Dupla de pesquisadores afirma que o corpo celeste que
atingiu o planeta era menor e mais rápido que um asteróide
Há cerca de 66 milhões de anos, a Terra passava pela sua
quinta grande extinção, que pôs fim ao reinado dos dinossauros. A explicação
mais aceita a respeito do que causou essa extinção em massa é o impacto de um
asteroide. Mas pesquisadores da Faculdade de Dartmouth, nos Estados Unidos,
atribuem esse evento a outro "visitante do espaço": um cometa.
Asteroides são corpos celestes formados por rochas. Cometas
são "bolas de neve" formadas por uma mistura de gelo, gases
congelados e poeira. Quando se aproximam do Sol, os cometas se aquecem e se
tornam brilhantes. A poeira e os gases formam uma cauda que pode ter milhões de
quilômetros.
A teoria de que um asteroide causou a extinção dos
dinossauros se originou com as descobertas do físico americano Luis Alvarez e
seu filho, o geólogo Walter Alvarez, professor da Universidade da Califórnia,
em Berkeley. Em 1980, eles identificaram concentrações elevadas do elemento
químico irídio na fronteira K-T, que marca a transição do período Cretáceo para
o período Terciário, quando ocorreu a extinção dos dinossauros.
O irídio é um elemento raro na crosta terrestre, mas é comum
em rochas espaciais, como asteroides. Para os Alvarez, isso indicava que um
asteroide havia colidido com a Terra nesse período, cerca de 66 milhões de anos
atrás. Essa teoria continuou em debate até 2010, quando um grupo de 41
cientistas publicou um artigo em favor da hipótese dos Alvarez.
Nova teoria — O local apontado como o ponto de colisão é a
Cratera de Chicxulub, soterrada abaixo da Península do Iucatã, no México. Os
pesquisadores da Faculdade de Dartmouth, Jason Moore e Mukul Sharma,
apresentaram em março, na 44ª Conferência de Ciência Lunar e Planetária,
realizada no Texas, um trabalho em que defendem que o corpo celeste que
provocou o impacto e criou Chicxulub é, na verdade, um cometa.
A dupla de Dartmouth analisou os dados publicados sobre o
irídio presente na fronteira K-T, comparando-o com o ósmio, outro elemento
químico presente em rochas espaciais. Eles concluíram que a quantidade de
irídio acumulada era na verdade menor do que os cientistas haviam estimado.
Assim, o corpo celeste que atingiu a Terra também teria que ser menor. Porém, um asteroide pequeno não seria capaz
de gerar uma cratera de 180
quilômetros de largura, como a de Chicxulub.
A explicação que melhor se ajustou a um corpo celeste com
energia o bastante para gerar tal cratera e que ao mesmo tempo possuísse
material rochoso em menor quantidade foi a colisão com um cometa. "Nós
propomos um cometa porque eles possuem uma porcentagem menor de irídio e ósmio
em relação à sua massa do que asteroides. Um cometa em alta velocidade teria
energia suficiente para criar uma cratera de 180 quilômetros de
largura", afirma Moore.
Fonte: veja.abril.com.br
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