sábado, 3 de outubro de 2015
Nasa prepara missão para desviar rota de asteroide
Para evitar que um asteroide caia sobre a Terra, cientistas
da Nasa e da ESA, as agências espaciais americana e europeia, anunciaram
detalhes de uma nova missão: desviar a rota um asteroide real como uma forma de
teste. O projeto foi revelado na quarta-feira no Congresso Europeu de Ciência
Planetária.
A missão, batizada de Aida (Avaliação de Impacto e Desvio de
Asteroide) já tem alvo: um sistema binário, que é composto por um asteroide
maior, o Didymos (possui 750 metros de comprimento) e outro que o orbita, o
Didymoon (tem 160 metros).
O plano geral da missão Aida é dividido em duas partes: a
Nasa irá enviar um sonda-projétil para colidir com o Didymoon, enquanto a ESA
irá cuidar da observação do acontecimento, por meio de outra sonda, posicionada
no local para registar e analisar as consequências do impacto. De acordo com os
cientistas, estima-se que os equipamentos sejam lançados a partir de 2020 para
atingir o asteroide em 2022.
Batizada de AIM (Missão de Impacto de Asteroide, na sigla em
inglês), a sonda europeia da ESA tem como objetivo mapear e compreender melhor
as características do Didymos e fazer dois tipos de lançamentos: pequenos
satélites e um módulo de aterrissagem no mesmo asteroide. Já a sonda da Nasa,
que pesa 300 quilos e é conhecida como Dart (Teste de Redirecionamento de
Asteroide Duplo), está destinada a colidir com Didymoon em 2022. De acordo com
os cientistas, o choque, com velocidade de 22.500 quilômetros por hora, irá
perfurar o asteroide para se alojar em seu núcleo.
Segundo os especialistas, o projeto, que ainda não teve o
orçamento divulgado, fará uma análise das alterações que a sonda pode fazer na
órbita de um asteroide. "Para proteger a Terra de impactos potencialmente
perigosos, precisamos entender melhor esses astros - de que são feitos, qual
sua estrutura, origens e como eles respondem às colisões. Aida será a primeira
missão para estudar um sistema binário de asteroides, assim como a primeira a testar
se podemos desviar esse astro através de um impacto com uma nave
espacial", disse Patrick Michel, cientista planetário da ESA e um dos
líderes da nova missão.
Impacto de um asteroide - Os asteroides são grandes corpos
rochosos que orbitam em torno do Sol, mas possuem uma massa bem menor em
comparação aos planetas. Por não terem uma forma definida, podem apresentar as
mais diversas aparências. Didymos é um desses astros que possuem luas, no caso,
a Didymoon.
Constantemente, os asteroides estão envolvidos em boatos
apocalípticos. No último mês de agosto, a Nasa divulgou um comunicado que
desmentia rumores de que um asteroide gigante iria se chocar com a Terra e
destruir grande parte das Américas, entre 15 e 28 de setembro.
fonte: veja.abril.com.br
sábado, 26 de setembro de 2015
Prepare-se para o incrível eclipse deste domingo
Um dos mais principais e mais belos eventos astronômicos do
ano acontece na noite deste domingo (27). A partir das 23h11, será possível
observar um eclipse total da Lua, quando ela fica totalmente encoberta pela
sombra da Terra, junto com uma Superlua, momento em que o satélite está o mais
próximo possível do planeta. Isso significa que, durante o eclipse, a Lua vai
parecer maior e mais brilhante, prometendo um incrível evento para a observação.
A coincidência entre os dois fenômenos é relativamente rara - a última foi em
1982 e a próxima irá acontecer novamente apenas em 2032.
Durante o eclipse total, a Lua irá adquirir uma coloração
avermelhada, o que lhe deu o apelido de "Lua de Sangue". A tonalidade
surge porque, no momento em que passa pela atmosfera terrestre, a radiação do
Sol é "filtrada" e ganha a cor vermelha. "Além disso, essa luz
também é 'espalhada' na atmosfera e jogada na Lua, que a reflete", explica
Rundsthen Nader, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e
astrônomo do Observatório do Valongo, na UFRJ. "É o mesmo fenômeno que
ocorre durante o pôr do Sol."
Além da coincidência entre o eclipse total e a Superlua,
este será também o último eclipse de uma tétrade, como é chamado o conjunto de
quatro eclipses totais da Lua que ocorrem em sequência durante dois anos. Esse
evento é especial porque eclipses normalmente se intercalam entre totais,
parciais (quando a Lua fica parcialmente encoberta pela parte mais escura da
sombra da Terra) e penumbrais (quando a parte mais clara da sombra da Terra
encobre a Lua). A tétrade é relativamente rara: no século XXI haverá apenas
oito delas. A que termina neste domingo será a segunda - a primeira ocorreu de
2003 para 2004, e a terceira será em 2032 e 2033.
Fases do eclipse - O Brasil estará em uma posição
privilegiada para observar o fenômeno, visível em todos os Estados. Este
eclipse poderá ser visto em toda a América do Sul, partes da América do Norte,
Europa, Ásia e África.
"Os brasileiros terão a visão ideal, pois durante o ápice
do fenômeno, a Lua estará bem alta, no meio do céu, sem qualquer obstáculo para
a observação", explica Cristóvão Jacques, do observatório Sonear (Southern
Southern Observatory for Near Earth Asteroids Research), em Minas Gerais.
A sombra da Terra começará a passar pela Lua às 21h12 do
domingo, em uma fase chamada penumbral, a porção mais clara da sombra e quase
imperceptível. A partir das 22h07, a Lua começa a penetrar a umbra, a parte
mais escura da sombra, e às 23h11 tem início a fase total - é nesse momento que
a coloração avermelhada começa a surgir e o halo ao redor da Lua passa a ser
visível. O auge do fenômeno será às 23h47, quando a Lua estará completamente
coberta pela sombra da Terra, etapa que será concluída 0h23. Após esse momento,
a Lua começa a deixar a sombra e, às 2h22 volta a aparecer clara e brilhante no
céu.
"Esse será um eclipse diferente dos últimos no país,
pois todas as fases serão bem visíveis. Normalmente, por causa da localização,
nem todas as etapas podem ser vistas", explica Jacques.
Para ver - De acordo com os astrônomos, a melhor observação
do fenômeno será feita a olho nu, sem a utilização de binóculos e telescópios.
Os equipamentos podem oferecer detalhes, como a movimentação da somba sobre a
Lua. "Ele poderá ser visto até mesmo das grandes cidades, mas um lugar
mais afastado da iluminação artificial é melhor", diz Gustavo Rojas,
astrofísico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR).
Como o fenômeno é de longa duração - a fase com aspecto
vermelho-alaranjado dura uma hora e doze minutos - os astrônomos sugerem um
local tranquilo e a utilização de cadeiras de praia ou espreguiçadeiras
confortáveis para facilitar a observação.
O céu claro, condição essencial para a visualização do
fenômeno, deve aparecer na maior parte do país. Nas regiões Sul, Sudeste,
Centro Oeste e Nordeste , o tempo deve seguir firme e seco, com algumas
pancadas de chuva em Santa Catarina, no Paraná, São Paulo, Sul de Minas Gerais
e do Rio de Janeiro. No Norte do país haverá algumas nuvens e previsão de
chuvas no Sudoeste do Amazonas e Acre.
fonte: veja.abril.com.br
sábado, 19 de setembro de 2015
Novo vírus gigante “volta à vida”
Um vírus gigante que permaneceu 30 000 anos dormente na
superfície gelada da Sibéria, voltou à vida em laboratórios franceses. Batizado
Mollivirus sibericum, o novo tipo de vírus tem 0,6 micrômetro de comprimento (1
micrômetro equivale à milésima parte do milímetro) e contém 650 000 genes. Ele
não oferece risco aos humanos, mas sua descoberta, publicada nesta
segunda-feira (7) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences
(PNAS), revela que vírus como esse podem permanecer contagiosos por milênios.
No futuro, devido às mudanças climáticas e à exploração de regiões árticas,
eles poderiam se tornar uma ameaça.
O novo vírus foi encontrado em uma camada do solo siberiano
chamada permafrost, formada por gelo, terra e rochas congeladas, a 30 metros da
superfície. Ele foi descoberto pela mesma equipe de cientistas do Centro
Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS, na sigla em francês) que, em 2014,
ressuscitou o Phitovirus sibericum, o maior vírus já visto pela ciência. Eles
voltaram à Sibéria, com o objetivo de descobrir mais detalhes sobre os vírus
gigantes que estão nessa camada e encontraram a nova espécie. Após
descongelado, o Mollivirus infectou amebas da família Acanthamoeba castellanii,
hospedeira de micro-organismos gigantes. Ele foi capaz de se reproduzir e
fazê-las morrer.
