de glutamato nos neurônios é
reduzida, o que provoca danos no aprendizado e memória. "Nós acreditamos que
a ausência de SNX27 é pelo menos parcialmente culpada pelos problemas
cognitivos e de desenvolvimento desses pacientes", afirma Huaxi Xu,
principal autor do estudo.
Soluções – Os pesquisadores inseriram a proteína SNX27
humana no cérebro de camundongos com síndrome de Down para verificar se os
danos cognitivos poderiam ser revertidos.
"Tudo volta ao normal após o tratamento com SNX27. É
incrível: primeiro nós vemos os receptores de glutamato voltarem, então os
problemas de memória são reparados nos camundongos com síndrome de Down",
disse Xin Wang, integrante da equipe de pesquisadores.
Fonte: veja.abril.com.br
Alzheimer pode ser “efeito colateral” da evolução do cérebro
A doença de Alzheimer pode ser um “efeito colateral” ocasionado pela
evolução do cérebro do homem, ao menos segundo as conclusões de um
estudo publicado nesta semana, no periódico Journal of Alzheimer’s Disease.
De acordo com a pesquisa, a doença está associada à vulnerabilidade de
uma determinada região do cérebro responsável pela cognição.
A pesquisa, feita pelo Centro Nacional de Investigação sobre a Evolução Humana, na Espanha, estudou a doença em sua fase inicial. De acordo com o trabalho, nessa etapa, o Alzheimer é caracterizado por um defeito metabólico no lobo parietal do cérebro — uma região do órgão responsável pela capacidade cognitiva e que diferencia o homem dos outros animais, inclusive dos demais primatas.
O desenvolvimento dessa área do cérebro, que não é encontrada em outras espécies, é considerado pelos pesquisadores como a maior mudança no cérebro humano nos últimos cinco milhões de anos. Os autores sugerem que a vulnerabilidade dessa região cerebral esteja associada à origem da espécie, pois o desenvolvimento do lobo parietal nos humanos modernos influenciou a organização espacial do cérebro, provocando mudanças na vascularização e no controle de energia, o que torna essa área sensível aos danos metabólicos relacionados à doença.
Para Emiliano Bruner, um dos autores do estudo, o trabalho abre um novo campo de pesquisa sobre a doença, que até agora era associada aos danos celulares nas áreas temporais e frontais do cérebro. Ele acredita que os prejuízos nessas áreas não são a causa da doença, mas uma de suas consequências.
De acordo com o pesquisador, a identificação do lobo parietal como origem do Alzheimer poderia justificar o fato de a doença não afetar outras espécies, uma vez que se trata de uma zona cerebral presente apenas no Homo sapiens. Burner acredita que a seleção natural não eliminou o Alzheimer porque a doença surge principalmente em idades avançadas, quando o indivíduo já não pode mais se reproduzir.
Fonte: veja.abril.com.br
A pesquisa, feita pelo Centro Nacional de Investigação sobre a Evolução Humana, na Espanha, estudou a doença em sua fase inicial. De acordo com o trabalho, nessa etapa, o Alzheimer é caracterizado por um defeito metabólico no lobo parietal do cérebro — uma região do órgão responsável pela capacidade cognitiva e que diferencia o homem dos outros animais, inclusive dos demais primatas.
O desenvolvimento dessa área do cérebro, que não é encontrada em outras espécies, é considerado pelos pesquisadores como a maior mudança no cérebro humano nos últimos cinco milhões de anos. Os autores sugerem que a vulnerabilidade dessa região cerebral esteja associada à origem da espécie, pois o desenvolvimento do lobo parietal nos humanos modernos influenciou a organização espacial do cérebro, provocando mudanças na vascularização e no controle de energia, o que torna essa área sensível aos danos metabólicos relacionados à doença.
Para Emiliano Bruner, um dos autores do estudo, o trabalho abre um novo campo de pesquisa sobre a doença, que até agora era associada aos danos celulares nas áreas temporais e frontais do cérebro. Ele acredita que os prejuízos nessas áreas não são a causa da doença, mas uma de suas consequências.
