Espécies têm 100 milhões de anos a mais do que as de outras
descobertas
Uma equipe de cientistas encontrou no nordeste da Itália uma
mosca e dois ácaros de 230 milhões de anos. Segundo o grupo, esses são os mais
antigos artrópodes (classificação de invertebrados da qual fazem parte insetos,
aracnídeos e crustáceos) encontrados até hoje.
As espécies estavam preservadas em gotas de âmbar, uma
substância derivada de resinas de árvores e plantas pré-históricas que sofreram
processos de fossilização - no filme Jurassic Park (1993), o sangue de um
mosquito preservado em âmbar é usado para clonar dinossauros.
Segundo os cientistas, até esta descoberta, os mais antigos
fósseis de artrópodes em âmbar já encontrados tinham 130 milhões de anos. Os
artrópodes formam o grupo com o maior número de espécies conhecidas pelo homem.
São mais de um milhão de espécies, ou cerca de 80% de todas aquelas já
classificadas pelos cientistas na Terra.
A descoberta foi publicada na edição desta semana do
periódico científico PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Participaram da equipe de pesquisas cientistas americanos, alemães, canadenses
e italianos.
De acordo com a pesquisa, os pesquisadores analisaram mais
de 70.000 gotículas de âmbar que tinham entre 2 e 6 milímetros de
comprimento até identificarem os animais. Elas foram encontradas nos Alpes
Dolomitas (cadeia montanhosa dos Alpes orientais).
Os ácaros não podem ser vistos a olho nu e segundo são muito
parecidos com os atuais ácaros Eriophyoidea, que no Brasil são encontrados em
palmeiras. Já a mosca, segundo o estudo, é pouco menor que a atual
mosca-das-frutas.
Segundo o estudo, é a primeira vez que se encontram
artrópodes do Triássico (período geológico compreendido entre 251 milhões e
199,6 milhões atrás).
Os cientistas afirmam estar ansiosos para realizar mais
análises de amostras da âmbar do Triássico porque a descoberta mostrou que o
material que foi capaz de preservar artrópodes do período.
"Houve uma grande mudança na flora e fauna do
Triássico. O período aconteceu logo depois de de uma das mais profundas
extinções em massa mais da história, no final do Permiano (período entre 299 e
251 milhões de anos atrás)", disse Grimaldi.
"É um momento importante para estudar, se você quer
saber como a vida evoluiu", disse David Grimaldi, um dos autores da
pesquisa e professor do Museu Americano de História Natural, em Nova York (EUA).
Fonte: veja.abril.com.br
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