Mudanças climáticas - Vírus gigantes (para receber o nome de
"gigante" ele precisa ter mais de 0,5 micrômetro) como os vistos na
Sibéria infectam exclusivamente estruturas unicelulares, como a ameba, porque é
fácil entrar nelas. Elas se alimentam por um processo chamado fagocitose, que
engloba partículas - como o vírus gigante. A maior parte das células humanas e
de outras células animais têm processos de defesas mais sofisticados e, por
isso, os vírus que as afetam usam estratégias mais complexas de entrada. Essa é
a razão por que vírus como o da gripe são cerca de cem vezes menores que os
vírus gigantes e têm apenas uma dezena de genes (o da gripe tem 13 genes).
Uma das preocupações dos cientistas é a comprovação de que
vírus assim podem manter seu poder de contágio por muito mais tempo que o
esperado. Em vez de serem eliminados do planeta, eles permanecem inativos,
passando uma falsa sensação de segurança. A apreensão é por que, com as
mudanças climáticas, a camada do permafrost, que permanece congelada, está cada
vez mais fina e suscetível ao degelo - a cada ano, ela perde até 40
centímentos. Isso poderia "acordar" os vírus gigantes e outros
micro-organismos potencialmente perigosos que estão dormentes ali.
"Algumas partículas virais ainda infecciosas podem, em
presença de um hospedeiro favorável, serem suficientes para fazer ressurgir um
vírus potencialmente perigoso nas regiões árticas, cada vez mais exploradas por
seus recursos minerais e petrolíferos e cuja acessibilidade e exploração
industrial são facilitadas pelas mudanças climáticas", afirmaram os
autores em comunicado do CNRS.
Em entrevista à rede francesa France Info, Jean Michel
Claverie, professor de medicina na Universidade Aix - Marseille, na França, e
um dos autores da pesquisa, afirmou que é possível que os vírus gigantes sejam
uma ameaça futura - afinal, vírus são estruturas com alto potencial para
mutações. "O aquecimento torna acessíveis lugares até então inacessíveis
ao homem. E então, vírus que nunca haviam sido perturbados vêm à tona. Mas, se
pessoas colonizarem aquela região, é possível que façam ressurgir velhos
horrores do passado, inclusive doenças já erradicadas".
fonte: veja.abril.com.br
sábado, 12 de setembro de 2015
Novas (e incríveis) fotos revelam que Plutão tem a superfície mais complexa do Sistema Solar
Desde o rasante histórico sobre Plutão, em 14 de julho, a
sonda New Horizons vem trazendo informações inéditas e surpreendentes. A
revelação e análise de uma série de fotos feitas a 12.390 quilômetros de
altitude, o ponto mais próximo que a missão alcançou da superfície, mostrou aos
astrônomos o relevo mais complexo já visto no Sistema Solar. As novas imagens,
divulgadas nesta quinta-feira (10) indicam uma variedade tão grande de
diferentes aspectos da superfície do planeta anão que os cientistas ficaram
"atônitos e desconcertados", de acordo com a Nasa.
"Plutão está nos mostrando uma diversidade geográfica e
processos tão complexos que rivalizam com qualquer coisa que já vimos no
Sistema Solar", disse o astrônomo Alan Stern, líder da missão New Horizons
e cientista do Southest Research Institute, nos Estados Unidos (SwRI, na sigla
em inglês), no comunicado da Nasa. "Se um artista tivesse pintado esse
Plutão antes do rasante, eu provavelmente diria que ele exagerou - mas é
exatamente o que está lá."
As imagens foram recebidas no último fim de semana e trazem
uma excelente resolução de 400 metros por pixel. As fotos mostram dunas, fluxos
de gelo de nitrogênio (que parecem escorrer das montanhas para as planícies), e
vales que podem ter sido esculpidos por substâncias que flutuam pela
superfície. Há também amplas regiões com montanhas caoticamente reunidas,
resquícios de terrenos que irromperam de Europa, a Lua gelada de Júpiter.
Para os cientistas, o mais impressionante e difícil de
compreender é a formação das dunas. Há regiões escuras que, à primeira vista,
parecem desenhadas pelo vento, algo que os astrônomos imaginavam impossível
antes do rasante.
"Enxergar dunas em Plutão - e é exatamente o que vemos
- é completamente louco, porque sua atmosfera atual é muito fina. Ou ele teve
uma atmosfera mais espessa no passado, ou alguns processos que ainda não
compreendemos estão atuando ali. É um quebra-cabeça", disse o astrônomo
William McKinnon.
New Horizons - Após percorrer 4,8 bilhões de quilômetros,
desde que foi lançada pela Nasa, em janeiro de 2009, a sonda New Horizons
chegou a 12.390 quilômetros de Plutão para fazer fotos e recolher material de
sua atmosfera. As imagens já divulgadas pela agência espacial americana
mostraram coim riqueza de detalhes as cinco luas do planeta-anão (Charon, Styx,
Nix, Kerberos e Hydra), bem como a superfície e a atmosfera do corpo celeste,
envolvido por um brilhante halo branco. Os cientistas também descobriram que
Plutão, além de gelado, tem ao seu redor uma "neblina" que se estende
da superfície até 130 quilômetros de altura. São duas camadas, uma de 50
quilômetros de espessura e outra de 30 quilômetros.
Essa exploração de uma área desconhecida do Sistema Solar
busca trazer informações sobre Plutão e sua maior lua, Charon. Pequenos
planetas como Plutão são relíquias de mais de 4 bilhões de anos que podem
trazer dados reveladores sobre as origens do Sistema Solar.
Após a aproximação, a New Horizons continua sua viagem para
uma região do Sistema Solar conhecida como Cinturão de Kuiper, que se estende
de Netuno até depois do planeta-anão. Em Kuiper existem diversos planetas
anões, mas a área foi até hoje pouco explorada por missões espaciais. Essa
segunda etapa da viagem está prevista para o período entre 2016 e 2020.
fonte: veja.abril.com.br
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Novo ancestral humano é descoberto na África do Sul
Uma antiga espécie do gênero humano desconhecida até agora
foi descoberta em uma caverna da África do Sul, onde foram exumados os ossos de
15 hominídeos, anunciou nesta quinta-feira uma equipe internacional cientistas.
Os fósseis foram encontrados em uma caverna profunda de
difícil acesso, perto de Johannesburgo, na área arqueológica conhecida como
"Berço da Humanidade", que é considerada patrimônio mundial pela
Unesco. A nova espécie foi batizada de Homo naledi e classificada dentro do
gênero ao qual pertence o homem moderno.
"Estou feliz de apresentar uma nova espécie do
ancestral humano", declarou Lee Berger, pesquisador da Universidade
Witwatersrand de Johannesburgo, durante uma entrevista coletiva.
Os esqueletos dos 15 indivíduos incluem bebês, adultos e
idosos e foram descobertos entre 2013 e 2014. Todos apresentavam uma morfologia
homogênea e pertenciam a uma "nova espécie do gênero humano".
O Museu de História Natural de Londres classificou a descoberta
de "extraordinário". "Alguns aspectos do Homo Naledi, como suas
mãos, seus punhos e seus pés, estão muito próximos aos do homem moderno. Ao
mesmo tempo, seu pequeno cérebro e a forma da parte superior de seu corpo são
mais próximos aos de um grupo pré-humano chamado australopithecus",
explicou o professor Chris Stringer, do Museu de História Natural de Londres,
autor de um artigo sobre o tema publicado na revista científica eLife.
A descoberta pode permitir uma compreensão melhor sobre a
transição, há dois milhões de anos, entre o australopithecus primitivo e o
primata do gênero homo, nossa ancestral direto.
fonte: veja.abril.com.br
Vespa brasileira pode ser a nova arma de combate ao câncer
O poderoso veneno de uma vespa encontrada no Sudeste
brasileiro pode ser o mais novo aliado da luta contra o câncer. A agressiva
Polybia paulista, conhecida como "paulistinha", produz uma toxina
capaz de destruir as células dos tumores sem agredir células saudáveis. De
acordo com um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da
Universidade de Leeds, na Inglaterra, a ação da substância pode inspirar uma
nova classe de medicamentos para combater a doença.
O inseto, descoberto e descrito pelo professor Mário Palma,
da Unesp de Rio Claro e um dos autores do artigo, fabrica a MP1, que é capaz de
atacar os lipídios (moléculas de gordura) contidos na membrana das células dos
tumores, poupando as sadias. Os pesquisadores sabiam que a toxina agia contra
micróbios causadores de doenças destruindo a membrana das células bacterianas.
Mais tarde, os estudos revelaram que a toxina é promissora para proteger
humanos de câncer e tem capacidade para inibir o crescimento de células de
tumores de próstata e de bexiga, além de células de leucemias resistentes a
várias drogas. Mas, até agora, não se sabia como a MP1 conseguia destruir
seletivamente as células tumorais.
