Terminou nesta quinta-feira, 28/02/13, uma missão que isolou astronautas
e técnicos, na maioria austríacos, no deserto de Merzuga, no sudeste de
Marrocos. A experiência, que teve o apoio do governo marroquino e
colaboração da Nasa, durou pouco menos de um mês e teve como objetivo
imitar ao máximo as condições para exploração humana em Marte.
Durante a experiência, o grupo montou acampamento e treinou a troca
de roupa convencional e uniformes espaciais, usados para conduzir
veículos robóticos desenvolvidos para suportar as condições de pressão
no planeta. Também utilizaram as roupas especiais para simular
explorações de terreno, em treinos de mais de três horas. A experiência
mostrou a enorme pressão física e psicológica que é sofrida dentro
destes trajes espaciais, além da limitação de movimentos que ela
representa para o astronauta.
A missão foi organizada e dirigida pelo Fórum Austríaco do Espaço (OEWF). De acordo com o diretor do OEWF, o cientista Gernot Grömer, o objetivo da missão é saber como se pode fazer uma boa exploração em Marte – testar os aparelhos existentes, ver as possíveis falhas e pensar nos instrumentos e capacidades necessários. “Foi uma das maiores e mais complexas missões já realizadas”, comemorou.
Experiência — Os cinco astronautas da missão receberam treinamento físico e psicológicos prévios. Também participaram das atividades um técnico em telecomunicações, um médico e mecânicos. Todos permaneceram em uma superfície de oito quilômetros quadrados, isolados das dunas do deserto pela Gendarmaria Real marroquina. Para imitar as dificuldades da missão, a tripulação recebeia os sinais acústicos 26 minutos depois da sua emissão, um atraso artificial feito para reproduzir as condições reais impostas pela distância entre a Terra e Marte.
Marrocos foi escolhido para o experimento porque, além de possuir características topográficas parecidas com os desertos marcianos, forneceu condições de segurança às equipes — o que excluiu os desertos da Líbia, por exemplo. O deserto de Merzuga está situado a 8.000 metros acima do nível do mar, com dunas de areia fina e alterações de superfícies planas e rochosas, similares ao que se conhece de Marte.
Todos os dados recolhidos nesta simulação serão analisados na base da OEWF na cidade de Innsbruck, na Áustria. Paralelamente à missão de Marrocos, que conta também com a coordenação do centro marroquino Ibn Battuta, o centro austríaco OEWF realizou uma simulação parecida em Utah, no oeste dos Estados Unidos.
Apesar de todos os esforços, uma viagem real ao planeta, segundo Grömer, está prevista para daqui a duas ou três décadas. Os resultados deste trabalho, no entanto, poderão ser utilizados como base para os próximos treinamentos, de acordo com a evolução e sofisticação dos equipamentos que, de fato, deverão ser usados em Marte.
Fonte: veja.abril.com.br
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