De acordo com o pesquisador, a identificação do lobo parietal como origem do Alzheimer poderia justificar o fato de a doença não afetar outras espécies, uma vez que se trata de uma zona cerebral presente apenas no Homo sapiens. Burner acredita que a seleção natural não eliminou o Alzheimer porque a doença surge principalmente em idades avançadas, quando o indivíduo já não pode mais se reproduzir.
Fonte: veja.abril.com.br
As cicatrizes da evolução humana
Complicações no parto, hérnias de disco, dentes do siso, dores nas
costas e nos pés. A mesma seleção natural que permitiu à espécie humana
sobreviver por milênios também é responsável por boa parte do sofrimento
que a acompanhou durante todo esse tempo.
O ser humano não é um projeto acabado. Ele é produto de milhões de anos de seleção natural: uma sucessão de mudanças genéticas aleatórias que ajudaram na sobrevivência do indivíduo e se acumulam no DNA da espécie. As mudanças são lentas e nem sempre levam em conta o bem-estar do indivíduo. A prova disso está no próprio corpo do Homo sapiens — mais precisamente, nas falhas desse corpo. A dor de dente, a hérnia de disco, o joanete e o complicado parto humano são algumas das mostras de que o homem surgiu a partir de uma enorme sucessão de tentativas e erros — e não foi feito para durar muito. “Desde Darwin sabemos que não somos perfeitos. A evolução produz função e não perfeição. Para a espécie se desenvolver, basta que o organismo sobreviva o suficiente para passar seus genes adiante”, afirma Jeremy de Silva, antropólogo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, que apresentou uma palestra sobre o tema no Encontro Anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, realizado entre os dias 14 e 18 de fevereiro em Boston, nos Estados Unidos.
As falhas de projeto começam na própria fundação do corpo humano: o esqueleto. As espécies das quais o homem descende andavam sobre as quatro patas. Quando os ancestrais humanos passaram a se locomover sobre os dois pés, adquiriram imensa agilidade e ganharam uma liberdade inédita para suas mãos. Mas, para isso, sua coluna vertebral teve de passar por um rearranjo radical. “A coluna de nossos ancestrais se organizava na horizontal. Quando ficamos bípedes, tivemos de empilhar todos os ossos que estavam nessa coluna, e ainda colocamos a cabeça no topo. Fazer com que esse novo arranjo seja capaz de equilibrar todo o peso do corpo é pedir para ter problemas”, diz Bruce Latimer, antropólogo na Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, que também participou da palestra.
A dor na região lombar, por exemplo, está entre as mais comuns da espécie humana — 80% dos adultos vão senti-la em algum momento da vida —, e é causada diretamente por essa postura bípede. Segundo o antropólogo, a coluna humana adquiriu uma série de curvas para equilibrar todo esse peso, resultando em um formato de S. Isso faz com que alguns pontos acabem sofrendo mais pressão que outros, podendo levar à lordose, cifose e escoliose, transtornos que acontecem, respectivamente, quando a coluna vertebral se curva demais para dentro, fora ou para os lados, podendo provocar dor de forma crônica.
A espinha pode ser danificada pelo próprio modo como os seres humanos se locomovem: colocando um pé para frente de cada vez e mexendo as mãos de forma inversa, para manter o equilíbrio. “Ao fazer isso, torcemos a coluna milhões de vezes ao longo da vida”, diz Bruce Latimer. A torção constante pode levar ao deslocamento de um dos discos cartilaginosos que formam a coluna. Se esse deslocamento pressionar um dos nervos locais, a dor pode se tornar insuportável — é a hérnia de disco. Segundo o antropólogo, nenhum desses problemas é comum entre os outros primatas, que ainda mantêm a locomoção sobre as quatro patas. Essas dores são parte da condição humana.