Novas drogas - Esse mecanismo de ação da toxina foi descrito
pelos pesquisadores brasileiros e ingleses em um artigo publicado nesta semana
no periódico Biophysical Journal. Os cientistas pesquisaram sua ação em
linfócitos com leucemia e perceberam que a MP1 consegue abrir fendas nas
membranas das células doentes, fazendo com que deixem escapar proteínas e
outras substâncias que as mantêm vivas. Essa é a característica que,
futuramente, pode ser aprimorada para propósitos clínicos.
"Terapias contra o câncer que atacam a composição de
lipídios da membrana da célula seriam uma classe inteiramente nova de drogas
antitumorais. Isso poderia ser útil para o desenvolvimento de novas terapias
combinadas, nas quais múltiplas drogas são utilizadas para tratar um câncer
atacando diferentes partes de suas células simultaneamente", disse Paul
Beales, um dos autores do estudo.
Essa seria uma maneira inovadora de combater o câncer, pois
atua na membrana das células e não no núcleo, o alvo da maior parte dos estudos
desenvolvidos atualmente. De acordo com os autores, os próximos passos serão
tentar manipular a estrutura da toxina para verificar se ela se mantém eficaz
no combate ao câncer e, se isso for possível, começar os testes em animais. Se
essas etapas se mantiverem promissoras, ensaios clínicos com humanos poderão
ser feitos no futuro.
fonte: veja.abril.com.br
terça-feira, 11 de agosto de 2015
Análise de mais de 220 000 galáxias distantes mostra que o espaço perdeu metade de seu brilho nos últimos 2 bilhões de anos
12:26
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O Universo está morrendo lentamente. Mas o declínio é mais
veloz do que o esperado pelos astrônomos, de acordo com uma ampla análise feita
por uma equipe internacional de cientistas de mais de 30 universidades
europeias, australianas e americanas. Divulgado na segunda-feira (10), o estudo
traz as medições mais precisas de energia já realizadas até hoje em uma grande
zona do espaço, com mais de 220 000 galáxias distantes. As conclusões revelam
que, atualmente, elas produzem metade da energia que geravam há 2 bilhões de
anos. Em termos cósmicos, isso significa um rápido "apagar das luzes"
e as poucas estrelas que nascem não parecem ser capazes de substituir as
antigas - o cosmo, assim, deixaria de brilhar aos poucos.
"O Universo se estirou no sofá, se cobriu com uma manta
e se prepara para um sono eterno", afirma o astrônomo Simon Driver, membro
do Centro Internacional de Pesquisas Radioastronômicas (ICRAR) da Austrália e
um dos responsáveis pelo estudo.
Os cientistas sabiam que, após a intensa formação de
estrelas do Universo, que surgiu há cerca de 13,8 bilhões de anos a partir do
Big Bang, ele iria "envelhecer" e "morrer" gradualmente. No
entanto, nenhuma pesquisa tinha ainda investigado com tantos detalhes a
quantidade de luz emitida pelas galáxias e, com isso, avaliado a produção total
de estrelas, um parâmetro que revela o grau de atividade do cosmos.
"O resultado mais surpreendente da nova análise é que
muitas estrelas se apagaram nos últimos 2 bilhões de anos. É como se tivéssemos
chegado à velhice mais rápido que o esperado", explica o astrônomo Amâncio
Friaça, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
da Universidade de São Paulo (USP).
Evolução do cosmo - A pesquisa é parte do projeto Gama
(Galaxy and Mass Assembly), uma cooperação internacional que usa os sete dos
telescópios mais potentes do mundo, como os do Observatório Europeu do Sul
(ESO), no Chile, e os telescópios espaciais Galex e Wise, da Nasa, para estudar
a formação e evolução das galáxias. As observações foram feitas durante oito
anos e os instrumentos mediram diversas faixas do espectro eletromagnético (do
infravermelho ao ultravioleta, além da luz visível).
Estrelas como o nosso Sol, formado há cerca de 4,5 bilhões
de anos e, portanto, recentes, ainda levarão muitos bilhões de anos para chegar
a esse "envelhecimento". De acordo com os especialistas, o estudo
ajuda a compreender melhor as origens e períodos de existência das galáxias e
do cosmo.
"Essa é uma análise que refinou muitas pesquisas
anteriores. O próximo passo é compreender quais os fatores que estão
influenciando nesse fenômeno. Será que a energia escura, uma força que preenche
quase 70% do Universo tem algum papel nisso? Quem sabe os próximos experimentos
poderão nos ajudar a responder essas questões e iluminar como será nosso
futuro", diz Friaça.
fonte: veja.abril.com.br
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Pela primeira vez, astronautas comem alface cultivada no espaço
“Tem gosto de rúcula”, disse o astronauta Scott Kelly, que
provou o vegetal na Estação Espacial Internacional (ISS). O alimento pode
ajudar em futuras missões tripuladas para Marte.
Astronautas fizeram nesta segunda-feira (10) a primeira
"degustação" de alimentos cultivados no espaço. De acordo com o
americano Scott Kelly, o cardápio do almoço na Estação Espacial Internacional
(ISS), composto apenas de alface romana, "é bom. Tem gosto de
rúcula." O evento foi transmitido pela televisão da Nasa, por volta das
13h45 (horário de Brasília), que interrompeu sua cobertura de uma caminhada
espacial russa para mostrar o episódio histórico.
O vegetal, cultivado por 33 dias na ISS, é parte de uma
experiência da Nasa que vai ajudar missões tripuladas para outros planetas.
"Se quisermos ir a Marte algum dia, precisaremos de uma nave que seja
sustentável. A habilidade de cultivar o próprio alimento no espaço é um grande
passo nessa direção", disse Kelly, após provar as folhas junto com outros
dois astronautas.
"Há evidências de que os alimentos frescos, como
tomates, mirtilos e alface vermelha são uma boa fonte de antioxidantes",
indicou Ray Wheeler, cientista da Nasa no Centro Espacial Kennedy da Flórida.
"Ter alimentos frescos como este disponível no espaço pode ter um impacto
positivo no humor das pessoas e também pode fornecer proteção contra a radiação
no espaço", acrescentou.
Alface espacial - O experimento, chamado Veg-01 (ou Veggie,
apelido dado pelos astronautas), começou há três anos e pretende estudar o
crescimento e a absorção de alimentos em ambiente de microgravidade, como a
ISS. No ano passado, alguns pés de alface haviam sido cultivados no espaço, mas
voltaram para a Terra para que fossem realizados testes de segurança.
A alface ingerida pelos astrônomos foi cultivada em uma
caixa especial de crescimento e foi levada para o espaço a bordo da nave SpaceX
Dragon. As sementes, armazenadas em travesseiros de enraizamento, foram
ativadas por Kelly em 8 de julho. Antes de serem colhidas, as plantas cresceram
em ambiente controlado, com luz especial.
Para comê-las, os astronautas limparam cuidadosamente as
folhas com toalhas desinfetantes e podiam ingerir apenas a metade das folhas.
As outras foram separadas e serão congeladas na estação até que possam ser
enviadas à Terra para análises científicas.
A alimentação dos astronautas é uma das mais importantes
questões para futuras missões tripuladas a planetas distantes, como a
colonização de Marte. Se for possível cultivar o próprio alimento não será
necessário enviar quilos de mantimentos dentro das naves ou mandar missões de
abastecimento, como as que são periodicamente enviadas à ISS.
"Quanto mais longe forem as viagens dos humanos pelo
espaço, maior será a necessidade de cultivar vegetais para alimentação,
reciclagem da atmosfera e benefícios psicológicos", disse o cientista da
Nasa Giola Massa, um dos responsáveis pelo Veg-01.
De acordo com os astrônomos, a textura e gosto
da salada "de verdade" trazem a lembrança dos alimentos ingeridos na
superfície, deixando os humanos no espaço mais conectados à Terra, além de
nutridos.
fonte: veja.abril.com.br
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Morre um rinoceronte branco do norte. Agora só restam 4
Espécie está muito próxima de ser extinta. Caçada pelo alto
valor de seus chifres, é símbolo do que pode ser o início da sexta extinção em
massa (e global) dos animais.
Um dos cinco últimos rinocerontes brancos do mundo morreu
nesta segunda-feira no zoológico de Dvur Kralove, na República Tcheca, deixando
a espécie por um fio. Nabire, uma fêmea de rinoceronte branco do norte, de 31
anos, sofria há tempo e morreu por causa de um cisto rompido, de acordo com
comunicado do zoológico.
"Sua morte é um símbolo do declínio catastrófico dos
rinocerontes devido à ganância humana. Essa é uma perda difícil de
descrever", afirmou o diretor do zoológico, Prmysl Rabas. O animal está
próximo da extinção devido ao alto valor atribuído a seu chifre e às guerras
que ocorreram em torno do seu habitat, segundo a organização World Wildlife
Foundation (WWF). Apesar de Nabire ter morrido de forma natural, a espécie só
se tornou restrita a menos de uma dezena de animais após sofrer com a caça
intensa, por séculos.
