Pesquisadores estimam que o animal viveu há cerca de 3,5 milhões de anos e habitou florestas do Ártico.
Fósseis de um camelo gigante que habitava florestas do Ártico foram
encontrados no Canadá. Trinta fragmentos de um osso da perna do animal
foram coletados na ilha Ellesmere por pesquisadores do Museu Natural do
Canadá (Canadian Museum of Nature) e representam o registro mais ao
Norte já encontrado dos camelos primitivos.
Segundo o estudo, publicado nesta terça-feira no periódico Nature Communications,
os fósseis têm cerca de 3,5 milhões de anos e datam do período
Plioceno, que vai de 5 milhões de anos a 1,8 milhão de anos atrás.
Outros fósseis encontrados no local indicam que o camelo gigante
habitava um ambiente de floresta boreal, durante uma fase de aquecimento
do planeta.
“Essa descoberta expande a faixa habitada pelos camelos na América do Norte em cerca de 1.200 quilômetros e indica que a linhagem que deu origem ao camelo moderno pode ter sido originalmente adaptada para a vida nas florestas do Ártico”, afirma Natalia Rybczynski, paleontóloga e integrante do grupo de pesquisadores.
Os ossos foram coletados em Fyles Leaf Bed, um depósito de areia na ilha Ellesmere. No mesmo local já haviam sido encontrados fósseis de folhas, madeiras e outros materiais de origem vegetal, mas o camelo é o primeiro mamífero encontrado.
Identificação — Um longo processo foi necessário para determinar a qual animal pertenciam os fósseis encontrados. A pesquisadora Natalia Rybczynski conta que, quando encontrou os fósseis, pensou que se tratava de madeira. Características físicas dos fragmentos indicavam que eles pertenciam à tíbia de um animal da ordem dos artiodáctilos, mamíferos com cascos e um número par de dedos, que inclui vacas, porcos e camelos. Devido ao seu tamanho, o osso deveria pertencer a um animal de grande porte: ele é 29% maior em comparação à tíbia dos camelos modernos. Naquela época, na América do Norte, os maiores artiodáctilos eram os camelos.
A hipótese foi confirmada com a realização de análises do colágeno (proteína encontrada nos ossos) presente nos fragmentos. Os resultados foram comparados com 37 espécies de mamíferos modernos e com outro fóssil de camelo presente na coleção do Museu Natural do Canadá. A partir disso, os pesquisadores puderam concluir que o fóssil pertence a um camelo que pode ser da mesma linhagem do Paracamelus, antecessor dos camelos modernos.
Fonte: veja.abril.com.br
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