Sofrimento antigo — Segundo os pesquisadores, se um engenheiro tivesse de desenvolver o corpo humano, o resultado seria totalmente diferente do atual. Um exemplo disso é o formato de seu pé. “O pé do atleta paralímpico Oscar Pistorius é um exemplo de um órgão bem projetado: feito de uma simples lâmina, desenhado para suportar o peso e perfeito para o movimento”, diz Jeremy de Silva. O pé humano, ao contrário, não surgiu de uma prancheta, mas é o produto modificado de seus ancestrais primatas. Ele é uma estrutura móvel, formada por 26 peças — os ossos — presas em seus lugares pelos ligamentos e músculos. “É o equivalente evolutivo a clipes de papel e fita adesiva”, diz de Silva. Se o pé se mantém assim até hoje, é porque cumpre sua função, sustentando todo o peso do corpo e permitindo enorme mobilidade. No entanto, as consequências disso são entorses no tornozelo, inflamações nas plantas dos pés, pés chatos e joanetes”.
Nenhum desses problemas, das dores nas costas às dos pés, é causado apenas pelo estilo de vida moderno. Mesmo que o sedentarismo e o uso de calçados possa piorar grande parte dessas condições, nenhuma é causada unicamente por isso. Diversos fósseis antigos apresentam indícios de que o corpo humano sempre possuiu uma série de defeitos intrínsecos. “Lucy, o famoso fóssil de um Australopithecus afarensis que viveu há mais de três milhões de anos, já apresentava sinais de problemas na coluna”, diz Bruce Latimer. Pode parecer estranho o fato de esses defeitos serem tão antigos e, mesmo assim, não terem sido eliminados durante a evolução da espécie humana. Mas a maioria desses problemas só aparece tardiamente na vida do indivíduo, perto dos 50 anos, passada sua idade reprodutiva. A partir do momento em que ele já transmitiu seus genes para a geração seguinte, a seleção natural deixa o indivíduo por sua conta e risco. Hoje em dia, com a humanidade vivendo cada vez mais, essas falhas ganham mais destaque.
Projeto sem fim — A evolução não deixou apenas cicatrizes na espécie humana, mas também feridas abertas. Os Homo sapiens atuais não são apenas produto da seleção natural, mas seus agentes diretos — ela ainda está acontecendo em seus corpos. O exemplo mais claro disso é a presença — e a ausência — dos dentes do siso. Os ancestrais humanos possuíam grandes maxilares, com espaço suficiente para o desenvolvimento completo dos dentes posteriores, como os molares e pré-molares. Com o aumento progressivo do cérebro ao longo dos milênios, o crânio humano começou a se organizar de modo diferente. O espaço destinado para a caixa craniana cresceu, às custas das partes inferiores da cabeça. Com isso, o maxilar não era mais capaz de suportar os antigos 32 dentes. Muitas vezes, o terceiro molar, o último dente a nascer, não conseguia mais se desenvolver por completo. Em alguns casos, ele crescia na direção horizontal, pressionando o resto da arcada dentária ou danificando o tecido mole da boca.
Fato é que a evolução humana ainda não acabou — e nunca vai acabar, enquanto a espécie existir — , mas os cientistas não fazem ideia sobre o caminho que irá traçar daqui para frente. As possibilidades são muitas e o processo é extremamente lento. “Sabemos que a evolução não cria características a partir do nada. Ela faz o melhor com o material que já existe” diz Jeremy de Silva. A partir do material disponível, o que dá para adiantar é que, independente da mudança a caminho, os humanos vão continuar funcionais, mas imperfeitos.
Fonte: veja.abril.com.br
O ser humano não é um projeto acabado. Ele é produto de milhões de anos de seleção natural: uma sucessão de mudanças genéticas aleatórias que ajudaram na sobrevivência do indivíduo e se acumulam no DNA da espécie. As mudanças são lentas e nem sempre levam em conta o bem-estar do indivíduo. A prova disso está no próprio corpo do Homo sapiens — mais precisamente, nas falhas desse corpo. A dor de dente, a hérnia de disco, o joanete e o complicado parto humano são algumas das mostras de que o homem surgiu a partir de uma enorme sucessão de tentativas e erros — e não foi feito para durar muito. “Desde Darwin sabemos que não somos perfeitos. A evolução produz função e não perfeição. Para a espécie se desenvolver, basta que o organismo sobreviva o suficiente para passar seus genes adiante”, afirma Jeremy de Silva, antropólogo da Universidade de Boston, nos Estados Unidos, que apresentou uma palestra sobre o tema no Encontro Anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, realizado entre os dias 14 e 18 de fevereiro em Boston, nos Estados Unidos.
