sábado, 20 de junho de 2015

Crustacea

Os Crustacea incluem os siris, caranguejos, camarões, cracas, tatuzinhos de jardim, anfípodes, capépodes, cladóceros e outros grupos afins. Atualmente, são reconhecidas mais de 40.000 espécies de crustáceos. Há algumas formas muito pequenas, que vivem na terra, lagos, rios e mares. A grande maioria das espécies é de vida livre, porém ocorrem também espécies comensais e parasitas. Os crustáceos têm grande importância ecológica, pois muitas espécies são elos de várias cadeias alimentares.

A cutícula nos crustáceos édura, de onde vem o nome Crustacea (do latim crusta, crosta ou pele grossa, em português). Essa cutícula algumas vezes torna-se calcificada, como as conchas dos moluscos, devido à impregnação com carbonato de cálcio.


Os crustáceos tem o corpo segmentado e pernas articuladas e, portanto, claramente pertencem aos Arthropoda. Alguns fatores que devem ter sido importantes para a diversificação e o sucesso ao menos de alguns de seus subgrupos são o encurtamento do corpo, com redução ou perda de segmentos da região posterior, e o desenvolvimento da carapaça, facilitando a criação de correntes de água para a respiração e a alimentação. Enquanto os quelicerados e outros mandibulados (hexápodes e miriápodes) possuem uma estrutura do corpo mais ou menos padronizada, nos  crustáceos á uma grande variação. Essa plasticidade estrutural possibilitou a esses animais explorarem uma grande diversidade de ambientes e utilizarem-se de recursos alimentares dos mais diferentes. Podem nadar, escavar, rastejar, perfurar madeira, fixar-se em rochas, caçar, filtrar alimentos em suspensão ou de sedimentos e parasitar. Ocupa todos os ambientes marinhos, de água doce e alguns são terrestres, mas geralmente restritos a locais úmidos.

O corpo dos crustáceos apresenta em cada semento, assim  como vários outros grupos de artrópodes, uma placa dorsal ou tergo, uma ventral, esterno e lateralmente as pleuras. Cada segmento, exceto o primeiro, pode apresentar um par de apêndices, porém nem todos os segmentos no adulto são distintos.

Há uma grande diversidade e especialização nos apêndices. Nos crustáceos mais basais, os segmentos têm pares de apêndices semelhantes ao longo do corpo que atuam na natação, respiração, alimentação e como apêndices sensitivos. Nos grupos muito diferenciados, ocorre modificação desses apêndices para o desempenho de diversas funções mais especializadas. Os apêndices têm um padrão birreme composto por uma base, o protopodito, formado por dois artifícios: coxopodito (coxa) e basopodito (base). No basopodito, prendem-se dois ramos, um interno, o endopodito, e um externo, o exopodito, cada um com um ou mais artículos. O endopodito geralmente é formado por cinco artículos: ísquio, mero, carpo, própode e dáctilo.

Apresentam três pares de peças bucais primárias, que são um par de mandíbulas e dois pares de maxilas. No entanto, em muitos grupos pode ocorrer ainda um ou dois ou até três pares de peças bucais adicionais, os maxilípodes, que são apêndices torácicos incorporados à região bucal, que auxiliam na alimentação.

No cefalotórax não há segmentação externa, porém no trono a segmentação é evidente. Como característica supostamente sinapomórfica do grupo, ocorre a presença do olho naupliar, pelo menos em uma fase da vida, mas as larvas de trilobitos talvez tenham essa característica, o que a tornaria uma arqueomorfia em Crustácea. Algumas formas apresentam ocelos medianos na fase adulta e outras, olhos compostos laterais ou olhos pedunculados.


O trato digestivo é formado por um tubo simples que corre ao longo do corpo, da boca ao ânus. Alguns formas mais derivadas, como os caranguejos e siris, mostram uma complexidade maior na morfologia do aparelho digestivo, com diferenciações em uma região anterior ou estomodeo, de origem ectodérmica, que é constituído do esôfago e estômagos cardíaco e pilórico. O estômago cardíaco ou proventrículo tem a função de triturar e mastigar; o estômago pilórico é o local de absorção dos alimentos. Na região do estômago médio ou mesênteron, de origem mesodémica, abre-se a glândula digestiva, também conhecida como hepatopâncreas, que tem as funções de secreção enzimática, absorção e reserva. 

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