quinta-feira, 30 de julho de 2015
Morre um rinoceronte branco do norte. Agora só restam 4
Espécie está muito próxima de ser extinta. Caçada pelo alto
valor de seus chifres, é símbolo do que pode ser o início da sexta extinção em
massa (e global) dos animais.
Um dos cinco últimos rinocerontes brancos do mundo morreu
nesta segunda-feira no zoológico de Dvur Kralove, na República Tcheca, deixando
a espécie por um fio. Nabire, uma fêmea de rinoceronte branco do norte, de 31
anos, sofria há tempo e morreu por causa de um cisto rompido, de acordo com
comunicado do zoológico.
"Sua morte é um símbolo do declínio catastrófico dos
rinocerontes devido à ganância humana. Essa é uma perda difícil de
descrever", afirmou o diretor do zoológico, Prmysl Rabas. O animal está
próximo da extinção devido ao alto valor atribuído a seu chifre e às guerras
que ocorreram em torno do seu habitat, segundo a organização World Wildlife
Foundation (WWF). Apesar de Nabire ter morrido de forma natural, a espécie só
se tornou restrita a menos de uma dezena de animais após sofrer com a caça
intensa, por séculos.
A contagem regressiva para a extinção da espécie começou no
ano passado, quando morreu Angalifu, um rinoceronte branco que vivia no
zoológico de San Diego, nos Estados Unidos. Com a morte de Nabire, agora só
existem mais quatro exemplares de rinocerontes brancos, uma fêmea idosa no
zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, e duas fêmeas e um macho na reserva
Ol Pejeta Conservancy, no Quênia. Os biólogos torcem para que o único macho
restante consiga se reproduzir com uma das fêmeas e evite que a espécie
desapareça. Se surgirem filhotes, os rinocerontes poderão viver por, pelo
menos, mais uma geração.
Nabire era um caso raro, nascida em cativeiro. Em 2009, os
biólogos tchecos a levaram para o Quênia, esperando que o ambiente natural
ajudasse na reprodução, mas o plano falhou.
Extinção em massa - O rinoceronte branco do norte é uma
subespécie do rinoceronte branco que, nos anos 1960, contava com uma população
de 2 000 indivíduos. Vinte anos depois, o número caiu drasticamente para apenas
15, principalmente por efeito da caça.
Na Ásia, indivíduos sem escrúpulo acreditam que seu chifre
tem virtudes afrodisíacas, o que o faz altamente caro e cobiçado. A queda na
quantidade de animais na natureza elevou o valor do chifre no mercado negro,
motivo que, aliado à difícil reprodução da espécie, minou as tentativas de
ambientalistas de salvar o animal.
De acordo com um estudo da União Internacional para a
Conservação da Natureza (IUCN), feito no fim ano passado, o rinoceronte branco
é uma das 4 529 espécies próximas de desaparecerem. De acordo com a análise,
41% dos anfíbios, 26% dos mamíferos e 13% dos pássaros do planeta podem sumir
nos próximos anos, o que nos deixaria à beira da sexta extinção em massa dos
animais. A última aconteceu há 65 milhões de anos, quando os dinossauros foram
varridos do planeta.
Outro estudo, da Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos, divulgado em junho, estima que as extinções estão ocorrendo a um ritmo
100 vezes mais rápido do que os eventos anteriores de extinção. Para se ter uma
ideia, entre 1600 e 1700 foram extintas 22 espécies de animais. Entre 1900 e
2010 esse número subiu para 477. Não fosse a ação do homem, no mesmo período
ocorreriam apenas nove. Há vítimas entre todos os tipos de animais, dos
rinocerontes aos peixes, dos tigres às tartarugas.
fonte: veja.abril.com.br
Assinar:
Postagens (Atom)