A contagem regressiva para a extinção da espécie começou no
ano passado, quando morreu Angalifu, um rinoceronte branco que vivia no
zoológico de San Diego, nos Estados Unidos. Com a morte de Nabire, agora só
existem mais quatro exemplares de rinocerontes brancos, uma fêmea idosa no
zoológico de San Diego, nos Estados Unidos, e duas fêmeas e um macho na reserva
Ol Pejeta Conservancy, no Quênia. Os biólogos torcem para que o único macho
restante consiga se reproduzir com uma das fêmeas e evite que a espécie
desapareça. Se surgirem filhotes, os rinocerontes poderão viver por, pelo
menos, mais uma geração.
Nabire era um caso raro, nascida em cativeiro. Em 2009, os
biólogos tchecos a levaram para o Quênia, esperando que o ambiente natural
ajudasse na reprodução, mas o plano falhou.
Extinção em massa - O rinoceronte branco do norte é uma
subespécie do rinoceronte branco que, nos anos 1960, contava com uma população
de 2 000 indivíduos. Vinte anos depois, o número caiu drasticamente para apenas
15, principalmente por efeito da caça.
Na Ásia, indivíduos sem escrúpulo acreditam que seu chifre
tem virtudes afrodisíacas, o que o faz altamente caro e cobiçado. A queda na
quantidade de animais na natureza elevou o valor do chifre no mercado negro,
motivo que, aliado à difícil reprodução da espécie, minou as tentativas de
ambientalistas de salvar o animal.
De acordo com um estudo da União Internacional para a
Conservação da Natureza (IUCN), feito no fim ano passado, o rinoceronte branco
é uma das 4 529 espécies próximas de desaparecerem. De acordo com a análise,
41% dos anfíbios, 26% dos mamíferos e 13% dos pássaros do planeta podem sumir
nos próximos anos, o que nos deixaria à beira da sexta extinção em massa dos
animais. A última aconteceu há 65 milhões de anos, quando os dinossauros foram
varridos do planeta.
Outro estudo, da Universidade de Stanford, nos Estados
Unidos, divulgado em junho, estima que as extinções estão ocorrendo a um ritmo
100 vezes mais rápido do que os eventos anteriores de extinção. Para se ter uma
ideia, entre 1600 e 1700 foram extintas 22 espécies de animais. Entre 1900 e
2010 esse número subiu para 477. Não fosse a ação do homem, no mesmo período
ocorreriam apenas nove. Há vítimas entre todos os tipos de animais, dos
rinocerontes aos peixes, dos tigres às tartarugas.
fonte: veja.abril.com.br
segunda-feira, 29 de junho de 2015
Prepare-se para uma longa terça-feira. Ela terá um segundo a mais
Com veículos e informações rápidas, o mundo parece girar
mais veloz. Mas a Terra, que não costuma respeitar o ritmo da tecnologia, está
rodando mais devagar. Por isso, nesta terça-feira, o dia será mais longo: terá
1 segundo extra. Com essa piscar de olhos, os relógios serão sincronizados com
a rotação do planeta. Não é muita coisa, mas é um lembrete importante de que o
tempo, esse que conhecemos e é marcado pelos relógios e celulares, não é mais
que uma construção humana.
"A rotação da Terra está diminuindo gradualmente, e
segundos a mais são uma forma de dar conta disso", afirmou Daniel
MacMillan, astrônomo da Nasa, em comunicado da última sexta-feira.
Assim, o último minuto do mês de junho de 2015 vai durar 61
segundos, em vez dos 60 usuais. O fenômeno se explica pela rotação irregular da
Terra, e não é novo: desde 1972 eles costumam surgir. O último aconteceu em
2012 e, antes, em 2008.
Isso acontece porque nossos relógios são ajustados de acordo
com o Tempo Universal Coordenado (UTC, na sigla em inglês), base para todos os
fusos horários. Esse tempo é dado por um sistema de relógios atômicos muito
precisos, que calculam a duração de um segundo de acordo com mudanças bastante
previsíveis de átomos de césio. É necessário mais de 1,4 milhão de anos para
que o césio perca um segundo.
Nosso planeta, entretanto, não é tão bom com as horas. Na
teoria, a Terra leva 86 400 segundos em uma rotação (é o número contido em 24
horas). Mas, na prática, a duração é de 86 400,002 segundos. Ou seja, ela está
um pouquinho atrasada. Isso acontece por efeito da força de atração
gravitacional entre a Lua e o Sol, responsável pelas marés. Também depende de
movimentos atmosféricos, variações dos gelos e forças como os terremotos, que
tornam o movimento de rotação um pouco mais lento.
Somados, todos esses milissegundos fariam com que os
relógios ficassem em descompasso com o planeta. Por isso, os cientistas inserem
esse segundo nos relógios com o objetivo de sincronizar a velocidade dos
ponteiros com a da Terra.
Sincronia digital - Se, em um dia comum, um segundo pode não
fazer muita diferença, para as máquinas, é fundamental. "Os grandes
sistemas de navegação por satélite, os principais sistemas de sincronização de
redes de computadores, devem levar em conta esta alteração. Se não, correm o
risco de 'erros'", explicou Daniel Gambis, diretor do Serviço de Rotação
da Terra (sim, tal instituição existe!), em Paris.
No início do ano, a Nasa e o Instituto Internacional de
Pesos e Medidas (BIPM), na França, alertou fabricantes e responsáveis pelos
sistemas digitais a respeito da alteração. Ela não deverá causar panes ou
grandes problemas nos sistemas. Afinal, com esse método, 26 preciosos segundos
foram adicionados aos dias desde 1972.
fonte: veja.abril.com.br
domingo, 28 de junho de 2015
Foguete da Nasa explode
O foguete que transportava um cargueiro não tripulado da
empresa SpaceX, que presta serviço à Nasa, explodiu na manhã deste domingo ao
ser lançado de Cabo Canaveral, na Flórida, transportando suprimentos para a
Estação Espacial Internacional (ISS).A agência americana confirmou que "alguma
coisa deu errado" e que está investigando as causas do acidente com o
cargueiro Dragon.
Foi a terceira tentativa de levar suprimentos à ISS que não
deu certo. Em abril,a nave não tripulada russa Progress chegou a entrar em
órbita, mas se descontrolou e caiu, desintegrando-se na atmosfera. Em outubro
do ano passado, o foguete que levara o Cugnus, da empresa Orbital, outra
prestadora de serviço, também explodiu. A estação internacional tem no momento
três astronautas a bordo que, segundo a Nasa, não correm risco, pois estão
abastecidos de tudo o que necessitam até outubro.
sábado, 27 de junho de 2015
Aves aprendem a cantar da mesma forma que crianças
Em estudo publicado nesta semana no Cell Press,
pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, apresentaram
provas de que pássaros aprendem canções da mesma maneira que crianças. Na
teoria, os pequenos deveriam compreender, em primeiro lugar, o reconhecimento
dos sons e, depois, descobririam como as categorias de fonemas se encaixam nas
palavras. Mas não é bem assim que funciona: elas fazem tudo ao mesmo tempo. E
começam a cantar no processo.
Para Timothy Gentner, professor do Departamento de
Psicologia da Universidade da Califórnia e autor do estudo, "este tipo de
aprendizado em seres humanos é compartilhado com, no mínimo, aves cantoras.
Quando pássaros reconhecem padrões de elementos da música, eles recebem um
grande impulso em sua capacidade de categorizar esses componentes". Em
outras palavras, começam a cantarolar.
Músicas de estorninhos, por exemplo, consistem em padrões de
notas simples e curtas agrupadas em temas. Esses tópicos entram em uma das
quatro categorias: apitos, gorjeios, chocalhos ou barulhos, e altas
frequências.
A equipe de pesquisadores queria descobrir como esses
padrões influenciam na capacidade das aves de categorizar sons. Foram treinados
quatro estorninhos para diferenciar padrões auditivos AABB e BBAA de ABAB e
BABA, nos quais A e B representam barulhos de gorjeio e chocalho. Além disso, os
pesquisadores treinaram um segundo grupo da mesma forma, mas trocando os tipos
de sons.
O grupo de especialistas descobriu que as aves que
apresentaram padrões claros de sons tinham vantagem sobre o outro grupo na
capacidade de classificar corretamente o que tinham ouvido. Os resultados
mostraram que pássaros dependem de padrões da mesma maneira como os seres
humanos.
"Nós ouvimos palavras, não sequências de sons da fala.
