Dispositivo é formado por chip implantado no cérebro e
óculos com câmera, processador digital e transmissor wireless. Tecnologia deve
ajudar pessoas com deficiência visual causada por doenças como glaucoma,
degeneração macular e retinopatia diabética. Primeiro teste em paciente será
feito em 2014
Um grupo de cientistas e designers australianos desenvolveu
um protótipo de "olho biônico" para devolver a visão a pessoas cegas.
Os testes em pacientes começarão no próximo ano. O dispositivo é composto por
óculos que captam, com a ajuda de uma câmera digital, a imagem ao redor do
indivíduo e enviam esses estímulos visuais a um chip implantado no cérebro. Se
os experimentos envolvendo a tecnologia correrem como o esperado, ela terá o
potencial de devolver a visão a até 85% das pessoas classificadas como
clinicamente cegas (com pouca visão e percepção de luz ou então sem visão
alguma).
A tecnologia está sendo desenvolvida por especialistas do
Grupo de Visão da Universidade Monash, na Austrália. Em seu site oficial, o
grupo informa que o olho biônico está sendo desenvolvido para "pessoas com
deficiência visual causada por uma série de condições, como glaucoma,
degeneração macular e retinopatia diabética. Ele também pode ajudar pessoas com
danos em seus nervos ópticos ou em seus olhos causados por um trauma ou uma
doença."
O modelo desse olho biônico é formado por óculos e chip. Na
parte da frente dos óculos, há uma câmera digital embutida que capta as
imagens. Na parte interna dos óculos, existe um sensor que percebe os
movimentos dos olhos e é utilizado para direcionar corretamente a câmera. Na
lateral dos óculos, os especialistas inseriram um processador digital que
recebe as informações visuais da câmera e as envia a um chip que deve ser
inserido na parte de trás do cérebro do paciente. Esse chip, por sua vez, emite
sinais elétricos ao córtex visual, que interpreta esses sinais como a visão.
"O que nós acreditamos que o paciente enxergará é uma
espécie de imagem de baixa resolução, mas suficiente para identificar, por
exemplo, a borda de uma mesa, a silhueta de um ente querido, um degrau na
calçada ou algo do tipo", disse Mark Armstrong, professor da Universidade
Monash, ao programa de rádio PM, da Australian Broadcasting Corporation (ABC).
Outros testes — Em agosto de 2012, essa mesma equipe
anunciou a implantação do protótipo do que chamou de "olho
pré-biônico". A abordagem consistiu em implantar eletrodos na retina de
uma paciente com retinite pigmentosa degenerativa, um tipo de degeneração da
retina que leva à perda da visão. A ideia era a de que os eletrodos enviassem
impulsos elétricos para as células nervosas dos olhos e devolvessem parte da visão
à paciente. De acordo com o grupo, esse método é adequado a pessoas com
retinite pigmentosa e também degeneração macular relacionada à idade.
Fonte: veja.abril.com.br
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