O micélio desse grupo também é constituído por hifas septadas.
Aqui também se verifica um ciclo de vida marcado pela alternância de
gerações e pela formação de corpos de frutificação, nesse caso chamados
de ascocarpos, que apresentam formas e dimensões
bastante variadas. O ciclo reprodutivo dos ascomicetos é semelhante
àquele que ocorre nos basidiomicetos: hifas haploides de dois micélios
diferentes encontram-se, fundem-se (plasmogamia) e dão origem a hifas
dicarióticas. A partir dessas hifas formam-se os ascocarpos, cuja região
central apresentará muitos ascos alongados. Cada asco conterá, por fim, oito ascósporos haploides produzidos por meiose.
Em sua reprodução assexuada, os ascomicetos formam, na extremidade de hifas especializadas, milhões de diminutos conidiósporos, que são pequenos como partículas de poeira. Desse fato advém o nome “conidiósporo”: do grego konis = poeira. Esse tipo de esporo é muito leve e resistente, espalhando-se com facilidade pelo ambiente e podendo sobreviver por muito tempo até que surjam condições apropriadas para a germinação. A presença de grande quantidade de esporos desses fungos (em particular, os pertencentes ao gênero Aspergillus) no ambiente doméstico frequentemente provoca casos alérgicos (asma e rinite, por exemplo) em seres humanos.
Algumas espécies de Aspergillus são úteis para o homem, sendo utilizadas na produção de saquê (uma bebida alcoólica) e shoyu (molho de soja). São igualmente importantes os fungos do gênero Penicillium, que são mofos de cor azul-esverdeada, dos quais se extrai o antibiótico penicilina. A este gênero também pertencem os fungos utilizados na produção dos queijos camembert e roquefort.
Outros ascomicetos bem conhecidos são as leveduras, que são fungos unicelulares. A levedura mais conhecida é, sem dúvida, a da espécie Saccharomyces cerevisiae, conhecida como levedura da cerveja ou fermento biológico. Esse ascomiceto é capaz de realizar fermentação alcoólica e, por isso, é empregado pelo homem no preparo do pão, na fabricação de bebidas alcoólicas (como a cerveja e o vinho), e na produção de etanol (utilizado como combustível). Por fim, podemos citar como representantes desse grupo as famosas trufas (gênero Tuber). Elas formam corpos de frutificação subterrâneos, de sabor característico, e são muito apreciadas na culinária europeia.
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