A pele dos anfíbios é rica em glândulas produtoras de muco e em
glândulas de veneno. Nos sapos, são bem visíveis as duas glândulas
parotoides, grandes e com muitos poros, na região lateral da cabeça,
logo atrás dos tímpanos.
Os pequenos sapos da família dendrobatídeos apresentam cores vivas
(vermelho, amarelo, laranja), o que torna facilmente visíveis nas matas
sul-americanas. Eles têm glândulas de potentes venenos dispersos pela
pele, mortais para o ser humanos se injetadas ou se, por acaso,
penetrarem em ferimentos em nossa pele. Alguns desses venenos são letais
em doses de microgramas.
Uma das substâncias ativas desses venenos é a
batracotoxina, uma
neurotoxina
que provoca paralisias e parada cardíaca. Por conta dessas
propriedades, a pele desses sapos é usada por algumas tribos indígenas
para envenenar as flechas usadas na caça. Ao assar a carne dos animais
que foram abatidos dessa forma, o veneno é degradado e a carne torna-se
consumível.
O esqueleto dos anfíbios apresentam uma novidade evolutiva: cinturas
ósseas. A essas estruturas se prendem os membros anteriores (cintura
escapular) e posteriores (cintura pélvica). O sistema digestório é
formado por uma boca larga, sem dentes, e uma longa língua, que está
presa na região anterior da mandíbula e pode ser projetada para fora,
para a captura de insetos.
No estágio larval, os anfíbios respiram por
brânquias; quando adultos, têm
respiração pulmonar e
cutânea.
Seus pulmões são órgãos pouco eficientes, pois a superfície interna é
relativamente pequena para as trocas gasosas. Além disso, o mecanismo de
bombeamento de ar para o interior dos pulmões é precária, já que consta
basicamente de movimentos de “engolir” da musculatura bucal (
movimentos gulares).
Essa deficiência é compensada pela respiração cutânea, na qual a pele
dos anfíbios, permeável, úmida, sem escamas e bem irrigada por vasos
sanguíneos, assume grande importância nas trocas de gases.
Essa pele especial é que garante a maior absorção do oxigênio e
eliminação do gás carbônico, superando a respiração pulmonar. As
brânquias persistem nos adultos de alguns urodelos, caso do axolote,
cujas brânquias são externas e ramificadas.
O sistema circulatório apresenta uma grande novidade, a chamada
dupla circulação: há um
ciclo pulmonar (pequena
circulação), para distribuí-lo para o corpo. O coração tem um grande
seio venoso, que recebe o sangue venoso de todo o corpo, passando-o para
o átrio direito. O átrio esquerdo recebe o sangue arterial dos pulmões e
da pele. Dos átrios, o sangue é passado para o único ventrículo, onde
há uma pequena mistura de sangue arterial e venoso, que sai do coração
por duas aortas. Pelo fato de haver essa mistura, fala-se em
circulação incompleta.
Na região terminal do corpo fica a cloaca, onde desemboca os canais
genitais e urinários. Os rins são do tipo mesonefro e a substância de
excreção predominante é a
ureia. Nos anfíbios, os
órgãos sensoriais mais desenvolvidos são os olhos e as orelhas. A orelha
média tem um tímpano bem visível, que é uma membrana escura e de forma
circulas, localizada na superfície da pele, logo atrás dos olhos. A
audição é importante, pois os sapos machos coaxam para atrair as fêmeas
para o acasalamento. Esses cantos nupciais, típicos de cada espécie, são
produzidos na glote, que é a abertura da traqueia, e amplificados em
sacos vocais existentes ao lado da cavidade bucal.