As falhas de projeto começam na própria fundação do corpo humano: o esqueleto. As espécies das quais o homem descende andavam sobre as quatro patas. Quando os ancestrais humanos passaram a se locomover sobre os dois pés, adquiriram imensa agilidade e ganharam uma liberdade inédita para suas mãos. Mas, para isso, sua coluna vertebral teve de passar por um rearranjo radical. “A coluna de nossos ancestrais se organizava na horizontal. Quando ficamos bípedes, tivemos de empilhar todos os ossos que estavam nessa coluna, e ainda colocamos a cabeça no topo. Fazer com que esse novo arranjo seja capaz de equilibrar todo o peso do corpo é pedir para ter problemas”, diz Bruce Latimer, antropólogo na Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos, que também participou da palestra.
A dor na região lombar, por exemplo, está entre as mais comuns da espécie humana — 80% dos adultos vão senti-la em algum momento da vida —, e é causada diretamente por essa postura bípede. Segundo o antropólogo, a coluna humana adquiriu uma série de curvas para equilibrar todo esse peso, resultando em um formato de S. Isso faz com que alguns pontos acabem sofrendo mais pressão que outros, podendo levar à lordose, cifose e escoliose, transtornos que acontecem, respectivamente, quando a coluna vertebral se curva demais para dentro, fora ou para os lados, podendo provocar dor de forma crônica.
A espinha pode ser danificada pelo próprio modo como os seres humanos se locomovem: colocando um pé para frente de cada vez e mexendo as mãos de forma inversa, para manter o equilíbrio. “Ao fazer isso, torcemos a coluna milhões de vezes ao longo da vida”, diz Bruce Latimer. A torção constante pode levar ao deslocamento de um dos discos cartilaginosos que formam a coluna. Se esse deslocamento pressionar um dos nervos locais, a dor pode se tornar insuportável — é a hérnia de disco. Segundo o antropólogo, nenhum desses problemas é comum entre os outros primatas, que ainda mantêm a locomoção sobre as quatro patas. Essas dores são parte da condição humana.
Sofrimento antigo — Segundo os pesquisadores, se um engenheiro tivesse de desenvolver o corpo humano, o resultado seria totalmente diferente do atual. Um exemplo disso é o formato de seu pé. “O pé do atleta paralímpico Oscar Pistorius é um exemplo de um órgão bem projetado: feito de uma simples lâmina, desenhado para suportar o peso e perfeito para o movimento”, diz Jeremy de Silva. O pé humano, ao contrário, não surgiu de uma prancheta, mas é o produto modificado de seus ancestrais primatas. Ele é uma estrutura móvel, formada por 26 peças — os ossos — presas em seus lugares pelos ligamentos e músculos. “É o equivalente evolutivo a clipes de papel e fita adesiva”, diz de Silva. Se o pé se mantém assim até hoje, é porque cumpre sua função, sustentando todo o peso do corpo e permitindo enorme mobilidade. No entanto, as consequências disso são entorses no tornozelo, inflamações nas plantas dos pés, pés chatos e joanetes”.
Nenhum desses problemas, das dores nas costas às dos pés, é causado apenas pelo estilo de vida moderno. Mesmo que o sedentarismo e o uso de calçados possa piorar grande parte dessas condições, nenhuma é causada unicamente por isso. Diversos fósseis antigos apresentam indícios de que o corpo humano sempre possuiu uma série de defeitos intrínsecos. “Lucy, o famoso fóssil de um Australopithecus afarensis que viveu há mais de três milhões de anos, já apresentava sinais de problemas na coluna”, diz Bruce Latimer. Pode parecer estranho o fato de esses defeitos serem tão antigos e, mesmo assim, não terem sido eliminados durante a evolução da espécie humana. Mas a maioria desses problemas só aparece tardiamente na vida do indivíduo, perto dos 50 anos, passada sua idade reprodutiva. A partir do momento em que ele já transmitiu seus genes para a geração seguinte, a seleção natural deixa o indivíduo por sua conta e risco. Hoje em dia, com a humanidade vivendo cada vez mais, essas falhas ganham mais destaque.
