terça-feira, 26 de março de 2013

Peixe-dinossauro: um “fóssil vivo”


Uma das maiores descobertas da zoologia no século 20 foi feita passo a passo. Tudo começou em 1938, quando um pescador fisgou um peixe diferente no Oceano Índico, na costa da África do Sul. O peixe era tão estranho que foi parar no museu marítimo local. Por comparações com fósseis, chegou-se a uma conclusão fantástica: tratava-se de um ser pré-histórico, o celacanto, originado há 410 milhões de anos e que se imaginava extinto há 65 milhões de anos. Chamada de “fóssil vivo”, a criatura é um parente próximo dos peixes que saíram do mar e se tornaram répteis em terra firme, dando origem, entre outras coisas, aos seres humanos. Mas o máximo que se sabia era sua idade aproximada.





No ano 2000, o cientista alemão Hans Fricke, um dos maiores estudiosos do celacanto, descobriu uma colônia inteira do peixe no fundo do mar, na costa da África do Sul, a mais de 200 metros de profundidade. Foi a primeira vez que se pôde observar vários peixes-dinossauros juntos. Sensores elétricos colocados nos celacantos permitiram estudar seus hábitos, que são bem diferentes dos de outras espécies marinhas e fluviais. Eles têm, por exemplo, um timing único entre os peixes. A cada final de tarde saem das cavernas onde moram, no mesmo horário, para buscar comida – geralmente, peixes pequenos. Também foi possível observar loco seus movimentos. E os cientistas envolvidos no estudo da evolução das espécies vibraram: as nadadeiras do peixe-dinossauro movem-se de um jeito parecido ao dos braços e pernas dos humanos.

Os celacantos também conseguem levantar um pouco a cabeça, graças a um simulacro de espinha dorsal – como nos mamíferos –, além de terem um rabo largo e comprido jamais visto antes em outro peixe. O celacanto pode medir mais de 1,5 metro e pesar 90 quilos. Os estudos continuam. Fricke e cientistas dos mais renomados centros de pesquisa do mundo agora querem descobrir como o celacanto conseguiu sobreviver ao fenômeno que provocou o desaparecimento dos dinossauros, há 65 milhões de anos, e de que forma ele se relaciona com a cadeia evolutiva que deu origem ao ser humano.

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