quarta-feira, 24 de julho de 2013

Poríferos

O filo dos poríferos (pori = poro; fero = possuir) é constituído pelos animais conhecidos popularmente como esponjas. São organismos exclusivamente aquáticos; a maioria das espécies é de ambiente marinho, embora também haja representantes de água doce. As esponjas são animais sésseis, isto é, vivem fixos a um substrato, como uma rocha ou um pedaço de coral, por exemplo.

Em termos estruturais, são de organização muito simples, pois não apresentam tecidos especializados. Por essa razão, alguns taxonomistas propõem que o filo Porifera, juntamente como o filo Placozoa, seja em um sub-reino à parte, o dos parazoários, enquanto todos os demais  filos agrupados no sub-reino dos eumetazoários.

Os poríferos também se distinguem dos outros animais por não apresentarem, em seu desenvolvimento embrionário, estruturas que possam ser caracterizadas como folhetos germinativos típico (ectoderme, endoderme e mesoderme). Embora algumas vezes tenham sido considerados animais diblásticos, hoje parece ser consenso entre os taxonomistas que esse conceito se aplica aos poríferos.



Estrutura do corpo de uma esponja

De modo geral, o corpo de uma esponja é formado por uma fina parede envolvendo uma cavidade central, o átrio (ou espongiocele). A parede é formada por duas camadas, ambas com espessura de uma única célula. A mais externa é constituída pelos pinacócitos, que são células pavimentosas (achatadas), de revestimento; a mais interna é composta por células especiais e exclusivas das esponjas, os coanócitos, que são dotadas de um colarinho membranoso (coano = colarinho) e de um flagelo. Entre as duas camadas situa-se um material amorfo, de consistência gelatinosa, onde se encontra células dotadas de capacidade de movimentação, os amebócitos (ou arqueócitos), e inúmeras espículas (peças esqueléticas de formas variadas, constituídas por calcário e sílica). Algumas espécies de esponjas também apresentam uma extensa rede de fibras flexíveis de uma proteína elástica, a espongina.



Toda a parede do corpo da esponja é perfurada por muitos poros. Em algumas espécies, cada um deles é formado por uma única célula, o porócito, enquanto em outras, o poro é formado pela reunião de várias células. Devido ao contínuo batimento dos flagelos dos coanócitos, a água penetra no corpo das esponjas através dos poros, cai no átrio e sai por meio de uma abertura maior, ósculo, situado na parte superior, livre, do animal.


O arranjo descrito até aqui corresponde, basicamente, à organização corporal mais simples (do tipo áscon). Em certas espécies, o átrio possui grande número de dobras (tipo sícon); em outras, o átrio se apresenta subdividido em várias câmaras flageladas (tipo lêucon), que são representadas por coanócitos.

A característica fundamental dos poríferos é o fato de serem filtradores, pois uma contínua corrente de água penetra pelos seus poros, circula pelos canais e pelas câmaras, chega ao átrio e sai pelo poro superior, o ósculo. O batimento dos flagelos das milhares de coanócitos promove a circulação da água, que traz microrganismos e partículas de alimento.

Esses alimentos aderem ao colarinho dos coanócitos e nele escorregam, até serem capturados por pseudópodes e incorporados ao citoplasma em vacúolos, onde ocorre a digestão intracelular. O contato quase direto de todas as células do animal com a água, fora e dentro dele, garante difusão de substâncias - como gases respiratórios e excretas solúveis -, que são facilmente trocados. Isso permite compreender a ausência do sistema digestório, respiratório, circulatório e excretor e de qualquer órgão nesse animal.



A reprodução das esponjas

As esponjas podem se reproduzir assexuadamente e sexuadamente. A reprodução assexuada que ocorre por gemas, que se desenvolve como saliências externas ao corpo, e por gêmulas. que também representam formas de resistência nas esponjas de água doce. Cada gêmula é um conjunto de células indiferenciadas, protegidas por uma camada externa de espículas, e consegui suportar longos períodos de exposição ao ar. Quando as condições ambientais voltam ao mar, cada gêmula origina um novo indivíduo.

A reprodução por gemas produz um grande número de novo indivíduos, que permanecem interligados, formando extensas colônias, geralmente incrustantes, sobre rochas submersas. As gemas têm inúmeros poros de diferentes cores, que são determinadas, com frequência, por algas microscópicas simbióticas.

A reprodução sexuada ocorre por meio da fecundação dos óvulos por espermatozoides de outras esponjas trazidas pela água circulante. Do zigoto resultante formam-se microscópicas larvas ciliadas que se desenvolvem em novos indivíduos.



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