Projeto sem fim — A evolução não deixou apenas cicatrizes na espécie humana, mas também feridas abertas. Os Homo sapiens atuais não são apenas produto da seleção natural, mas seus agentes diretos — ela ainda está acontecendo em seus corpos. O exemplo mais claro disso é a presença — e a ausência — dos dentes do siso. Os ancestrais humanos possuíam grandes maxilares, com espaço suficiente para o desenvolvimento completo dos dentes posteriores, como os molares e pré-molares. Com o aumento progressivo do cérebro ao longo dos milênios, o crânio humano começou a se organizar de modo diferente. O espaço destinado para a caixa craniana cresceu, às custas das partes inferiores da cabeça. Com isso, o maxilar não era mais capaz de suportar os antigos 32 dentes. Muitas vezes, o terceiro molar, o último dente a nascer, não conseguia mais se desenvolver por completo. Em alguns casos, ele crescia na direção horizontal, pressionando o resto da arcada dentária ou danificando o tecido mole da boca.
Fato é que a evolução humana ainda não acabou — e nunca vai acabar, enquanto a espécie existir — , mas os cientistas não fazem ideia sobre o caminho que irá traçar daqui para frente. As possibilidades são muitas e o processo é extremamente lento. “Sabemos que a evolução não cria características a partir do nada. Ela faz o melhor com o material que já existe” diz Jeremy de Silva. A partir do material disponível, o que dá para adiantar é que, independente da mudança a caminho, os humanos vão continuar funcionais, mas imperfeitos.
Fonte: veja.abril.com.br
domingo, 24 de março de 2013
Nanopartícula feita de veneno de abelha pode matar vírus da aids
Carregada com a toxina melitina, a partícula consegue romper o envelope
de proteção do vírus HIV. Uma toxina presente no veneno de abelhas pode
ajudar a combater o vírus do HIV. Em uma pesquisa publicada no
periódico Antiviral Therapy, pesquisadores da Universidade de
Washington conseguiram que uma nanopartícula carregada com a toxina
melitina destruísse o vírus. Segundo eles, a descoberta pode ser um
passo importante no desenvolvimento de um gel vaginal eficaz em prevenir
a disseminação do vírus causador da aids.
A toxina melitina, presente no veneno da abelha, tem uma ação tão potente que consegue fazer pequenos buracos na camada protetora que envolve o HIV — assim como outros vírus. Quando essa toxina é colocada dentro das nanopartículas, no entanto, as células normais não são prejudicadas por sua ação. Isso porque a equipe de pesquisadores adicionou uma espécie de pára-choques de proteção em sua superfície. Assim, quando entra em contato com uma célula normal, que é muito maior em tamanho, a nanopartícula se afasta. O vírus do HIV, por outro lado, é menor do que a nanopartícula, cabendo no espaço existente entre esses pára-choques. Ao fazer contato com a superfície da partícula, o HIV entra em contato também com a toxina da abelha. “A melitina forma pequenos complexos de poros e rompe o envelope do vírus, arrancando esse envelope”, diz Joshua L. Hood, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Ataque — Segundo os pesquisadores, uma das vantagens da nova abordagem é que a nanopartícula ataca uma parte essencial da estrutura viral: o envelope protetor. A maioria dos medicamentos anti-HIV disponíveis hoje no mercado atuam inibindo a habilidade do vírus de se replicar. Essa estratégia, no entanto, não consegue barrar a infecção inicial, e algumas cepas do vírus acabam driblando o remédio e se reproduzindo mesmo assim. “Teoricamente, não há como o vírus se adaptar a nossa técnica. O vírus precisa ter essa capa protetora, essa camada dupla que o reveste.”
Além da prevenção na forma de gel vaginal, Hood também espera que essas nanopartículas possam ser usadas como uma terapia para infecções por HIV já existentes, especialmente aquelas resistentes a drogas. Nesse contexto, as nanopartículas poderiam ser injetadas no paciente de maneira intravenosa e, em tese, seriam capazes de eliminar o HIV da corrente sanguínea. ”A partícula básica que estamos usando no experimento foi desenvolvida há muitos anos como um produto sanguíneo artificial”, diz Hood. “Ela não funcionou muito bem para a entrega de oxigênio, mas circula de maneira segura pela corrente sanguínea e nos dá uma boa plataforma adaptável para o combate a diferentes tipos de infecção.” Como a melitina ataca indiscriminadamente membranas duplas, o conceito não se limita apenas ao HIV. Diversos vírus, incluindo hepatite B e C, contam com o mesmo tipo de envelope protetor e seriam vulneráveis às nanopartículas carregadas com melitina.
