Em estudo publicado nesta semana no Cell Press,
pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, apresentaram
provas de que pássaros aprendem canções da mesma maneira que crianças. Na
teoria, os pequenos deveriam compreender, em primeiro lugar, o reconhecimento
dos sons e, depois, descobririam como as categorias de fonemas se encaixam nas
palavras. Mas não é bem assim que funciona: elas fazem tudo ao mesmo tempo. E
começam a cantar no processo.
Para Timothy Gentner, professor do Departamento de
Psicologia da Universidade da Califórnia e autor do estudo, "este tipo de
aprendizado em seres humanos é compartilhado com, no mínimo, aves cantoras.
Quando pássaros reconhecem padrões de elementos da música, eles recebem um
grande impulso em sua capacidade de categorizar esses componentes". Em
outras palavras, começam a cantarolar.
Músicas de estorninhos, por exemplo, consistem em padrões de
notas simples e curtas agrupadas em temas. Esses tópicos entram em uma das
quatro categorias: apitos, gorjeios, chocalhos ou barulhos, e altas
frequências.
A equipe de pesquisadores queria descobrir como esses
padrões influenciam na capacidade das aves de categorizar sons. Foram treinados
quatro estorninhos para diferenciar padrões auditivos AABB e BBAA de ABAB e
BABA, nos quais A e B representam barulhos de gorjeio e chocalho. Além disso, os
pesquisadores treinaram um segundo grupo da mesma forma, mas trocando os tipos
de sons.
O grupo de especialistas descobriu que as aves que
apresentaram padrões claros de sons tinham vantagem sobre o outro grupo na
capacidade de classificar corretamente o que tinham ouvido. Os resultados
mostraram que pássaros dependem de padrões da mesma maneira como os seres
humanos.
"Nós ouvimos palavras, não sequências de sons da fala.
Embora seja tentador pensar que esta é uma forma exclusivamente humana de
perceber o mundo, não é", declarou Gentner. Para os pesquisadores, apesar
de as aves não terem linguagem, elas podem ensinar muito sobre mecanismos
biológicos e psicológicos de aprendizado de idiomas.
fonte;veja.abril.com.br
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