Utilizando um novo processo de datação de rochas,
pesquisadores americanos relacionaram com precisão um intenso período de
erupção vulcânica à extinção de cerca de metade das espécies existentes na
Terra há 200 milhões de anos, a chamada Quarta Grande Extinção. O evento teria
aberto o caminho para a evolução dos dinossauros e sua dominação do planeta
pelos 135 milhões de anos seguintes, até que estes também foram extintos.
No estudo, publicado online nesta quinta-feira na revista
Science, os pesquisadores utilizaram uma nova técnica de análise da
decomposição de isótopos de urânio para determinar a idade das rochas formadas
a partir do resfriamento do magma das grandes erupções. As análises foram
feitas em basaltos coletados nos Estados Unidos e no Marrocos. Essas rochas são
provenientes da Província Magmática do Atlântico Central (Camp, na sigla em
inglês), resultado de uma série de grandes erupções ocorridas há cerca de 200
milhões de anos, quando todos os continentes se encontravam ligados como um
só. Pesquisadores estimam que essas
erupções tenham despejado cerca de 10,4 milhões de quilômetros cúbicos de lava
durante 600.000 anos.
Os pesquisadores conseguiram determinar com precisão a data
da Extinção do Triássico-Jurássico: 201.564.000 anos atrás, exatamente o
período da intensa atividade vulcânica da Província Magmática do Atlântico
Central. Os gases liberados pelas erupções, em especial o gás carbônico, teriam
provocado o aquecimento do planeta e comprometido a sobrevivência de parte das
espécies.
Estudos anteriores já haviam sugerido uma ligação entre a
Camp e a Quarta Grande Extinção, mas eles trabalhavam com margens de erro de 1 a 3 milhões de anos, enquanto
a nova margem é de apenas alguns milhares de anos, um valor baixo do ponto de
vista geológico.
Futuro – A extinção dos dinossauros, atribuída à queda de um
meteorito, é considerada a quinta e última extinção em massa pela qual a Terra
passou. Alguns cientistas sugerem que o planeta esteja passando atualmente por
uma sexta extinção, causada pelo homem. A queima de combustíveis fósseis libera
quantidades imensas de gás carbônico na atmosfera, causando aumento da
temperatura, desequilíbrio dos ecossistemas e aumento a acidez das águas.
"A extinção do Triássico-Jurássico é análoga aos dias
de hoje. A partir do estudo dos registros geológicos, é possível saber muito
sobre o impacto do aumento da quantidade de gás carbônico na atmosfera sobre a
temperatura do planeta, acidez dos oceanos e manutenção da vida na Terra
", afirma Terrence Blackburn, um dos autores do estudo.
Fonte: veja.abril.com.br
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