Contracepção — Embora essa pesquisa em particular não se refira a métodos contraceptivos, de acordo com Joshua Hood, o gel poderia facilmente ser adaptado para ter os espermatozoides como alvos. “Estamos olhando também para casais em que apenas um parceiro tem HIV, e que querem ter um bebê”, diz Hood. “Essas partículas, por si só, são bastante seguras para o esperma, da mesma maneira que são para as células vaginais.” Embora a pesquisa tenha sido feita em células laboratoriais, Hood afirma que as nanoparticulas podem ser facilmente fabricadas em grandes quantias, em volume necessário para testes clínicos.
Fonte: veja.abril.com.br
A toxina melitina, presente no veneno da abelha, tem uma ação tão potente que consegue fazer pequenos buracos na camada protetora que envolve o HIV — assim como outros vírus. Quando essa toxina é colocada dentro das nanopartículas, no entanto, as células normais não são prejudicadas por sua ação. Isso porque a equipe de pesquisadores adicionou uma espécie de pára-choques de proteção em sua superfície. Assim, quando entra em contato com uma célula normal, que é muito maior em tamanho, a nanopartícula se afasta. O vírus do HIV, por outro lado, é menor do que a nanopartícula, cabendo no espaço existente entre esses pára-choques. Ao fazer contato com a superfície da partícula, o HIV entra em contato também com a toxina da abelha. “A melitina forma pequenos complexos de poros e rompe o envelope do vírus, arrancando esse envelope”, diz Joshua L. Hood, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.
Ataque — Segundo os pesquisadores, uma das vantagens da nova abordagem é que a nanopartícula ataca uma parte essencial da estrutura viral: o envelope protetor. A maioria dos medicamentos anti-HIV disponíveis hoje no mercado atuam inibindo a habilidade do vírus de se replicar. Essa estratégia, no entanto, não consegue barrar a infecção inicial, e algumas cepas do vírus acabam driblando o remédio e se reproduzindo mesmo assim. “Teoricamente, não há como o vírus se adaptar a nossa técnica. O vírus precisa ter essa capa protetora, essa camada dupla que o reveste.”
Além da prevenção na forma de gel vaginal, Hood também espera que essas nanopartículas possam ser usadas como uma terapia para infecções por HIV já existentes, especialmente aquelas resistentes a drogas. Nesse contexto, as nanopartículas poderiam ser injetadas no paciente de maneira intravenosa e, em tese, seriam capazes de eliminar o HIV da corrente sanguínea. ”A partícula básica que estamos usando no experimento foi desenvolvida há muitos anos como um produto sanguíneo artificial”, diz Hood. “Ela não funcionou muito bem para a entrega de oxigênio, mas circula de maneira segura pela corrente sanguínea e nos dá uma boa plataforma adaptável para o combate a diferentes tipos de infecção.” Como a melitina ataca indiscriminadamente membranas duplas, o conceito não se limita apenas ao HIV. Diversos vírus, incluindo hepatite B e C, contam com o mesmo tipo de envelope protetor e seriam vulneráveis às nanopartículas carregadas com melitina.
Contracepção — Embora essa pesquisa em particular não se refira a métodos contraceptivos, de acordo com Joshua Hood, o gel poderia facilmente ser adaptado para ter os espermatozoides como alvos. “Estamos olhando também para casais em que apenas um parceiro tem HIV, e que querem ter um bebê”, diz Hood. “Essas partículas, por si só, são bastante seguras para o esperma, da mesma maneira que são para as células vaginais.” Embora a pesquisa tenha sido feita em células laboratoriais, Hood afirma que as nanoparticulas podem ser facilmente fabricadas em grandes quantias, em volume necessário para testes clínicos.
Fonte: veja.abril.com.br
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