Um dos mais principais e mais belos eventos astronômicos do
ano acontece na noite deste domingo (27). A partir das 23h11, será possível
observar um eclipse total da Lua, quando ela fica totalmente encoberta pela
sombra da Terra, junto com uma Superlua, momento em que o satélite está o mais
próximo possível do planeta. Isso significa que, durante o eclipse, a Lua vai
parecer maior e mais brilhante, prometendo um incrível evento para a observação.
A coincidência entre os dois fenômenos é relativamente rara - a última foi em
1982 e a próxima irá acontecer novamente apenas em 2032.
Durante o eclipse total, a Lua irá adquirir uma coloração
avermelhada, o que lhe deu o apelido de "Lua de Sangue". A tonalidade
surge porque, no momento em que passa pela atmosfera terrestre, a radiação do
Sol é "filtrada" e ganha a cor vermelha. "Além disso, essa luz
também é 'espalhada' na atmosfera e jogada na Lua, que a reflete", explica
Rundsthen Nader, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e
astrônomo do Observatório do Valongo, na UFRJ. "É o mesmo fenômeno que
ocorre durante o pôr do Sol."
Além da coincidência entre o eclipse total e a Superlua,
este será também o último eclipse de uma tétrade, como é chamado o conjunto de
quatro eclipses totais da Lua que ocorrem em sequência durante dois anos. Esse
evento é especial porque eclipses normalmente se intercalam entre totais,
parciais (quando a Lua fica parcialmente encoberta pela parte mais escura da
sombra da Terra) e penumbrais (quando a parte mais clara da sombra da Terra
encobre a Lua). A tétrade é relativamente rara: no século XXI haverá apenas
oito delas. A que termina neste domingo será a segunda - a primeira ocorreu de
2003 para 2004, e a terceira será em 2032 e 2033.
Fases do eclipse - O Brasil estará em uma posição
privilegiada para observar o fenômeno, visível em todos os Estados. Este
eclipse poderá ser visto em toda a América do Sul, partes da América do Norte,
Europa, Ásia e África.
"Os brasileiros terão a visão ideal, pois durante o ápice
do fenômeno, a Lua estará bem alta, no meio do céu, sem qualquer obstáculo para
a observação", explica Cristóvão Jacques, do observatório Sonear (Southern
Southern Observatory for Near Earth Asteroids Research), em Minas Gerais.
A sombra da Terra começará a passar pela Lua às 21h12 do
domingo, em uma fase chamada penumbral, a porção mais clara da sombra e quase
imperceptível. A partir das 22h07, a Lua começa a penetrar a umbra, a parte
mais escura da sombra, e às 23h11 tem início a fase total - é nesse momento que
a coloração avermelhada começa a surgir e o halo ao redor da Lua passa a ser
visível. O auge do fenômeno será às 23h47, quando a Lua estará completamente
coberta pela sombra da Terra, etapa que será concluída 0h23. Após esse momento,
a Lua começa a deixar a sombra e, às 2h22 volta a aparecer clara e brilhante no
céu.
"Esse será um eclipse diferente dos últimos no país,
pois todas as fases serão bem visíveis. Normalmente, por causa da localização,
nem todas as etapas podem ser vistas", explica Jacques.
Para ver - De acordo com os astrônomos, a melhor observação
do fenômeno será feita a olho nu, sem a utilização de binóculos e telescópios.
Os equipamentos podem oferecer detalhes, como a movimentação da somba sobre a
Lua. "Ele poderá ser visto até mesmo das grandes cidades, mas um lugar
mais afastado da iluminação artificial é melhor", diz Gustavo Rojas,
astrofísico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).
Como o fenômeno é de longa duração - a fase com aspecto
vermelho-alaranjado dura uma hora e doze minutos - os astrônomos sugerem um
local tranquilo e a utilização de cadeiras de praia ou espreguiçadeiras
confortáveis para facilitar a observação.
O céu claro, condição essencial para a visualização do
fenômeno, deve aparecer na maior parte do país. Nas regiões Sul, Sudeste,
Centro Oeste e Nordeste , o tempo deve seguir firme e seco, com algumas
pancadas de chuva em Santa Catarina, no Paraná, São Paulo, Sul de Minas Gerais
e do Rio de Janeiro. No Norte do país haverá algumas nuvens e previsão de
chuvas no Sudoeste do Amazonas e Acre.
fonte: veja.abril.com.br
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