Embora seja tentador pensar que esta é uma forma exclusivamente humana de
perceber o mundo, não é", declarou Gentner. Para os pesquisadores, apesar
de as aves não terem linguagem, elas podem ensinar muito sobre mecanismos
biológicos e psicológicos de aprendizado de idiomas.
fonte;veja.abril.com.br
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Alguns corais já estão prontos para encarar o aquecimento global
Estudo divulgado hoje (25) na revista americana Science pode
representar alívio para oceanógrafos e climatologistas. Uma equipe da
Universidade do Texas, em parceria com a Universidade de Oregon, descobriu que
alguns corais da espécie Acropora millepora, localizados em áreas quentes da
Grande Barreira de Corais, na Austrália, já apresentam variações genéticas que
os tornam resistentes a águas mais quentes.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores compararam os
corais presentes em áreas mais quentes da Grande Barreira dos Corais, na
Austrália, com outros situados em uma região quase 500 quilômetros ao sul. Eles
acabaram descobrindo que larvas descendentes de corais do norte, cuja água é 2
graus mais quente, tinham dez vezes mais chance de sobreviver a maiores
temperaturas, se comparadas às do sul.
Depois de identificar a diferença na resistência das duas,
os pesquisadores analisaram o genoma das larvas e descobriram variações
genéticas que estariam relacionadas a essa tolerância ao calor. Além disso,
descobriram que mesmo quando os corais resistentes cruzam com os do sul, eles
conseguem transmitir os genes resistentes.
Apesar de os pesquisadores terem focado o trabalho em apenas
uma espécie, eles destacam que é grande a possibilidade de que outros corais
tenham desenvolvido o mesmo mecanismo. "É muito provável que a variação
genética será estruturada de forma similar em muitas, se não na maior parte, de
espécies de corais que compartilham a mesma estratégia reprodutiva: liberar
gametas na água uma vez por ano, que se dispersam em forma de larva. Mas isso
ainda terá de ser confirmado", disse ao site de VEJA Mikhail Matz,
professor de biologia da Universidade do Texas em Austin e um dos autores do
estudo.
O artigo ainda aponta que o homem poderia ajudar na
preservação dos corais justamente ao espalhar pelos oceanos os que já
desenvolveram genes resistentes. Os mares do Caribe e do norte do Oceano
Pacífico abrigam corais similares aos estudados que, portanto, poderiam se
beneficiar da descoberta.
"Os corais não têm que esperar parar as mutações
aparecerem. A larva do coral pode cruzar oceanos naturalmente, mas humanos
também conseguem contribuir, realocando corais adultos para acelerar o
processo", disse Matz. Ele destaca, porém, que um coral só poderia ser
transferido para outro lugar dentro de seu habitat natural, o que quer dizer
que um da Austrália que já tenha desenvolvido os genes não poderia ser levado
para o Caribe, porque com ele possivelmente iriam doenças e outras ameaças à
população nativa.
Os corais são conhecidos por serem os primeiros seres vivos
a sofrerem com (e sinalizarem) os efeitos das mudanças climáticas. O aumento da
temperatura das águas faz com que eles percam o tom alaranjado e comecem a
ficar esbranquiçados. Isso acontece porque, com as altas temperaturas, os
corais expelem as algas que vivem em seu tecido, tornando-se ainda mais
vulneráveis.
O cientista Mikhail Matz deixa um recado para aqueles que
encaram o artigo como uma solução para o aquecimento global: "Nossa
descoberta de maneira nenhuma deve ser encarada como uma pílula mágica que
resolverá o problema. Essa variação genética vai nos dar mais tempo, mas
eventualmente esse prazo se esgotará quando as temperaturas esquentarem demasiadamente",
disse. "Se quisermos salvar os corais, assim como o resto da
biodiversidade do planeta, ainda precisamos desenvolver uma solução para frear
de vez o aquecimento global", acrescenta.
fonte: veja.abril.com.br
sábado, 20 de junho de 2015
Crustacea
Os Crustacea
incluem os siris, caranguejos, camarões, cracas, tatuzinhos de jardim, anfípodes,
capépodes, cladóceros e outros grupos afins. Atualmente, são reconhecidas mais
de 40.000 espécies de crustáceos. Há algumas formas muito pequenas, que vivem
na terra, lagos, rios e mares. A grande maioria das espécies é de vida livre,
porém ocorrem também espécies comensais e parasitas. Os crustáceos têm grande
importância ecológica, pois muitas espécies são elos de várias cadeias
alimentares.
A cutícula
nos crustáceos édura, de onde vem o nome Crustacea (do latim crusta, crosta ou
pele grossa, em português). Essa cutícula algumas vezes torna-se calcificada,
como as conchas dos moluscos, devido à impregnação com carbonato de cálcio.
Os
crustáceos tem o corpo segmentado e pernas articuladas e, portanto, claramente
pertencem aos Arthropoda. Alguns fatores que devem ter sido importantes para a
diversificação e o sucesso ao menos de alguns de seus subgrupos são o
encurtamento do corpo, com redução ou perda de segmentos da região posterior, e
o desenvolvimento da carapaça, facilitando a criação de correntes de água para
a respiração e a alimentação. Enquanto os quelicerados e outros mandibulados
(hexápodes e miriápodes) possuem uma estrutura do corpo mais ou menos
padronizada, nos crustáceos á uma grande
variação. Essa plasticidade estrutural possibilitou a esses animais explorarem
uma grande diversidade de ambientes e utilizarem-se de recursos alimentares dos
mais diferentes. Podem nadar, escavar, rastejar, perfurar madeira, fixar-se em
rochas, caçar, filtrar alimentos em suspensão ou de sedimentos e parasitar.
Ocupa todos os ambientes marinhos, de água doce e alguns são terrestres, mas
geralmente restritos a locais úmidos.
O corpo dos
crustáceos apresenta em cada semento, assim
como vários outros grupos de artrópodes, uma placa dorsal ou tergo, uma
ventral, esterno e lateralmente as pleuras. Cada segmento, exceto o primeiro,
pode apresentar um par de apêndices, porém nem todos os segmentos no adulto são
distintos.
Há uma
grande diversidade e especialização nos apêndices. Nos crustáceos mais basais,
os segmentos têm pares de apêndices semelhantes ao longo do corpo que atuam na
natação, respiração, alimentação e como apêndices sensitivos. Nos grupos muito
diferenciados, ocorre modificação desses apêndices para o desempenho de
diversas funções mais especializadas. Os apêndices têm um padrão birreme
composto por uma base, o protopodito, formado por dois artifícios: coxopodito (coxa) e basopodito (base). No basopodito,
prendem-se dois ramos, um interno, o endopodito,
e um externo, o exopodito, cada um
com um ou mais artículos. O endopodito geralmente é formado por cinco
artículos: ísquio, mero, carpo, própode e dáctilo.
Apresentam
três pares de peças bucais primárias, que são um par de mandíbulas e dois pares de maxilas.
No entanto, em muitos grupos pode ocorrer ainda um ou dois ou até três pares de
peças bucais adicionais, os maxilípodes,
que são apêndices torácicos incorporados à região bucal, que auxiliam na
alimentação.
No
cefalotórax não há segmentação externa, porém no trono a segmentação é
evidente. Como característica supostamente sinapomórfica do grupo, ocorre a
presença do olho naupliar, pelo menos em uma fase da vida, mas as larvas de
trilobitos talvez tenham essa característica, o que a tornaria uma arqueomorfia
em Crustácea. Algumas formas apresentam ocelos medianos na fase adulta e
outras, olhos compostos laterais ou olhos pedunculados.
O trato
digestivo é formado por um tubo simples que corre ao longo do corpo, da boca ao
ânus. Alguns formas mais derivadas, como os caranguejos e siris, mostram uma
complexidade maior na morfologia do aparelho digestivo, com diferenciações em
uma região anterior ou estomodeo, de origem ectodérmica, que é constituído do
esôfago e estômagos cardíaco e pilórico. O estômago
cardíaco ou proventrículo tem a função de triturar e mastigar; o estômago
pilórico é o local de absorção dos alimentos. Na região do estômago médio ou
mesênteron, de origem mesodémica, abre-se a glândula digestiva, também
conhecida como hepatopâncreas, que tem as funções de secreção enzimática,
absorção e reserva.
sexta-feira, 19 de junho de 2015
Como a formiga aguenta o calor do Saara?
Estudo mostra que um revestimento de pelos de prata ajuda a
espécie a refletir a radiação e resfriar o corpo.
Em novo estudo, publicado nesta semana na revista Science,
um grupo entomologistas dos Estados Unidos e da Suíça descobriu como as
formigas do Saara suportam o calor do deserto: elas possuem um revestimento de
pelos de prata que controla as ondas eletromagnéticas, melhorando a quantidade
de radiação refletida e aperfeiçoando a capacidade de emissão de energia do
corpo da formiga. Em outras palavras, a proteção mantém o corpo em boa
temperatura.
A cataglyphis bombycina, conhecida como formiga prateada do
Saara, pertecence a uma espécie dominante nas dunas de areia do norte da
África. Seus ninhos são enormes e profundos, com múltiplas entradas
distribuídas por vários metros. Trata-se de um dos animais terrestres que mais
tolera altas temperaturas: o corpo atinge até 53,6 graus, sem males.
