Criado por pesquisadores de Harvard, o 'RoboBee' pesa menos
de um décimo de grama e pode bater as asas até 120 vezes por segundo
Cientistas da Universidade Harvard, nos Estados Unidos,
fizeram o primeiro voo controlado de um minúsculo "inseto robô".
Pesando menos de um décimo de grama, o protótipo é capaz de levantar voo
verticalmente e se mover para os lados batendo suas finas asas até 120 vezes
por segundo. Apesar de se chamar RoboBee (Robô abelha), o dispositivo foi
inspirado no formato de uma mosca. O estudo que descreve o projeto foi
publicado online nesta quinta-feira na revista Science.
Desenvolver um robô tão pequeno foi um desafio para os
pesquisadores, que trabalham no projeto há mais de uma década. "Nós
tivemos que desenvolver soluções para tudo", conta Robert Wood, integrante
da equipe.
Um dos desafios foi encontrar um motor para o movimento das
asas. O pequeno robô utiliza tiras de cerâmica que se expandem e se contraem
quando um campo elétrico é ativado. Suas articulações são dobradiças de
plástico envoltas em fibras de carbono. Um sistema de controle comanda os
movimentos do robô, que precisa ser muito ágil, uma vez que, em pequena escala,
mesmo mudanças leves de correntes de ar podem afetar o voo.
De acordo com os pesquisadores, o RoboBee poderia ser
utilizado para monitoramento ambiental, operações de busca e resgate ou na
polinização de plantações. Além disso, os materiais e técnicas de fabricação
desenvolvidos para que o robô pudesse ser criado também podem contribuir para o
avanço de diversas outras áreas da ciência.
"As moscas fazem acrobacias aéreas incríveis na
natureza", afirma Sawyer B. Fuller, coautor do estudo. "A capacidade
delas vai além do que nós podemos fazer com o nosso robô. Então, gostaríamos de
entender mais sobre elas para aplicar os conhecimentos ao nosso projeto",
diz o pesquisador, que estuda o comportamento das moscas em dias de vento
intenso.
Cooperação — O pesquisador Robert Wood afirma que os
próximos passos do projeto vão envolver trabalhos paralelos de outras equipes.
Essa cooperação tem a finalidade de buscar soluções para os problemas que ainda
não foram resolvidos. A questão da energia é uma delas. O RoboBee funciona
ligado a um fio, já que os pesquisadores não conseguiram armazenar energia em
um compartimento pequeno o bastante que possa ser integrado ao corpo do
dispositivo.
Fonte: veja.abril.com.br
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