Na medição mais precisa feita até agora, pesquisadores
mostraram que o meteorito atingiu a Terra há 66.038.000 anos, pouco tempo antes
da extinção. Um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Science pretende
pôr um ponto final na discussão sobre qual foi o evento que levou à extinção
dos dinossauros. Há pelo menos 30 anos, a comunidade científica discute se a
queda de um meteorito no México levou à grande extinção que aconteceu no final
do período Cretáceo (período entre 145 e 65,5 milhões de anos atrás), há cerca
de 66 milhões de anos, e causou o sumiço de todos os dinossauros não avianos
(os dinossauros avianos, os pássaros, estão bem vivos por aí até hoje). Os
novos dados obtidos pelos pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos
Estados Unidos, são os mais precisos até agora e mostram que o meteorito
atingiu a Terra há 66.038.000 anos, pouco antes da extinção. Segundo os
cientistas, essa coincidência entre a data dos dois eventos mostra que eles, de
fato, estão relacionados e que o impacto foi decisivo para a extinção em massa.
O primeiro pesquisador a propor que a queda de um meteorito
poderia ter levado à morte dos dinossauros foi Luis Alvarez, professor de
Ciência Planetária da Universidade de Berkeley, ainda em 1980. Dez anos depois,
cientistas descobriram a cratera Chicxulub no litoral mexicano. Com 177 quilômetros de
largura, ela foi apontada como o provável
local de queda do meteorito.
No entanto, uma série de estudos posteriores colocaram a
teoria em dúvida. Uma pesquisa apontou que o impacto teria acontecido 300.000
anos antes do desaparecimento repentino dos dinossauros. Outras pesquisas
mostravam o contrário: que o meteorito havia caído cerca de 180.000 anos depois
da extinção.
O estudo publicado nesta semana usou uma técnica de datação
de alta precisão, que mede as quantidades de argônio e potássio em amostras de
rochas para descobrir a idade do material. Os pesquisadores analisaram rochas
formadas no mesmo período em que a extinção aconteceu e outras formadas após a
queda do meteorito. Como resultado, descobriram que os eventos aconteceram em
períodos próximos, com uma distância temporal de, no máximo, 32.000 anos.
"Demonstramos que estes acontecimentos são muito próximos, razão pela qual
sabemos que o impacto teve um papel maior na extinção dos dinossauros",
diz Paul Renne, professor da Universidade de Berkeley e principal autor do
estudo.
Os cientistas afirmam que o meteorito foi a causa principal
da extinção, mas uma série de outros fatores podem ter colaborado para levar a
isso. Fortes erupções vulcânicas na Índia, por exemplo, causaram alterações
climáticas que teriam atingido todo o planeta. Longos períodos de frio intenso
teriam levado à exaustão um grande número de ecossistemas ao redor da Terra,
acostumados ao clima quente do período. Nesse caso, o impacto do meteorito
teria apenas dado o golpe final em uma população que já começava a desaparecer.
Fonte: veja.abril.com.br
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