A equipe de cientistas da Universidade de Columbia, nos
Estados Unidos, e do Instituto de Pesquisa Cerebral de Zurique, na Suíça, foi a
primeira a descobrir que esse revestimento de pelos de prata da formiga, em
formato triangular e transversal, não só melhora a reflexão da radiação,
filtrando raios solares, como aperfeiçoa a capacidade de emissão de energia do
corpo desse inseto. O efeito de resfriamento funciona sempre que as formigas
estão expostas ao sol, reduzindo a sua temperatura corporal de cinco a dez
graus.
"Para entender o efeito da radiação térmica, pense na
sensação de frio quando você sai da cama de manhã. Metade da perda de energia
nesse momento é devido à radiação térmica, pois a temperatura da pele está
temporariamente muito maior do que a do meio ambiente", declarou o
entomologista, e um dos autores do estudo, Nanfang Yu, da Universidade de
Columbia.
Para os cientistas, o fato de as formigas prateadas
conseguirem manipular ondas eletromagnéticas vai muito além do mundo animal. De
acordo com eles, "esta solução biológica para um problema termorregulador
pode levar ao desenvolvimento de revestimentos biomiméticos (ciência baseada no
comportamento da natureza) para o resfriamento de objetos criados por
nós".
fonte: veja.abril.com.br
Como nascem e morrem as estrelas?
O processo de nascimento de uma estrela é mais ou menos
padrão, o que muda mesmo é a maneira como ela morre. Estrelas pequenas ou
médias, como o nosso Sol, terminam a vida esfriando lentamente, enquanto astros
maiores podem acabar seus dias como assustadores buracos negros! Aqui você
confere como são os ciclos de vida estelar mais comuns. O curioso é que esses
ciclos são fundamentais para a construção do Universo. Nas várias etapas da
vida de uma estrela, surgem diferentes elementos químicos, como hélio, carbono
e ferro, todos frutos da fusão nuclear - a grande fonte de energia desses
astros.
Vida de astro
Uma estrela como o Sol pode ter seu diâmetro aumentado cem
vezes antes de começar a apagar
1. Em geral, uma estrela nasce numa região conhecida como
berçário estelar. Os berçários espalhados pelo Cosmo têm nuvens moleculares
gigantes. Formadas por gás e poeira, tais nuvens chegam a ocupar uma área
equivalente à de todo o sistema solar! Com a ação da gravidade, os gases e a
poeira se juntam e a nuvem molecular começa a perder suas partes mais densas
2. Aos poucos, um pedaço desprendido que ganha ainda mais
densidade e calor passa a girar em torno de si até virar um tipo de disco. A
estrela nasce pra valer quando a temperatura e a densidade no disco ficam tão
altas que seus átomos de hidrogênio se fundem, virando hélio. É o início da
fusão nuclear. Tudo isso leva dezenas de milhões de anos
3. Com seu motor (a fusão nuclear) ligado, a estrela entra
numa fase estável de "queima de combustível". Para estrelas pequenas
ou médias, isso pode durar uns 10 bilhões de anos - é nesse estágio que o Sol
está hoje. Já para astros maiores, a fase estável só dura milhões de anos.
Quando o hidrogênio acaba, o combustível para a fusão passa a ser o hélio
4. Quando predomina a fusão do hélio, a estrela ganha
energia extra e se expande, virando uma gigante vermelha - ou supergigante
vermelha se era um astro com pelo menos oito vezes a massa do Sol. Após o
crescimento, o destino da estrela segue por dois rumos diferentes, dependendo
do tamanho dela
5a. Para uma estrela como o Sol, a fase gigante vermelha
dura uns 2 bilhões de anos. Depois, o astro expulsa suas camadas externas,
virando uma nebulosa planetária. No centro dela fica o "cadáver" do
velho astro: uma estrela anã branca. Feita de carbono e oxigênio, ela termina
seus dias esfriando por bilhões e bilhões de anos, mas sem se apagar totalmente
5b. Destino mais catastrófico têm as estrelas com mais massa
que o Sol. Nelas a fusão nuclear continua, e o hélio vai virando elementos cada
vez mais pesados, até chegar ao ferro. O núcleo fica então tão denso que não
consegue mais suportar o próprio peso e desaba, liberando tanta energia que a
estrela se despedaça. É o fenômeno conhecido como supernova
6a. A detonação de uma supernova pode criar uma estrela de
nêutrons. Isso ocorre se o núcleo que entrou em colapso tiver menos do que três
massas solares. Nesse caso, o que resta da supernova é uma crosta de ferro
sólido, muito densa, debaixo da qual está uma "papa" formada por
nêutrons, uma partícula atômica
6b. Mas ainda dá para ter um fim pior... Se o núcleo que
originou a supernova tiver mais que três massas solares, o destino da estrela é
se contrair até virar um ponto de gravidade pura, sem nenhum diâmetro. É o
temido buraco negro, que teoricamente é tão denso que nem a luz consegue
escapar da sua gravidade
Quando o Sol se for
Quando virar uma anã branca, estágio final de sua vida como
estrela, o Sol deve ficar com um diâmetro parecido com o da Terra; ou seja, com
aproximadamente um centésimo do diâmetro que tem hoje. Apesar de encolher muito
no tamanho, o Sol ainda irá preservar quase 60% de sua massa original
Vermelha por quê?
Quando a estrela se expande, sua energia é distribuída por
uma área maior e por isso o calor na superfície cai. Isso deixa a estrela com
um tom mais avermelhado. Quando o Sol chegar lá, daqui a 4 bilhões ou 5 bilhões
de anos, seu diâmetro aumentará cem vezes, o que dá para engolir a atual órbita
da Terra!
fonte: mundoestranho.abril.com.br
quinta-feira, 18 de junho de 2015
Insetos têm cérebros que diminuíram ao longo da evolução de espécies
Regiões cognitivas de insetos reduziram, enquanto nos
animais vertebrados elas aumentaram.
A sociedade em que um indivíduo vive pode moldar a
complexidade de seu cérebro. Um estudo publicado dia 16/06/2015, no veículo Proceedings
of the Royal Society B., mostrou que, conforme o comportamento social evoluiu,
as regiões do cérebro para o processamento cognitivo de alguns insetos
diminuíram, oposto do que ocorre em vertebrados, animais com coluna vertebral e
crânio, em que essas áreas cerebrais aumentam de acordo com a sociabilidade.
"Ao contar com companheiros de grupo, membros da
colônia de insetos podem se dar ao luxo de fazer menos investimento cerebral
individual. Isso é chamado de hipótese de cognição distribuída", disse
Sean O'Donnell, entomologista e professor do Departamento de Ciência Ambiental
da Universidade de Drexel, na Filadélfia.
Essencialmente, O'Donnell diz que os aspectos de cooperação
ou de integração de colônias de insetos, como o compartilhamento de informações
entre os companheiros do grupo, pode reduzir a necessidade de cognição
individual, a aquisição pessoal de conhecimento. Em outras palavras, os insetos
não se dedicam a ser mais inteligentes por si, visto que a inteligência
coletiva é mais fundamental para a sobrevivência deles e da colônia. Com isso,
em vez de desenvolver a própria mente, se dedicam a construir uma coletiva,
capaz de executar, em conjunto, as tarefas mais complexas.
Já nos vertebrados, como seres humanos e cachorros, os
ambientes sociais mais complexos geralmente exigem habilidades cognitivas
individuais. Por isso, a evolução do cérebro segue via oposta.
Para analisar o cérebro dos pequenos insetos, os
pesquisadores compararam as regiões cerebrais de 29 espécies de tamanhos
variados, solitárias ou que vivem em colônias, de vespas da Costa Rica, do
Equador e de Taiwan.
fonte: veja.abril.com.br
domingo, 14 de junho de 2015
Astrônomos encontram vidro em crateras de Marte
Estudo de cientistas americanos sugere que a substância pode
trazer evidências de vida no passado do planeta.
A partir de imagens registradas pela sonda Mars
Reconnaissance Orbiter (MRO), cientistas identificaram vidro nas crateras de
Marte, substância que pode ser mais uma a trazer evidências de vida no solo do
planeta. De acordo com os astrônomos Kevin Cannon e Jack Mustard, da
Universidade Brown, nos Estados Unidos, a substância foi formada por efeito de
um impacto violento, como o de um asteroide. Um estudo anterior sobre um choque
semelhante na América do Sul encontrou moléculas orgânicas no vidro formado
dessa forma. Está aí o atalho para concluir que esse pode ser um indício de que
há ou houve vida no planeta vizinho.
A análise, publicada na última semana no periódico
científico Geology, descreve como as informações trazidas pela sonda lançada em
2005 para detectar a presença de água em Marte revelou a substância, não
esperada na busca dos pesquisadores. Para achar o vidro, astrofísicos mediram o
espectro da luz refletida na superfície de Marte, pois só assim identificam os
minerais e tipos de rochas no local, remoto. No entanto, não sabiam ao certo o
que seria o material que estava refletindo luz em cor verde. À época já havia a
hipótese de que poderia ser vidro.
