sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Desmatamento avança 467% na Amazônia, afirma ONG

Levantamento mostra que 244 km² da floresta foram desmatados em outubro, ante 43 km² no mesmo mês do ano passado. 
O desmatamento na Amazônia Legal chegou a 244 km² em outubro, um aumento de 467% em relação ao mesmo mês do ano passado, quando foram desmatados 43 km². O monitoramento, não oficial, foi feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), da organização de pesquisa Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), de Belém. Em outubro, 72% do território da Amazônia Legal foi monitorado — e não 100%, por causa da cobertura de nuvens. No mesmo período, no ano anterior, o monitoramento abrangia 69% do território.



No último boletim do Imazon, relativo ao período de agosto a setembro de 2014 — os dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento —, foi registrada uma perda florestal acumulada de 838 km², um aumento de 191% em relação ao mesmo período de 2013, quando foram desmatados 288 km².

Segundo a Imazon, no mês passado, Rondônia foi novamente o Estado mais afetado, concentrando 27% do desmatamento. O restante se distribuiu entre Mato Grosso (23%), seguido por Pará (22%) e Amazonas (13%), com menor ocorrência em Roraima (9%), Acre (5%) e Amapá (1%).

Além dos dados correspondentes ao corte raso, o Imazon divulgou números sobre a degradação florestal — as áreas onde a floresta não foi inteiramente suprimida, mas intensamente explorada ou atingida por queimadas. Em outubro, as florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 468 km². Em relação a outubro de 2013, houve um aumento de 1.070%, quando a degradação florestal somou 40 km².
"Embora os dados não sejam oficiais, o SAD põe em dúvida a eficácia das atuais políticas de prevenção e controle ao desmatamento às vésperas de um evento internacional, que tem como desafio obter compromissos entre os países para reduzir as emissões de gases de efeito estufa", destacou a Imazon em uma nota de imprensa, em alusão à XX Conferência sobre Mudanças Climáticas, que será celebrada em Lima, no Peru, entre 1.º e 12 de dezembro de 2014.

Para enfrentar o desmatamento da Amazônia, cada vez mais sofisticado, as autoridades brasileiras anunciaram, no começo do mês, a adoção de um novo e refinado sistema de alerta por satélites, assim como uma estratégia mais concentrada no crime organizado. O Brasil conseguiu reduzir o desmatamento, que alcançou 27.000 km2 em 2004, para 4.571 km2 no período 2011/2012, o mínimo histórico.

Os dados oficiais do último período 2013/2014, encerrado em agosto, serão divulgados no fim de novembro, mas dados parciais de detecção por satélite indicam que o desmatamento teria voltado a crescer.

fonte: veja.abril.com.br

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