Para tirar a dúvida, Cannon misturou em laboratório vários
tipos de poeiras, similares a composição das rochas de Marte, e as colocou em
um forno para que formassem vidro. Para checar como o objeto reflete luz, ele
mediu o sinal espectral, medida técnica que aponta justamente esse tipo de
comportamento de substâncias químicas. Com um algoritmo, comparou os sinais do
vidro em laboratório e os enviados pelo veículo da Nasa. Ambos são semelhantes,
trazendo evidências da existência do material nas entranhas das crateras.
Vida no vidro - Um estudo, conduzido em 2014 pelo cientista
Peter Schultz, também da Universidade Brown, foi a motivação fundamental para
publicar a pesquisa. Schultz encontrou, na Argentina, moléculas orgânicas em
fragmentos de vidro, formadas há milhões de anos em consequência do impacto de
um asteroide. Por isso, a presença da substância pode ser pista para rastrear
vida na superfície de um planeta.
fonte: veja.abril.com.br
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Você sabe que horas são? As moscas sabem
Moscas de fruta usam o tempo para escolher o que é melhor
comer em cada momento.
Apesar de irritantes, as moscas-das-frutas podem ser mais
espertas do que você pensa. Segundo uma pesquisa publicada na revista Cell
Press, elas sabem determinar até qual é a hora do dia. Além disso, esses
insetos aprendem a conectar diferentes aromas, dependendo da hora, com a
recompensa de açúcar.
De acordo com os pesquisadores, os resultados mostram que,
mesmos sendo pequenos, os insetos possuem surpreendentes habilidades mentais.
"Se até mesmo a mosca-das-frutas, com o seu cérebro diminuto, tem a noção
de tempo, a maioria dos animais também pode tê-la", disse um dos autores
do estudo, o neurocientista Martin Heisenberg, do Centro Rudolf Virchow, na
Alemanha.
Os pesquisadores treinaram moscas-das-frutas famintas para
associar dois odores químicos diferentes com açúcar, na parte da manhã ou da
tarde, em dois dias consecutivos. No terceiro dia, testaram a preferência dos
insetos por um perfume ou a outro.
Os resultados não deixaram dúvidas: elas aprenderam a
escolher o perfume preferido ao longo do dia. Moscas testadas na manhã
preferiram o odor na parte da manhã, enquanto moscas testadas no período da
tarde preferiram o desse período. A capacidade de contar o tempo manteve-se nos
dois eventos, separados por um período de pelo menos quatro horas.
Os cientistas descobriram que a capacidade de manutenção do
tempo dos insetos manteve-se tanto na escuridão constante quanto em um ciclo
claro-escuro regular. Portanto, a conclusão é que as moscas-das-frutas podem
usar o tempo como uma pista adicional para descobrir o que é bom para comer. É
claro que elas não vão calcular a hora exata de acordo com os padrões humanos.
Mas ao menos é certo que sabem se é dia, tarde ou noite.
fonte: veja.abril.com.br
sábado, 9 de maio de 2015
Cientistas chineses descobrem fósseis de pássaros de 130 milhões de anos
18:40
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Encontrada na China, nova espécie teria o tamanho de um
pardal e é o mais antigo parente das aves que conhecemos hoje.
Dois fósseis de 130 milhões de anos, encontrados na China,
provam que as aves modernas apareceram mais cedo do que os cientistas tinham
previsto. A nova espécie foi chamada de Archaeornithura meemannae e é a
primeira representante da família Ornithurae, grupo que deu origem aos pássaros
modernos. O estudo foi publicado na revista Nature.
Os fósseis foram encontradas por um grupo de cientistas
durante uma expedição à província de Liaoning, no nordeste da China. Graças ao
bom estado de conservação (contavam até com a plumagem), os pesquisadores
conseguiram usar o material para concluir que as aves modernas apareceram há
130 milhões de anos, e não há 125 milhões, como se pensava até então.
O fóssil de pássaro mais antigo já encontrado, de 150
milhões de anos, é o da ave Archaeopteryx, uma evolução dos dinossauros do fim
do período Jurássico. Após 25 milhões de anos, os pássaros foram divididos em
duas espécies: os Enantiornithes e os Ornithurae -- o primeiro grupo foi
extinto e o segundo deu origem às aves que conhecemos hoje. Os dois fósseis
achados agora fazem parte da segunda família, provando que as aves modernas
surgiram há pelo menos 130 milhões de anos.
A espécie A. meemannage tinha quase 15 centímetros de
altura, hábitos aquáticos (caçava em áreas rasas), voava rapidamente e contava
com pernas longas e penas nas asas, no rabo e até nos pés, o que sugere que
pássaros com quatro asas podem ter existido. Os fósseis, inclusive, devem
ajudar os cientistas na investigação sobre quando e como as aves começaram a
voar.
fonte: veja.abril.com.br
sábado, 4 de abril de 2015
Sonda encontra luzes misteriosas em planeta anão Ceres
A sonda Dawn, da Nasa, detectou duas luzes piscando na
superfície do objeto, e os cientistas ainda não sabem a explicação para o
fenômeno.
A Nasa divulgou fotografias do planeta anão
Ceres, feitas pela sonda Dawn a 46.000 quilômetros de distância do corpo
celeste, localizado no cinturão de asteroides existente entre Marte e Júpiter.
As imagens mostram duas luzes piscando na superfície do planetoide, um fenômeno
para o qual os cientistas ainda não têm explicação.
Chris Russell, principal investigador da missão, afirmou que
os pontos brilhantes podem ser estruturas vulcânicas do planeta anão, mas que
será preciso esperar fotografias com resolução melhor para tirar conclusões.
A sonda Dawn entrará na órbita de Ceres no dia 6 de março.
"Os pontos brilhantes continuam sendo muito pequenos para a resolução da
nossa câmera, mas, apesar do tamanho, são mais brilhantes do que qualquer coisa
em Ceres", afirmou Andreas Nathues, principal pesquisador de uma das
câmeras da sonda Dawn. "Isso é algo inesperado e um mistério para
nós."
Lançada em 2007 pela Nasa, a Missão Dawn tem como objetivo
orbitar os asteroides Vesta e Ceres para estudar sua estrutura interna,
densidade, forma, tamanho, composição e massa, entre outros aspectos. Os dados
ajudarão os cientistas a entender a história desses objetos e quais meteoritos
encontrados na Terra vêm desses corpos.
Em agosto de 2011, a Missão Dawn orbitou o asteroide Vesta,
ficando lá até setembro do ano seguinte. Ela fez mais de 30.000 imagens dele,
assim como diversas medições e informações sobre sua composição geológica.
fonte: veja.abril.com.br
segunda-feira, 2 de março de 2015
Branco ou azul? A ciência explica a confusão causada pela cor do vestido
07:31
Sem Comentários
A falta de referências de cor próximas e de informações
sobre o tipo de luz na foto permitem que o cérebro interprete a cena de jeitos
distintos.
A foto de um vestido circulou nas redes sociais na noite
desta quinta-feira provocando controvérsia: algumas pessoas o enxergam azul com
rendas pretas enquanto outras juram que a peça é branca com rendas douradas.
Quem postou a foto na internet foi a cantora escocesa
Caitlin McNeill, alegando que ela e seus amigos não concordavam sobre a cor da
peça. A imagem se espalhou pelas redes sociais e o debate ganhou o mundo. Uma
pesquisa feita pelo site Buzzfeed, respondida por 2,5 milhões de pessoas,
mostrou que 70% delas viam o vestido branco e dourado. Estavam enganadas.
Caitlin revelou que o vestido é azul e preto.
Uma das primeiras hipóteses levantadas para explicar o
fenômeno foi a diferença das telas de celulares e computadores nas quais as
pessoas viam a imagem. Esta teoria foi rapidamente derrubada, porque pessoas
olhando a foto no mesmo aparelho ainda discordavam sobre a cor do vestido.
A ilusão é um efeito provocado pelo mecanismo do nosso
cérebro que faz com que a gente enxergue as cores de forma constante.
Denominado constância da cor, o fenômeno permite que a gente saiba que, em um
local escuro ou sob intensa luz solar, os objetos têm as mesmas cores, ainda
que aparentem estar diferentes.
Olhos - Nossos olhos possuem três tipos de cones, células
com capacidade de reconhecer cor: um para o azul, outro para o verde e o último
para o vermelho. Quando a luz refletida por algum objeto chega a essas células,
cada cone registra a intensidade da sua cor naquela luz. Ao serem ativadas as
regiões que reconhecem azul e vermelho, por exemplo, o cérebro calcula que o
objeto tem um tom de magenta.
"Se um objeto está sendo iluminado pelo Sol, uma cor
vem para os sensores do olho, mas se o mesmo objeto for iluminado por uma
lâmpada fluorescente, essa cor já fica diferente", explica Maria José
Santos Pompeu Brasil, pesquisadora do departamento de física de matéria
condensada do Instituto de Física da Unicamp. Como o cérebro está acostumado
com as mudanças de fontes luminosas no cotidiano, ele trabalha para equilibrar
esse efeito.
No entanto, em uma situação em que a fonte que ilumina o
objeto não está explícita e faltam referências de cor ao seu redor, cada um
pode interpretar a imagem como quiser e, inconscientemente, obter resultados
distintos. "A foto do vestido não tem boa informação de luminosidade, nem
outros objetos próximos que deem uma referência de sua cor", afirma a
pesquisadora. "Assim, nosso cérebro define qual fonte luminosa ele acha
que é, mas sem boas dicas cada pessoa pode tirar conclusões diferentes."
Maria explica que, em geral, ilusões de ótica são feitas
para enganar todas as pessoas igualmente. Neste caso, algumas pessoas veem a
cor verdadeira do vestido e outras não. "Por isso a imagem é
surpreendente", diz.
fonte: veja.abril.com.br
Arachnida
05:15
Sem Comentários
Os
aracnídeos são representados pelas aranhas, escorpiões, opiliões e ácaros,
entre outros grupos menos conhecidos. Apresentam o corpo bem característico,
dividido em prossoma e opistossoma, quatro pares de pernas
locomotoras e um par de pedipalpos, além do par de quelíceras é a apomorfia que
justifica a inserção dos aracnídeos nos Chelicerata.
Os Arachnida
são bem diversificados, ocupando vários nichos de ambientes terrestres em todas
as regiões geográficas, exceto os pólos. Encontram-se aracnídeos em árvores, em
troncos caídos, sob rochas, em regiões desérticas, semi-áridas e locais úmidos,
sendo que algumas aranhas e ácaros se adaptam a uma vida aquática, vivendo, por
exemplo, sob a água em bolhas de ar. Existem espécies ectoparasitas de animais
e plantas, e espécies de vida livre.
As relações
entre os grupos de aracnídeos não está bem definida, porém se sabe que os
escorpiões apresentam um número considerável de plesiomorfias, tais como segmentação
nos tagmas e pulmões foliáceos. As quelíceras com quela também podem ser
consideradas uma plesiomorfia.
fonte: livro
Invertebrados: Manual de Aulas Práticas
Cibele S.
Ribeiro-Costa, Rosana Moreira da Rocha
Acarina
05:13
Sem Comentários
É o grupo
mis diversificado dos quelicerados, não apenas em comportamento e ambientes de
vida, como também na forma estrutural do corpo. Ácaros e carrapatos ocorrem em
todas as latitudes. Podem ser de vida livre, terrestre ou aquática, sendo a
maioria de água doce. Os terrestres vivem no solo, em folhiço ou em material em
decomposição.
Os parasitas
podem ter como hospedeiro tanto banimais como vegetais, alguns sendo vetores de
doenças.
O sucesso
desse grupo está relacionado com o tamanho reduzido do corpo, que facilita a
adaptação a vários ambientes a que outros aracnídeos não tiveram acesso. A
maioria das espécies apresenta poucos milímetros, mas alguns carrapatos podem
atingir 3 cm de comprimento. Algumas características apomórficas do grupo são a
perda da segmentação e a fusão dos dois tagmas principais do corpo, prossoma e
opistossoma. Nos grupos em que ocorre segmentação, esta é secundaria. A
terminologia utilizada para a descrição da divisão do corpo de Acarina difere
daquela utilizada nos outros grupos de quelicerados e não existe uma uniformidade
entre os autores. Optou-se pela terminologia que descreve a presença de dois
tagmas: o gnatossoma, tagma anterior
que contém as quelíceras e pedipalpos, e o idiossoma,
tagma posterior que contém os outros apêndices locomotores.
A reprodução
de Acarina envolve cópula realizada por meio de um pênis. Nos grupos parasitas,
após a cópula, a fêmea cai no solo e deposita seus ovos. Durante o
desenvolvimento, ocorre um estágio ninfal, com três pares de pernas.
fonte: livro
Invertebrados: Manual de Aulas Práticas
Cibele S.
Ribeiro-Costa, Rosana Moreira da Rocha
Chelicerata
Os
Chelicerata compreendem as aranhas, escorpiões, ácaros, escorpiões-vinagre e
aranhas-do-mar, entre outros, os quais são incluídos nos táxons Arachnida,
Xyphosura e Pycnogonida. O extenso registro fossilífero dos quelicerados mostra
que a origem desse grupo deu-se no Pré-Cambriano, em ambientes marinhos.
Atualmente, apenas Xyphosura e Pycnogonida apresentam representantes marinhos
e, entre os Arachnida, apenas alguns ácaros e aranhas invadiram secundariamente
o ambiente aquático, como uma adaptação secundaria. Chelicerata é o segundo
maior grupo de invertebrados terrestres, com cerca de 65.000 espécies
conhecidas, perdendo apenas para os insetos.
Os
Chelicerata formam um grupo monofilético dentro de Arthropoda, tendo como principal
sinapormorfia a presença de quelíceras. Pycnogonida, as aranhas-do-mar, apesar
de apesentarem uma probóscide, pernas ovígeras e opistossoma reduzido, deve ser
o grupo-irmão de Xyphosura + Arachnida. Os Merostomata, que tradicionalmente
reuniam Xyphosura (os límulus) e Eurypterida (escorpiões-marinhos, já extintos)
não deve formar um grupo monofilético, uma vez que os Eurypterida –um grupo
extinto de água doce- estariam mais relacionados com os Arachnida que com os
Xyphosura.
Como todos
os artrópodes, os quelicerados apresentam um exoesqueleto quitinoso e apêndices articulados, porém apresentam
características únicas, como a divisão do corpo em prossoma e opistossoma.
O primeiro é formado pela fusão do céfalon original de Ecdysozoa e alguns
outros segmentos, apresentando seis pares de apêndices. O primeiro par de
apêndices recebe o nome de quelíceras,
têm um número reduzido de artículos, com forma de garra ou quela e são
homólogas às antenas dos insetos ou as antenas anteriores dos crustáceos. O
segundo par de apêndices, os pedipalpos
têm origem no terceiro segmento. Os quatro pares de apêndices restantes são as pernas locomotoras, correspondendo ao
quarto, quinto, sexto e sétimo segmento.
A conquista
do meio terrestre está associada a diversas modificações nos sistemas
respiratório, excretor, no mecanismo de contenção de água, na locomoção e nas
estratégias alimentares. Com relação à respiração, os quelicerados passaram de
uma respiração branquial (já que o ancestral era marinho) para uma respiração
aérea. Os pulmões foliáceos são uma
modificação das brânquias foliáceas,
encontradas nos Xiphosura. Quelicerados mais derivados apresentam também um sistema traqueal análogo (mas não
homólogo) ao dos insetos.
Com relação
à excreção, originalmente de amônia nos ambientes aquáticos, passa a ser de
guanina, xantina e ácido úrico, este último característico de animais de
hábitos terrestres. A excreção nos quelicerados terrestres dá-se por meio das glândulas coxais e túbulos de Malpighi. As glândulas coxais são homólogas aos
metanefrídios, presentes também em onicóforos e tardígrados. Os túbulos de
Malpighi em aracnídeos são, mais uma vez, análogos mas não homólogos às
estruturas com esse mesmo nome nos Tracheata.
Para evitar
a perda d’água pela parede do corpo, há uma cerificação do exoesqueleto. O
mecanismo de locomoção, que no ancestral era natatório, no ambiente terrestre
passou a ser ambulatorial, com músculos fortes para impulsionar o corpo e
deixa-lo pouco acima do solo, o que permitiu deslocamentos rápidos.
As
estratégias alimentares também sofreram alterações. A maioria dos quelicerados
regurgita enzimas digestivas, apresentando digestão inicial externa, seguida de
ingestão de suco alimentar formado pelo alimento pré-digerido. Tanto as
quelíceras como os pedipalpos estão modificados para capturar e, em alguns,
para dilacerar suas presas.
Os ácaros
formam o grupo que sofreu mais alterações na estrutura corporal, possibilitando
novas formas de alimentação. Nesse grupo, o conjunto das quelíceras e
pedipalpos forma um cone bucal adaptado para picar e sugar e, assim, esses
quelicerados são os únicos que apresentam herbivoria e hematofagia. Os
herbívoros alimentam-se de sucos vegetais, perfurando o tecido e sugando seiva
ou parênquima e os hematófagos são ectoparasitas, perfurando o tecido do corpo
e sugando o sangue de seus hospedeiros. O demais quelicerados, inclusive
Pycnogonida, são predadores.
fonte: livro
Invertebrados: Manual de Aulas Práticas
Cibele S.
Ribeiro-Costa, Rosana Moreira da Rocha
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